O conceito de inovação aberta vem se destacando e ganhando relevância no universo de empreendedorismo. Segundo um estudo feito pela Deloitte, empresa de consultoria, em parceria com o Instituto Eldorado, as empresas brasileiras têm aumentado o investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) nos últimos três anos. Com isso, as companhias estão mais dispostas a novas oportunidades no que se refere a inovação aberta.
Esse levantamento, que foi feito com 102 companhias localizadas em 14 estados diferentes, mostra que o investimento nessas áreas passou de 45%, em 2019, para 69%, em 2022. E a tendência é que isso cresça cada vez mais. Outro dado relevante é que 78% das companhias que utilizam a PD&I em TIC praticam esse conceito.
Portanto, diante desse crescimento é importante sempre trazer em discussão o verdadeiro significado desse termo e seu papel no ecossistema, pois ainda há muitas dúvidas que permeiam esse assunto. O termo “Inovação aberta” tem como objetivo principal conectar as empresas a uma rede de pessoas inovadoras para que elas possam ajudar a resolver um problema intermediário ou complexo, mas isso só é feito com pessoas que não fazem parte do quadro de funcionários da corporação.
Dessa forma, as instituições devem escolher um desafio estratégico e mapear dentro do ecossistema startups que podem ter algum produto ou serviço que solucione esse gargalo. Pois esse conceito é uma forma de descentralizar a área de P&D e conectar os gestores a atores inovadores. Isso só acontece quando a cultura da companhia estiver restringindo a criatividade ou quando atingir seus limites operacionais ou gerenciais.
Mas, para que este conceito seja implementado é preciso seguir quatro etapas importantes. O primeiro é desenvolver um bom planejamento, que deverá ter todos os desafios que serão lançados, o edital com todas as regras e visão geral do programa e ainda deve constar o treinamento de todos os envolvidos.
O segundo passo é a divulgação de como será feita a ação, com o objetivo de captar e selecionar as melhores propostas. Já a terceira etapa envolve a assinatura de contrato com a empresa para executar um piloto, onde sua solução será testada no cenário real. Nesse caso, eles poderão avaliar não só a solução, como o profissionalismo dos envolvidos e o relacionamento que terá a médio e longo prazo. Por fim, depois de analisar esses resultados, é possível assinar o contrato final com as devidas cláusulas e objeções.
Mas, mesmo seguindo esse passo a passo, gestores devem ficar atentos para não cometer erros que podem ser cruciais para o negócio, como escolher de forma equivocada um desafio e/ou preenchê-la de maneira incompleta; escrever o processo especificando demais as características das soluções buscadas, limitando-as; a falta de transparência ou falha de comunicação entre aqueles presentes no projeto e o não envolvimento dos especialistas em todas as etapas.
Por fim, é importante destacar que o conceito de inovação aberta tem trazido vantagens significativas para as corporações, startups, investidores e toda a cadeia que envolve o empreendedorismo, pois com ele é possível gerar oportunidades de parcerias e investimentos, aumentar a base de conhecimento técnico sobre diversos assuntos e, principalmente, ter a possibilidade de ajudar no desenvolvimento e amadurecimento desse ecossistema, que vem ganhando espaço nas empresas tradicionais.
Por Denis Ferrari, CEO da Azys.
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