A robótica tem sido cada vez mais utilizada como uma ferramenta de aprendizagem, tanto na educação básica quanto para os próprios professores. A rede pública municipal de ensino de São Paulo está recebendo uma formação baseada na abordagem construcionista ou mão na massa (maker) com conteúdo que une os currículos de ciências e tecnologia.
A iniciativa é uma parceria entre a prefeitura de São Paulo, Instituto Singularidades e Transforme Learning Technologies Lab (TLTL), da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, que garantirá que os formadores de professores da rede obtenham uma formação especializada nestas áreas.
A coordenadora do LabSing, Tathyana Gouvêa, explica que “a formação foi desenhada para atender a realidade da rede de São Paulo, contemplando momentos presenciais, síncronos e assíncronos; este formato também viabiliza que esta iniciativa possa ser ampliada para outras secretarias municipais e estaduais, respeitando as particularidades de cada rede”.
Na educação básica, existem outros programas que também buscam levar aulas de robótica para escolas públicas, e estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos.
Um deles é o Aprendizes – Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. Este ano, o projeto está em sua 3ª edição e é viabilizado por duas leis de incentivo: Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Governo Federal, com patrocínio da Braskem e apoio de Lockton e The LYCRA Company; e Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado de São Paulo, com patrocínio do Grupo Comerc Energia.
De acordo com o gestor cultural da Muda Cultural, Ítalo Azevedo, a edição atual do projeto busca atender mais de 250 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o País”, destaca.
Um dos principais benefícios da robótica na aprendizagem está relacionado à interdisciplinaridade. Ao desenvolver projetos de robótica, os alunos têm a oportunidade de trabalhar com diversas áreas do conhecimento, como matemática, física, ciências e até mesmo história e filosofia, dependendo do projeto em questão. Isso ajuda a tornar a aprendizagem mais integrada e significativa, pois os alunos conseguem entender como as diferentes disciplinas se relacionam entre si.
Para a diretora da E.E. Dr. Miguel Vieira Ferreira, Marciley Nikolaus, “depois que nossos alunos começaram a ter as oficinas de robótica, o rendimento deles aumentou muito. Antes, 3% dos nossos alunos tinham desempenho acadêmico muito baixo. Agora, estão todos recuperados”, diz. A escola está situada na Vila Medeiros, em São Paulo, e foi uma das instituições atendidas pelo Aprendizes – Digital em 2022.
A E. E. Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto este ano. Segundo André Luiz da Silva, diretor do colégio, “os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo