Desde a popularização do 3G, há mais de uma década, a tecnologia de conexão móvel tem evoluído a passos largos, até a recente chegada da conectividade 5G.
No entanto, enquanto alguns comemoram a evolução da conexão, outros se preocupam com a brecha digital que essa transição pode aprofundar. No Brasil, por exemplo, a conectividade é muito desigual entre a população.
De acordo com a última pesquisa TIC Domicílios, do CETIC.br, um terço da população ainda não tem acesso à internet em nosso País. Além disso, a conectividade em áreas rurais ainda é deficitária em muitas regiões, quando comparada aos serviços oferecidos nas zonas urbanas.
Fica então o questionamento: qual é o próximo passo da brecha digital no Brasil? Para entender mais sobre esse tema, entrevistamos Mauricélio Oliveira Junior, diretor-presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT).
A diferença entre as conectividades 3G, 4G e 5G
Oliveira Junior nos explicou que as principais diferenças entre as conectividades 3G, 4G e 5G incluem a velocidade de conexão, a latência, a cobertura e a capacidade.
“A conectividade 5G oferece uma velocidade de conexão mais rápida, menor latência, melhor cobertura e maior capacidade em comparação com a 3G e 4G. Isso permitirá o desenvolvimento e uso de novas tecnologias e serviços em todo o mundo”, declara o diretor-presidente da ABRINT.
No entendimento do especialista, a conectividade 5G ainda tem muito a ser explorada. Isso porque ela tem capacidade de suportar ainda mais tipos de dados e serviços, como veículos autônomos e dispositivos de Realidade Aumentada.
Como as diferenças impactam a brecha digital no Brasil?
Segundo Oliveira Junior, a internet de banda larga móvel e a internet de banda larga em fibra óptica têm várias diferenças. Os modelos divergem em relação à velocidade, à disponibilidade, aos custos de implementação, entre outros pontos.
O diretor-presidente da ABRINT declarou que: “As diferenças entre a banda larga móvel e a banda larga em fibra óptica têm um impacto significativo na brecha digital no Brasil.”
Ele prossegue: “Embora a banda larga móvel seja geralmente mais acessível e amplamente disponível em todo o País, a velocidade e a confiabilidade podem ser limitadas em áreas com pouca cobertura de sinal, o que pode dificultar o acesso a serviços online essenciais, como educação e saúde”.
Ainda segundo o especialista, “Por outro lado, a banda larga em fibra óptica oferece velocidades mais rápidas e maior confiabilidade, o que é importante para as pessoas que precisam de uma conexão de internet de alta qualidade para trabalhar, estudar ou acessar serviços online.”
Na opinião do executivo, para reduzir a brecha digital no Brasil, é necessário garantir a disponibilidade de conexões de internet de qualidade em todo o país, independentemente da localização geográfica.
Ele acredita que, para isso, devem ser oferecidas opções de banda larga móvel e fibra óptica para atender às necessidades de diferentes grupos de pessoas.
Conectividade homogênea: benefícios que serão usufruídos pela população
De acordo com Oliveira Junior, quando o Brasil tiver uma conectividade homogênea, ou seja, o acesso à internet de qualidade garantido em todas as regiões, a população poderá usufruir de diversos benefícios. São exemplos:
Redução da brecha digital
“Uma conectividade homogênea poderia ajudar a reduzir a brecha digital no País, tornando a internet mais acessível para todas as pessoas e permitindo que elas participem mais plenamente da economia digital.”
Melhoria da educação e da saúde
“A conectividade homogênea poderia melhorar o acesso à educação e serviços de saúde online, permitindo que mais pessoas tenham acesso a informações e serviços essenciais.”
Estímulo à inovação
“Uma conectividade homogênea poderia estimular a inovação e o empreendedorismo em todo o País, permitindo que mais pessoas participem da economia digital e criem novos negócios e oportunidades de emprego.”
Conectividade 6G: uma tendência para a próxima década
Embora o 5G ainda esteja sendo implementado no Brasil, a evolução da conectividade não para. Nos próximos anos, a internet deve evoluir ainda mais, com um modelo de conectividade 6G.
“As pesquisas em torno do 6G estão em estágios iniciais, mas algumas universidades, empresas de tecnologia e governos já estão investindo nisso”, diz Junior.
“Ainda não há uma definição clara do que será o 6G e quando ele estará disponível comercialmente, mas estimam que por volta de 2030 a tecnologia esteja desenvolvida e iniciada a sua implementação em larga escala”, afirma o diretor-presidente da ABRINT.
A expectativa é que a brecha digital reduza cada vez mais, para que toda a população, independentemente de classe social ou localização geográfica, possa ter acesso à internet de qualidade.
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