Luciana Santos tomou posse nesta segunda-feira (2) como a nova ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de Luís Inácio Lula da Silva. A ministra é a primeira mulher a chefiar o ministério. O ex-ministro, Paulo Alvim, transmitiu o cargo em cerimônia realizada no auditório da sede do MCTI, em Brasília. O evento de transmissão contou com a participação de parlamentares, representantes de ministérios, dirigentes de entidades vinculadas do ministério, assim como do setor empresarial e das comunidades acadêmica e científica.
No discurso, a ministra reforçou a importância da ciência e da inovação e disse que vai trabalhar para que a ciência e a tecnologia sejam pilares do desenvolvimento nacional, com foco na redução das desigualdades, garantia da soberania do País e a busca de cooperações internacionais para alcançar esses objetivos.
“Temos de fato uma longa jornada pela frente, mas quero dizer a vocês que estou extremamente motivada e determinada. Se os desafios são imensos, as perspectivas são maiores ainda. Temos um povo talentoso, capaz, construindo experiências diversas em cada recanto deste País. Vamos aproveitar a inteligência brasileira. Vou usar essa motivação e experiência na gestão pública para fazer valer o fato histórico de ser a primeira mulher ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, aponta a ministra.
Como prioridades da nova gestão, a ministra elencou a recomposição do orçamento da área e execução integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT); ampliação da oferta e atualização dos valores das bolsas de pesquisa do CNPq; políticas para o acesso de jovens à universidade; inclusão de meninas e mulheres na ciência e o apoio a projetos estruturantes em parcerias com outros ministérios e instituições de fomento.
Outras iniciativas apontadas como metas por Luciana Santos são a expansão e consolidação do Sistema Nacional de CT&I; o apoio a projetos estruturantes de complexos industriais tecnológicos e de inovação; apoio a um programa integrado de desenvolvimento da Amazônia; retomada do programa de satélites de sensoriamento remoto em parceria com a China; execução do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro; o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro buscando a autonomia do acesso brasileiro ao espaço; o lançamento de uma nova Estratégia Brasileira de CT&I; a revisão da liquidação do Ceitec e formulação de uma estratégia para o setor de semicondutores, além da retomada da Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia para fortalecer o diálogo com a comunidade científica.
A ministra destacou ainda que vai honrar as mulheres pesquisadoras do país e a inclusão social na ciência. “Essa gestão vai honrar as milhares de mulheres que produzem e pesquisam nesse país, sua luta por respeito, inclusão e valorização. Essa gestão vai honrar a luta antirracista e a luta das pessoas negras por espaço na pós-graduação e no campo de pesquisa”, declarou.
Cecília Oliveira, diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa do MCTI, esteve presente na cerimônia e conversou com a ministra, ao lado de representantes de outras unidades de pesquisa. Para a diretora, o fato de ser uma ministra traz um novo olhar sobre a representatividade feminina na Ciência.
“Na posse havia muitas outras ministras e mulheres que estão em cargos de direção e ficou claro que a valorização do trabalho feminino é uma tônica importante para nossa época. Nós, mulheres que trabalhamos em institutos de pesquisa, ouvimos da ministra propostas e ideias que vieram ao encontro do que nós pensamos também. Ficamos muito animadas com a possibilidade da mudança”, avaliou Cecília Oliveira.
Para a diretora do Ibict, todas as unidades de pesquisa conseguiram crescer nos últimos anos. “Isso prova que, independente de dificuldades, as instituições trabalham de forma contínua para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação e agora nos sentimos mais fortes enquanto unidades. Esse é um novo governo, nós trabalhamos para o Estado e esperamos que este novo tempo possa ser ainda mais proveitoso, com melhores condições para que possamos crescer ainda mais”.
Currículo
Natural do Recife, Luciana Santos é engenheira eletricista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, eleita em 2018. Luciana também presidiu o Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (1995-1996); foi deputada estadual de Pernambuco (1997-2000); prefeita de Olinda por dois mandatos consecutivos (2001-2008); secretária de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (2009-2010) e deputada federal por dois mandatos consecutivos (2011-2018).
Com informações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.
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