book_icon

Principais tendências de TI e Telecom debatidos em evento da IDC

No IDC Roadmap Forum Latin America 2023 a IDC apresentou as principais tendências dos segmentos de TI e Telecom e as oportunidades para o mercado regional nos próximos anos

Principais tendências de TI e Telecom debatidos em evento da IDC

Os países da América Latina vêm atravessando diversos desafios nos últimos anos, sejam eles de ordem econômica, sociopolítica ou geopolítica. “Mesmo diante desse cenário, o mercado de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) da região tem se mostrado resiliente e, ao longo dos últimos cinco anos, vive um processo ativo de transformação digital dentro das organizações, tanto em termos de estratégias quanto de tecnologias”, explica Diego Anesini, vice-presidente de Data & Analytics da IDC Latin America. A fala do executivo aconteceu durante o IDC Roadmap Forum Latin America 2023, evento virtual recém-realizado ao lado de clientes pela IDC.

No evento, a IDC também apresentou as principais tendências dos segmentos de TI e Telecom e as oportunidades para o mercado regional nos próximos anos.

Alejandro Floreán, vice-presidente de Consultoria e Estratégia da IDC Latin America, concorda com Anesini e acrescenta que, de um modo geral, as previsões de gastos com TIC para 2023 na região são baixas, mas as perspectivas do mercado continuam refletindo resiliência diante de uma recessão econômica leve por parte das empresas, que devem ter um crescimento total com gastos de TI cerca de seis vezes maior do que o aumento do PIB previsto para toda a região latino-americana. “Apesar da taxa de crescimento do PIB esperada para a região ser de apenas 2,1% em 2023 e de 3,3% em 2026, o investimento em tecnologias com foco em negócios deve aumentar 12,6% e 15,5%, respectivamente. Já os gastos gerais latino-americanos com telecomunicações devem crescer 5,7% em 2023 e 4,9% em 2026”, projeta Floreán.

O CAGR de 2021 para 2026, tanto com gastos quanto com investimentos em Telecom, está em uma linha estável, e sabemos que a indústria de telecomunicações precisa de investimentos constantes, em novas tecnologia e novas formas de obter eficiência, o que demanda alto Capex

Apesar das incertezas no ambiente macroeconômico da região, as empresas da América Latina seguem valorizando o investimento digital e tecnológico. No entanto, passarão a otimizar os investimentos anteriores em TI ou, em alguns casos, a fazer investimentos mais moderados. “Diante deste cenário, para os próximos 12 meses, 33,5% das empresas latino-americanas entrevistadas pela IDC planejam manter o mesmo nível de investimento digital e tecnológico, 28% esperam manter o mesmo nível de iniciativas em investimentos, 23,5% pretendem acelerar os investimentos e 15% planejam reduzir os investimentos”, explica Floreán.

A IDC também avalia que, para 2023, de forma geral, os diferentes mercados de tecnologia da América Latina continuarão ampliando suas expectativas de crescimento em relação aos anos anteriores, com exceção dos mercados de PCs e tablets, que apresentam sinais de queda. Já os crescimentos mais fortes estarão nas áreas de software e serviços de nuvem pública que, apesar de sinais de reduções específicas no segundo semestre de 2022, voltam a crescer neste ano mais do que o inicialmente previsto.

Também sobre Cloud, a IDC acredita que os projetos híbridos serão os mais resilientes diante da incerteza econômica, visto que a nuvem híbrida já é o padrão de investimento de muitas empresas na América Latina e a tendência é que até 2026 ela se equipare com a Nuvem pública. “Em 2023, 30,4% das empresas latino-americanas devem investir em Nuvem pública, 25,2% em nuvem híbrida e 11,7% em nuvem privada. Em 2026, os investimentos em Nuvem pública devem diminuir para 29%, enquanto os em Nuvem híbrida devem aumentar para 28,8%, quase um empate técnico. Por fim, os gastos com nuvem privada, em 2026, terão um ligeiro crescimento, chegando a 12,2%”, avalia Floreán.

Enfrentando desafios futuros

A IDC acredita que o mercado de TI da América Latina está passando por uma fase de crescimento distinto, pois a pandemia ensinou sobre a grande importância da tecnologia e de como as pessoas podem viver em um mundo mais digital, mudando, principalmente, a forma de comprar.

