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Remessas de smartphones encolheram 2,5% no segundo trimestre na AL

O segundo trimestre aprofundou a tendência de polarização, com o fortalecimento das faixas de preço abaixo de US$ 100 e acima de US$ 500

Remessas de smartphones encolheram 2,5% no segundo trimestre na AL

As remessas de smartphones na América Latina caíram 2,5% ano a ano no segundo trimestre de 2022, totalizando 32,2 milhões de unidades no período, segundo levantamento da Canalys. Isso segue uma queda também de 2,5% no primeiro trimestre, fazendo as duas primeiras quedas consecutivas na região da América Latina desde o início da pandemia no primeiro e segundo trimestres de 2020. Mas o número do segundo trimestre da América Latina supera o declínio global ano a ano (-9%), embora haja preocupações crescentes com mercados específicos, como Peru e Chile, que sofreram quedas de dois dígitos no trimestre.

Espera-se que os ventos contrários econômicos afetem os embarques no curto prazo, o que significa que a região da América Latina terá um crescimento de 0,8% em 2022 e 2,5% em 2023

“O segundo trimestre aprofundou a tendência de polarização, com o fortalecimento das faixas de preço abaixo de US$ 100 e acima de US$ 500”, disse Damian Leyva-Cortes, analista sênior da Canalys. “Esta tendência está beneficiando principalmente a Apple, já que todo o seu portfólio custa mais de US$ 500. A Apple juntou o sucesso do lançamento da série iPhone 13 com uma abordagem de preços conservadora que, em um ambiente hiperinflacionário, trouxe bons resultados na forma de crescimento de remessa de dois dígitos ano a ano de 16%. Lenovo e Samsung também se beneficiaram dessa tendência de elevar o valor de suas remessas, embora os números de vendas tenham sido prejudicados pela exposição a outras faixas de preço, com ambas as empresas vendo quedas abaixo do declínio geral do mercado”, observou.

Leyva-Cortes acrescentou: “O crescimento da Xiaomi no Brasil e na Argentina neste trimestre ajudou a manter o ímpeto na região e fechar a lacuna em relação ao segundo maior fornecedor, a Lenovo. Tanto a Lenovo quanto a Samsung estão superaquecendo o máximo que podem para impedir a Xiaomi de se estabelecer na Argentina e no Brasil, enquanto todas (incluindo a Xiaomi) estão superaquecendo no México e na Colômbia para proteger suas ações nesses mercados-chave da crescente concorrência”, explicou.

“Na extremidade inferior, a concorrência se intensificou devido a um número crescente de fornecedores de entrada, especialmente no México e na Colômbia”, disse Leyva-Cortes. “Os embarques na faixa de preço de US$ 100 a US$ 500 ainda representam mais de 70% de todos os embarques na região da América Latina, e em alguns mercados, como Chile e Colômbia, ainda estão crescendo. Como exemplo, a Vivo (fabricante) está ganhando participação de fornecedores mais estabelecidos, principalmente no Chile e na Colômbia, crescendo 80% e 110%, respectivamente”, comentou.

Outro exemplo é a Honor. Após o lançamento de sua série X, mais acessível, e apoiada por orçamentos de marketing substanciais, sua participação cresceu, chegando a 4% no Peru, 3% na Colômbia e 2,6% no México no segundo trimestre de 2022.” Enquanto os mercados latino-americanos são atingidos pela inflação, ainda há muitas demandas não atendidas. Então, enquanto isso, os fornecedores de smartphones devem se concentrar nos usuários finais e em seus diferentes desejos e necessidades. Como, por enquanto, os canais e principalmente as operadoras estão tratando todos os fornecedores de smartphones e seus produtos da mesma forma”, disse o analista.

Segundo ele, espera-se que os ventos contrários econômicos afetem os embarques no curto prazo, o que significa que a região da América Latina terá um crescimento de 0,8% em 2022 e 2,5% em 2023. Isso significa que a América Latina seria a única região do mundo a crescer em 2022, embora também seja a região mais lenta a se recuperar em 2023. Mas, ao olhar para o nível de país, o quadro varia muito de mercado para mercado”, finalizou.

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