Um novo universo está tomando conta dos debates sobre Educação. Depois da tecnologia, que se tornou aliada fundamental do ensino e aprendizagem, é preciso preparar as crianças para lidar com essa grande oferta de recursos tecnológicos na construção de um mundo mais humano e acolhedor. Aí entra a Educação 5.0, que propõe o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, preparando melhor o cidadão para lidar com os desafios atuais e do futuro, desde os anos iniciais da educação.
É extremamente necessário estimular os alunos a desenvolverem o senso crítico, a autonomia, o uso consciente e apropriado, ético, reflexivo e criativo da tecnologia. E isso deve ser aplicado desde a educação básica. Entender o que pode ou não ser absorvido por eles, e qual material deve ser compartilhado entre os alunos, é de extrema importância. Nesse processo, o professor deve desenvolver novas habilidades e competências para aprimorar o processo pedagógico e inserir no aprendizado ferramentas digitais com intuito de criar estímulos cognitivos diferenciados.
Desde o letramento, o ensino da escrita, o educador deve estar sempre atento para que os alunos desenvolvam o senso crítico. O incentivo à leitura, para que as crianças estimulem a imaginação, a criatividade e desenvolvam um repertório, continua sendo fundamental. Não importa se ele vai ler um livro impresso ou usar ferramentas como celular e tablets e outros aparelhos. Ler e interpretar um texto possibilita ao aluno desenvolver habilidades importantes como: autoconhecimento, memória, atenção, autoconfiança e o engajamento educacional.
Criar o hábito da leitura faz com que o aluno se questione e questione o que está lendo, principalmente no mundo digital, cheio de informações, verdadeiras ou não. Com toda certeza, um estudante com uma base cultural desenvolvida, terá grandes vantagens ao resolver problemas complexos pautados no pensamento crítico.
Segundo estudos, a Educação 5.0 afirma que conhecimentos digitais e tecnológicos são importantes, porém, pesquisadores em inovação e educação afirmam a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais, justificando que são essas competências que capacitam o estudante para o usa da tecnologia de forma criativa, saudável e produtiva para intervir em sua realidade criando soluções relevantes para si e para a sociedade em geral.
A alfabetização continua tendo papel fundamental, lembrando que os processos de alfabetização e letramento são interdependentes. Quanto mais provida de ferramentas e bem articulada a alfabetização, mais significativa será a aprendizagem.
Para que essa equação funcione, são necessárias ações efetivas na formação dos educadores. A escola precisa estar aberta a mudanças não somente em sua estrutura física, mas curricular também. As crianças das novas gerações já estão inseridas nesse contexto de transformações. O principal é escutá-las e observar pelo que realmente se interessam. Com esse exercício, poderemos ser surpreendidos com a escolha dos pequenos em atividades fora do contexto tecnológico, futurístico.
Não podemos ignorar o fato de que as crianças embora vivam nesse universo tecnológico, elas ainda preferem o “simples” a criação de objetos como brinquedos e jogos com as suas próprias mãos. O currículo precisa estar relacionado às mudanças e deve fazer sentido. Questões simples como o ensino de disciplinas por mestres apaixonados por sua especialidade farão toda a diferença. O grande impacto está na transformação da escola como instituição de ensino que engloba o corpo docente, família e alunos.
Por Gilberto Barroso e Vitor Azambuja, programa educacional De Criança Para Criança.
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