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Riscos e desafios da inovação na gestão de impostos

A transformação da cultura corporativa em busca da adoção de tecnologia vem impactando cada vez mais as grandes corporações de várias formas.

Algumas das empresas possuem programas bem estruturados de inovação aberta (Open Innovation), outras participam de programas chamados de Business Hacking ou possuem parceria com institutos de pesquisa ou universidades em busca de métodos, sistemas e materiais que impulsionam seus resultados e as aproxima dos múltiplos de crescimento da era digital.

Todas essas iniciativas e programas podem ser transformadores, como mostram alguns casos, mas demandam investimento em dinheiro e tempo dos executivos de uma organização. Por isso é importante que essas empresas estejam preparadas para essa jornada.

Apesar disso, quando olhamos para o ambiente com o qual uma startup é recebida para trabalhar em uma grande corporação, percebemos que além da iniciativa dos programas de inovação aberta, o sucesso de soluções inovadoras depende de alguns elementos adicionais que podem ser decisivos na hora de testar a solução de uma startup para um grande problema.

Os principais desafios são relacionados a qualidade dos Dados, à definição dos resultados desejados e limitações impostas por temas como segurança da informação ou pessoas com conhecimento e tempo para se dedicarem a iniciativas de inovação.

A complexidade da legislação tributária brasileira torna o dia a dia tributário de uma empresa uma tarefa já muito desafiadora por si só, o pode resultar em pouco espaço para inovação se não forem tomados os cuidados devidos.

Alguns desafios são imprevisíveis e fazem parte do processo de inovação. Outros, porém, podem ser superados e administrados.

Com base na minha experiência, relacionei alguns dos principais riscos e inimigos da inovação com tributos. São eles:

 Dificuldade de obtenção dos Dados corretos: obter os Dados corretos pode ser um grande desafio em dois aspectos: (i) saber quais dados são relevantes para uma determinada análise e (ii) conseguir acesso a esses dados;

Dificuldade para estruturar os Dados: no mundo tributário, essas atividades de estruturação (limpeza, tratamento e categorização) dos Dados também exigem um profundo conhecimento técnico tributário e da disposição dos dados fiscais em suas fontes (ERPs, notas fiscais, etc);

 Limitações de Segurança: apesar de sua importância, os protocolos de segurança podem representar um desafio importante à inovação, quando não administrados, pelo controle excessivo ou pela falta de controle;

 Limitações para explorar: a inovação corporativa, nasce muitas vezes de usuários inquietos que testam novas tecnologias para resolver velhos problemas no negócio. Estimular isso, é parte do sucesso;

 Definição dos benefícios esperados: definir qual problema atacar é fundamental na busca de um bom ROI. Iniciativas com ROI, alto justificam mais investimento;

 Conhecimento do domínio: um time multidisciplinar, com conhecimento de tributos e do negócio é fundamental para se chegar lá;

Limitações Regulatórias: a inovação com tributos esbarra muitas vezes em um interface não disponível ou na exigência de um documento em papel, por exemplo. Apesar disso, há muitas oportunidades a partir de dados disponíveis, a exemplos das notas fiscais eletrônicas;

Priorização de iniciativas: busque o maior ROI, e adote o modelo ágil. Dessa forma é possível mitigar riscos e corrigir a rota rapidamente;

Adoção do modelo ágil: o modelo de geração de valor rápida para o cliente em ciclos curtos de entrega tem sido fundamental nas empresas mais inovadoras do nosso tempo. Ele pode ajudar muito na gestão de impostos também.

Conhecendo e sabendo endereçar esses riscos e desafios, as empresas ficarão certamente mais próximas de possuir processos eficientes e digitais de administração dos impostos, o que provavelmente deve se refletir em diferenciais competitivos perante seus concorrentes.

Por Fernando Silveira, advogado e fundador-CEO da Nutax Digital.

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