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Em busca da melhor UX e da máxima rentabilidade em 2023: o papel das tecnologias preditivas nesta jornada

Em 2023, a paciência de usuários e consumidores com ambientes de baixa performance será mais limitada do que nunca. A transformação digital seguirá sendo um grande motor de geração de riqueza. Estudo da Statista de 2018 aponta que, até 2026, mais de 50% do PIB global virá de empresas plenamente digitalizadas, que investirão até 3,4 trilhões de dólares nessa área. O sucesso pertencerá a quem oferecer a melhor experiência de usuário (UX). Relatório desenvolvido pela organização não-governamental global Ux Planet em setembro de 2020 mostra que cada dólar gasto em tecnologia e processos para melhorar a UX produz um retorno de investimento que fica entre dez e cem dólares. Uma pesquisa feita em maio de 2021 pela consultoria especializada em digital experience Applause a partir de entrevistas com 4200 usuários norte-americanos, por outro lado, revela que 65% desse universo afirmou abandonar um portal Web diante de atrasos em processamento.

A crescente oferta de serviços 5G no Brasil irá elevar ainda mais as expectativas de usuários e consumidores, cada vez mais propensos a trocar um provedor de serviços digitais por outro com uma melhor performance.

Uma das razões para isso será o uso exacerbado de vídeos, arquivos que, para gerar a melhor UX, consomem muita banda e demandam uma infraestrutura de TI e Telecom madura e bem gerida. Estudo da Cisco estimou que o mundo terminou 2022 com 88% do tráfego mundial de dados sendo dedicado ao processamento de vídeos.

Estas e outras transformações exigem que 2023 seja vivido em novas bases.

Conceito do Gartner, o PAM é crítico para a segurança dos negócios
Não existe boa UX sem o alinhamento da organização às melhores práticas de cyber security. Conceito construído pelo Gartner, o Gerenciamento de Acesso Privilegiado (PAM – Privileged Access Management) irá, em 2023, elevar a maturidade da segurança digital das empresas. Sua missão é proteger direitos de acesso privilegiado, isto é, de administradores e “superusuários” que necessitam de acesso estendido a sistemas e aplicativos. Medidas avançadas de segurança precisam ser tomadas, como monitoramento do comportamento do usuário, geração segura de senha, rotação e atualizações, ou separação de usuário e senha, para que o sistema todo não seja exposto a acesso descontrolado, mesmo em caso de ataques de phishing bem-sucedidos. O monitoramento de TI é crítico para o PAM, detectando, de forma preditiva, comportamentos incomuns na rede.

Explosão de dispositivos IoT
Segundo a consultoria IoT Analytics, até 2025 haverá 27 bilhões de dispositivos IoT em operação no mundo. Além de altos volumes, está acontecendo a diversificação da tecnologia IoT. Hoje fala-se em IIoT, Cidade Inteligente, Edifício Inteligente, Internet of Medical Things etc. Neste contexto, o usuário de IoT pode ser o operador de um CLT em um chão de fábrica ou o gestor de um edifício que, via um mobile app, ativa o ar-condicionado do ambiente.

Uma das questões mais prementes a serem equacionadas em 2023 é quem é o líder dos projetos e da gestão das aplicações IoT. No universo da saúde, por exemplo, era comum que a gestão de sistemas médicos fosse monopolizada por médicos. Hoje, o médico espera ser capaz de acessar todos os dados do paciente digitalmente, a qualquer momento e de qualquer lugar. Essa realidade faz com que o time de TI tenha de armazenar, transportar e exibir os dados e, também, acessar os dispositivos e sistemas médicos.

Uma forma de superar esse desafio é dominar as disciplinas de monitoramento de IoT. Para serem capazes de manter de maneira confiável sistemas e processos interdepartamentais de organizações de todas as verticais, as equipes de TI necessitam de ferramentas que possam ir além da TI clássica e gerem uma visão preditiva e integrada sobre protocolos como OPC-UA, Modbus ou MQTT no ambiente de OT (Operational Technology), ou DICOM e HL7 (setor de saúde).

