Com o Brasil sendo dono do segundo fornecimento de eletricidade mais caro do mundo, a Ethereum pós-fusão representará uma opção viável; 90% dos traders da Phemex acreditam que a fusão será concluída de acordo com o cronograma; 32% deles estão fazendo mais investimentos com a moeda devido ao aumento de oportunidades, e 60% acreditam que após a fusão o Ethereum poderia substituir o Bitcoin como a moeda mais usada globalmente.
A atualização da Blockchain Ethereum – programada para acontecer esta semana – anunciará uma nova era, não apenas para a sua moeda criptográfica, mas para a própria natureza dos investidores e o tipo de trading realizado com ela. De acordo com André Silvestrini, gerente de desenvolvimento de negócios do Brasil da plataforma de trading de criptomoedas Phemex, com sede em Singapura, a evolução de ‘proof of work’ (PoW, ou prova de trabalho em tradução livre) para ‘proof of stake’ (PoS ou prova de participação”) como um processo de validação é um verdadeiro divisor de águas para moeda e, potencialmente, toda a indústria.
“Entre outras mudanças originadas da ‘fusão da Ethereum’, a mudança para PoW reduzirá drasticamente a energia necessária para validar transações de acordo com algumas estimativas, essa economia pode chegar a 99% dos níveis atualmente exigidos (99,65% de acordo com a Ethereum Foundation). Ou seja, em vez de competir entre si para resolver cálculos matemáticos e verificar todos os aspectos de uma tradução, mineradores individuais serão selecionados aleatoriamente de um pool compartilhado para realizar o processo de validação, eliminando completamente a necessidade (e consumo de energia) da maioria dos mineradores ‘mal sucedidos’ inerentes ao protocolo PoW tradicional”, afirma André.
“É difícil superestimar o impacto das preocupações ambientais na adoção de criptomoedas, particularmente em um país como o Brasil, onde o esgotamento dos recursos naturais é uma questão amplamente discutida. Embora grande parte do debate tenha se centrado na suposta propensão do Bitcoin de consumir mais energia do que vários países latino-americanos inteiros a cada ano, as preocupações ambientais são endêmicas para todo o setor”, ele explica. Segundo dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, a eletricidade do Brasil é a segunda mais cara do mundo (depois da Colômbia), tendo aumentado de preço 47% nos últimos cinco anos.
“Essa realidade também tornou a adoção de criptomoedas (incluindo Ethereum) e a participação no processo de validação economicamente inviável no Brasil. Se a mudança para PoS levar ao tipo de redução de energia prevista, essa barreira à adoção simplesmente desaparecerá”, diz ele.
A outra vantagem resultante da fusão, de acordo com André, é o aumento drástico da velocidade das transações; mas – ele adverte – o impacto levará tempo para se materializar.
“A mudança para PoW ajudará a aumentar a capacidade do sistema – o volume de transações que podem ser validadas simultaneamente pode chegar a 100.000 por segundo, por exemplo. No entanto, este é certamente um benefício de longo prazo cujo impacto em termos de preços reduzidos do “gás”, por exemplo, provavelmente não será sentido imediatamente. A fusão pode ser considerada uma etapa oportuna e necessária.”
Os investidores que detêm posições de ETH em sua própria Blockchain não precisam realizar nenhuma ação durante a fusão; seus ativos serão contados automaticamente e continuarão funcionando como ETH no novo sistema.
“De acordo com a pesquisa global entre os traders da Phemex, 90% acreditam que a fusão será concluída dentro do cronograma, enquanto 32% estão realizando mais investimentos com a moeda devido ao aumento das oportunidades. Curiosamente, 60% acreditam que – após a fusão – o Ethereum poderia substituir o Bitcoin como a criptomoeda escolhida globalmente”, afirma André.
Ele conclui dizendo que “o Brasil será particular e positivamente impactado por essa mudança. Preocupações ambientais e econômicas em relação ao consumo de energia devem se dissipar criando novas oportunidades para uma nova geração de comerciantes e mineradores. Ambos representam o que chamamos de “geração cripto” da América Latina; cidadãos de mentalidade independente que vivem e trabalham de maneira cada vez mais descentralizada e que se definem por esse estilo de vida.”
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