O mercado financeiro está em franca ebulição em todo o mundo, impulsionado pelos abalos econômicos sofridos por conta do cenário pandêmico inesperado. Os pagamentos instantâneos ganharam destaque, em especial no Brasil, tendo como protagonista o PIX, que segue seu curso com funcionalidades inovadoras.
Mas as inovações precisam ir além para trazer sustentabilidade em inúmeros mercados. Nesse cenário, as Pequenas e Médias Empresas – PME, têm enfrentado dificuldade para lidar com fluxo de caixa e liquidez. “Os grandes bancos tradicionais não estão conseguindo atendê-las por seus imensos sistemas legados e por suas atenções estarem muitas vezes voltadas para as grandes contas de varejo. Mas o importante é que representam uma oportunidade de mercado para as paytechs”, diz.
O estudo World Payments Report 2022, da Capgemini, realizado nos Estados Unidos e na Europa, serve de bússola para atenção estratégica no Brasil, apoiado em três perspectivas: Realinhamento, com base na mudança da dinâmica do mercado de PMEs, para criar relevância e crescimento; Integração, com plataforma de pagamentos combináveis alimentada por Dados harmonizados e assim elevar as jornadas dos clientes de PMEs; e Exploração de oportunidades para aumentar as capacidades existentes.
O levantamento explora ainda como a padronização e a transformação centrada em Dados podem oferecer novas soluções em pagamentos instantâneos, como moeda digital, carteiras móveis e digitais, peer to peer e QR codes.
Outro ponto interessante do estudo é em relação à tokenização e uso de redes Blockchain, apontando um futuro revê no mercado financeiro muito mais ágil e seguro, eliminando a necessidade de intermediários e possibilitando a criação de novos produtos e serviços. Com esta inovação, as instituições podem moldar seus fluxos de pagamentos em formato contínuo para otimizar a jornada do cliente.
Um dos exemplos, apontados por Daniela Dutra, líder de Soluções para Bancos da Capgemini Brasil, é o processo de venda de carros, no qual por meio da tokenização e o uso de smart contacts digitais (contratos inteligentes). Assim, não será necessário aguardar o depósito do valor para a transferência do documento. “Com essa tecnologia, o processo é automático, uma etapa só é realizada quando o outra for concluída. Para as PMEs, velocidade e menos taxas, é um ganho enorme”, diz.
Para a executiva, os bancos incumbentes encontram pela frente o desafio de integrar os sistemas de pagamento atuais com o core de negócios e, ao mesmo tempo, atender aos requisitos regulatórios.
Por outro lado, ela diz, o momento de constante transformação, com muita inovação e plataforma integradas, possibilita oferecer serviços financeiros personalizados e agregar valor à oferta ao incluir nesse pacote serviços não financeiros que as PMEs necessitam, como programas de gestão de fornecedores e folha de pagamento. “Essa é a oportunidade de aprofundar relações e de novos negócios, no qual as paytechs ganham mais espaço”, finaliza Daniela.
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