A falta de profissionais de TI segue sendo um desafio
A escassez de especialistas em TI é um enorme problema e pode colocar entraves à entrega da melhor UX. Estudo realizado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) no final de 2021 revelou que o mercado contava com 159 mil postos de trabalho em aberto, mas as universidades e escolas técnicas só formaram 53 mil profissionais. A automação oferece uma solução possível. Especialistas qualificados não podem ser substituídos 1:1 em todos os lugares, mas é possível que processos complexos possam ser simplificados por medidas de automação, e tarefas simples possam ser assumidas por processos automatizados.

A automação pode também fornecer alívio em diversos níveis na área de monitoramento. Por exemplo, algumas ferramentas de monitoramento oferecem a opção de acionar um script que inicializa um firewall ou reinicia um serviço em caso de falha. Processos de automação mais complexos podem ser gerenciados integrando-se diferentes ferramentas. Um sistema assim alivia as equipes de help desk e de plantão, e fornece mais segurança às organizações.

Colaboração, colaboração, colaboração
Nenhuma solução de TI pode existir isoladamente em longo prazo. A UX depende, portanto, de um conjunto de fornecedores e tecnologias. Hoje, por exemplo, as APIs (Application Programming Interface) são elementos críticos dos ambientes digitais – a integração com outras ferramentas e sistemas é indispensável. O estudo Explosão das APIs, construído pela F5 em julho de 2022, indica que, até 2030, o mundo contará com 100 bilhões de APIs.

Seja por meio do compartilhamento de APIs, seja por outras formas de colaboração, 2023 é o ano em que, mais do que nunca, os fornecedores terão de trocar conhecimento e tecnologias.

Para garantir, por exemplo, que uma plataforma de monitoração multiprotocolo esteja em constante expansão, sendo capaz de lançar luz sobre componentes de hardware, software e até mesmo processos, é necessário trabalhar em estreita colaboração com outros vendors. Sem esquecer, também, de manter as portas abertas a empresas menores e inovadoras que prometem valor agregado adicional para os usuários. O pré-requisito é a integração técnica das soluções, de modo a oferecer sistemas que fornecem gerenciamento de TI além do puro monitoramento.

A meta é chegar a uma plataforma de monitoramento que garanta a disponibilidade e o desempenho dos sistemas integrados e, ao mesmo tempo, forneça um dashboard que antecipe incidentes, acelerando a solução destes quadros.
A hora e a vez do data center sustentável

Os Data Centers estão no coração da economia digital e são diretamente responsáveis pela UX de aplicações rodando, por exemplo, na nuvem híbrida. Esses centros de dados estão entre os maiores consumidores de eletricidade e, em 2023, terão de comprovar seu alinhamento às melhores práticas de sustentabilidade de TI. Estudo da Vertiv estima que os data centers sejam responsáveis por 3% do consumo global de eletricidade atualmente e que este percentual chegue a 4% até 2030. Não se trata apenas de economizar eletricidade, e sim de uma reinvenção do data center. Se, por exemplo, um dispositivo sofrer um defeito decorrente de temperaturas excessivas, isso poderá resultar em um saldo energético ou financeiro pior do que custariam as medidas de refrigeração para evitar o defeito. Por outro lado, excesso de refrigeração causa um elevado consumo energético ou financeiro.

Para encontrar o equilíbrio correto é necessário um monitoramento preditivo sobre o Data Center. Essa estratégia detecta erros no início das operações diárias e, assim, evita falhas e o consumo desnecessário de recursos. Para isso, a solução de monitoramento utilizada precisa incluir protocolos como Modbus ou MQTT, além de ser capaz de processar dados sobre o status da tecnologia predial (Smart Building) utilizada no Data Center.

No momento em que o ano de 2023 se inicia, a busca pela melhor e mais rentável UX passa pelo estudo de tecnologias preditivas. A meta é, por meio de um monitoramento preciso e refinado dos mais diversos ambientes e protocolos, multiplicar os negócios e não a frustração dos usuários.

Por Luis Arís, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler América Latina.

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