A IDC perguntou para executivos de TI da América Latina se as suas tomadas de decisões na hora de realizar investimentos são resultados de interações no ambiente digital com autosserviço (sites de buscas, sites de notícias, aplicativos mobile, posts em mídias sociais e webcasts), interações com vendedores no ambiente digital (comunidades, e-mails, evento virtual e chats de mídias sociais ou de sites) ou interações com vendedores no ambiente não-digital (conversas em reuniões ou eventos presenciais). “De acordo com as respostas, a IDC conclui que, durante o processo de tomada de decisão para um investimento, há uma preferência pela interação pessoal e presencial apenas no momento da aquisição de um produto ou serviço, pois ali há a possibilidade de negociação. Já em todo o restante do processo (fase de exploração/pesquisa, avaliação e renovação do produto ou serviço), a preferência é que a interação seja realizada no ambiente digital”, conta Federico Amprimo, vice-presidente de Vendas e Soluções Customizadas da IDC Latin America.

Além disso, a maioria dos executivos também prefere que a comunicação digital dos seus fornecedores seja feita de forma personalizada e de acordo com suas necessidades, independentemente do meio que ela chegar.

Era Digital First

Nesta era digital, a chamada “Digital First”, que tem como principal objetivo priorizar o uso de serviços digitais, a IDC identificou quatro grandes drivers que devem guiar o mercado de TI: os objetivos estratégicos das empresas continuarão focados na criação de modelos de negócios resilientes e diferenciadores competitivos no mercado; a agenda de investimentos dos CIOs prioriza aspectos como aplicativos de segurança, ferramentas de CX (Consumer Experience), desenvolvimento de aplicativos mobile, plataformas de inteligência artificial, aprendizado de máquina e cognitivo; os modelos “As a Service” continuam ganhando força devido a iniciativas de regulação de custos, abordagem mais flexível e estrutura de TI mais sustentável, e o investimento em aplicativos e softwares contribui significativamente para a automatização e otimização das operações em empresas cada vez mais digitais.

“Estamos vendo um aumento no investimento por inteligência corporativa e negócios digitais orientados por software na América Latina. A IDC prevê que os investimentos do mercado de software na região passem dos US$ 25 bilhões de 2022 para US$ 28,8 bilhões em 2023”, conta Pietro Delai, diretor de Soluções Enterprise da IDC na América Latina.

Outro ponto que reforça a era do Digital First é a crescente preocupação das empresas com a segurança de suas informações e dados digitais, já que os gastos com serviços de cibersegurança na América Latina devem atingir cerca de US$ 3,6 bilhões, um aumento de 11,1% de 2022 para 2023, e uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 11,2% até 2026. Já a distribuição por tipo de serviço de cibersegurança na região deve ser dividida da seguinte forma: 56% de serviços de gerenciamento da cibersegurança, 17% de serviços de consulta, 14% de serviços de integração e 12% de serviços de suporte.

A era digital também trouxe ainda uma mudança na dinâmica de consumo computacional que, por sua vez, requer soluções e modelos de segurança que permitam melhor usabilidade, consolidação e economia. “A IDC identificou que 27% das organizações que adotam uma estratégia de Cloud consideram a simplificação e padronização de sua infraestrutura e processos como o principal benefício. Já 19% consideram que o principal benefício é melhorar sua postura de segurança cibernética. Além disso, o principal desafio é a existência de uma assimetria entre o tamanho das equipes de segurança das empresas e a velocidade com que novos ativos são adicionados para proteger suas informações e dados”, completa Delai.

Agilidade nos negócios

“Na era digital, muitos dados estão trafegando o tempo todo, e os provedores de serviços digitais precisam lidar com volumes cada vez maiores. Por isso, as necessidades específicas de cada negócio trazem um novo conjunto de desafios para os provedores de serviços de telecomunicações”, contextualiza Luciano Saboia, diretor de Telecomunicações da IDC Brasil para a América Latina.

A IDC prevê que até 2026 os gastos globais com o mercado de Telecom cheguem a US$ 1,5 trilhão e os investimentos Capex (Capital Expenditure) atinjam US$ 328,8 bilhões, totalizando um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 1,9% e -0,1%, respectivamente. “O CAGR de 2021 para 2026, tanto com gastos quanto com investimentos em Telecom, está em uma linha estável, e sabemos que a indústria de telecomunicações precisa de investimentos constantes, em novas tecnologia e novas formas de obter eficiência, o que demanda alto Capex.”

