Gartner aponta cinco riscos na implementação de fábricas inteligentes

As operações de fábrica inteligentes podem ajudar os líderes da cadeia de suprimentos a alcançar muitas de suas maiores prioridades, mas os desafios são frequentemente subestimados, de acordo com uma pesquisa da Gartner.

As iniciativas de fábrica inteligente bem-sucedidas exigem o acompanhamento de transformações culturais e operacionais que são lentas por natureza e, em muitos casos, exigirão designs organizacionais totalmente novos para integrar os novos recursos na cadeia de suprimentos mais ampla.

“As operações de fábrica inteligentes atraem inúmeros benefícios para os líderes da cadeia de suprimentos, desde a expansão das capacidades de fabricação até a melhoria da qualidade e a resolução de desafios trabalhistas”, disse Simon Jacobson, VP e analista na prática de Cadeia de Suprimentos do Gartner. “O potencial de benefícios transformacionais também pode apresentar a maior armadilha, pois as organizações podem se apressar em lançar iniciativas de fábricas inteligentes sem uma compreensão clara da extensão dos desafios que enfrentam”, observou.

A pesquisa do Gartner identificou os cinco principais riscos a serem evitados ao lançar novas iniciativas de fábricas inteligentes:

1.  Confundir otimização de fábrica com transformação de modelo de negócios: os benefícios de otimização de uma fábrica inteligente estão confinados a um único local. Quando as iniciativas de fábrica inteligente são desconectadas do restante da cadeia de suprimentos, os benefícios no nível do local podem ocorrer às custas da criação de restrições dispendiosas em outras partes do negócio. Esse risco pode ser mitigado garantindo que os objetivos da fábrica sejam sincronizados com os modelos operacionais da cadeia de suprimentos e as ambições digitais, flexibilidade e oportunidades de automação da empresa.

2.  Negligenciar o escopo do gerenciamento de mudanças: a aquisição de novas tecnologias pode ser direta e relativamente barata. Subestimar as mudanças resultantes nos processos, integrações e novas metas de desempenho existentes pode aumentar tanto o custo quanto o tempo. Esse risco pode ser gerenciado em parte tratando essas mudanças como parte de uma iniciativa em toda a empresa que requer alinhamento entre a liderança sênior e a utilização de equipes de melhoria contínua para garantir que as iniciativas sejam sequenciadas adequadamente.

3.  Subestimar a complexidade de alinhar e convergir TI, OT e ET: a governança para fábricas inteligentes não está centrada apenas nas conexões planta-negócio, mas também em como TI, tecnologia operacional (OT) e tecnologia de engenharia (ET) são gerenciadas. Esses três são inseparáveis, e sua convergência e alinhamento são críticos à medida que os modelos de produção mudam. Para mitigar a complexidade desse risco, os líderes da cadeia de suprimentos devem se familiarizar com modelos organizacionais alternativos para alinhamento de TI/OT e desenvolver estruturas de governança e organizacionais de acordo com os novos modelos de produção.

4.  Financiamento insuficiente para qualificação, requalificação e desenvolvimento de talentos: é essencial modernizar os programas de aprendizado e desenvolvimento (L&D) para ajudar os funcionários a aprender, adquirir e reter conhecimento para aceitar novas experiências. Da mesma forma, permite que os funcionários executem o trabalho para o qual estão alinhados, por meio de educação adicional e qualificação.

5.  Concentrar-se estritamente em um único caso de uso e tecnologia: à medida que as opções de tecnologia aumentam e se expandem, o foco excessivo em tecnologias facilitadoras e na “arte do possível” pode expor as organizações a um backlog de TI significativo e a uma dívida técnica. O ambiente é complicado pelo fato de não haver uma única tecnologia ou fornecedor dominante que atenda a todos os requisitos da fábrica inteligente. As compras de tecnologia devem ser equilibradas entre considerações estratégicas, como a capacidade de escalar, juntamente com as pragmáticas, como o planejamento adequado para interrupções operacionais.

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