Além disso, até 2026, a criação de dados Exabyte terá um CAGR de 21,2%, enquanto o valor em dólares do Exabyte terá um CAGR de -16%. “Neste cenário global, no qual o uso de dados exabyte vai explodir, mas o seu valor em bilhões de dólares vai cair, nos perguntamos de onde virá o faturamento dos provedores de Telecom para que possam continuar investindo. A resposta é: com o uso de novas assinaturas de conectividade e com o uso de novos formas de conexão, como, por exemplo, o IoT (Internet of Things). A quantidade de devices IoT conectados globalmente terá um CAGR de 7,1%, passando das 34,7 bilhões de unidades de 2021 para 49 bilhões em 2026”, elucida Saboia.

José Ignacio Díaz, analista sênior de Telecomunicações da IDC Chile, acredita que as Telcos (Telecom Companies) precisam se tornar digitais para conquistarem receitas que vão além da conectividade, principalmente na linha de serviços de TI, e, para isso traça um caminho de transformação dividido em três partes: contexto atual, processo transformacional e futuro.

“No contexto atual entra o que chamamos de mobilizadores, que é tudo aquilo que mobiliza a Telco a se manter nesse caminho de transformação (ambiente competitivo, mudança na qualidade dos serviços, monetização de investimentos, aumento do tráfego de dados e contexto econômico). Depois, durante o processo de transformação, temos um segregamento das infraestruturas (Data Centers, torres de conectividade e redes de fibra) com os serviços atendimentos aos clientes. Por fim, teremos a total transformação da Telco em digital, a chamada ‘Digitalco’, em que plataformas, parceiros, pessoas, produtos e processos se digitalizam, resultando em cloudificação da Telco, simplificação das redes, modelos de consumo flexíveis, investimentos em I+D e padronização dos serviços”, explica Díaz.

Ainda de acordo com estudos da IDC, em 2023, a previsão é de que as assinaturas mobile com 5G representem 6% das conectividades existentes na América Latina, contra 94% das demais (2G + 3G + 4G) – um aumento de 3% em relação ao ano passado. Até 2026, a previsão é que o 5G passe a representar 17% das assinaturas na região, contra 83% das demais conectividades. Já a previsão para os terminais comerciais de suporte de conectividade do 5G deve subir de 8% em 2022 para 16% em 2023, podendo atingir 29% em 2026.

O papel estratégico dos dispositivos de hardware 

Durante o IDC Roadmap Forum Latin America 2023, os diretores e gerentes de consultoria da IDC também analisaram o papel estratégico dos dispositivos de hardware para as empresas da região e concluíram que as principais tendências de compradores que afetarão os mercados de devices (smartphones, notebooks, tablets, PCs e wearables) e impressoras nos próximos anos são: Cloud, força de trabalho remota ou híbrida, segurança digital e Zero Trust e sustentabilidade.

“Essas quatro tendências impactam diretamente no mercado de devices, visto que a necessidade dos funcionários de TI de realizarem monitoramentos, gerenciamentos, configurações e suporte de forma remota exige investimentos em Cloud que, consequentemente, demandam por ferramentas e devices mais eficazes. Nessa nova estrutura, as empresas passam a se mover para um modelo de Zero Trust – em que não se pode confiar em ninguém e é preciso verificar todos –, que também demandará investimento em dispositivos mais avançados e seguros. Por fim, as empresas começam a priorizar a compra de devices e a realização de parcerias com fabricantes ou canais que demonstram preocupações com padrões e boas práticas sociais e ambientais”, avalia Reinaldo Sakis, diretor de Consumer & Commercial Devices da IDC Brasil para a América Latina.

Segundo a IDC, mais de 40% das empresas latino-americanas estão no caminho da implementação completa de locais de trabalho digitais inteligentes. Quando perguntados sobre qual afirmação descreve melhor a abordagem de trabalho do seu empregador, 34% das empresas responderam que adotaram temporariamente o trabalho híbrido, 22% consideraram o trabalho remoto como temporário, 14% adotaram o trabalho remoto como política permanente de RH, 13% sempre permitiram o trabalho remoto (mesmo antes da pandemia), 9% adotaram o trabalho híbrido como política permanente de RH e 7% sempre permitiram o trabalho híbrido (mesmo antes da pandemia).

Serviço
www.idc.com

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.