A Service IT, empresa especializada em outsourcing e consultoria nas áreas de TI e segurança cibernética, apresentou um crescimento de 62% no faturamento anual em 2021, comparado com o ano anterior, com receita de R$ 150 milhões. Em vendas, a empresa praticamente dobrou o resultado nos dois últimos anos, com 95% de aumento a contar de 2019. É nesse contexto que a Service IT comemora 27 anos de atuação e anuncia as novas operações nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e DF, além de novos investimentos em Cloud, com foco em FinOps e gestão Multicloud. Quem conta nesta entrevista a trajetória de sucesso e os planos para o futuro é Eduardo Gallo, presidente da Service IT.
A Service IT completou 27 anos e vive hoje um bom momento. Quais foram os principais marcos nesta jornada?
A Service IT nasceu em Porto Alegre (RS) em 1995, criada por quatro ex-funcionários da IBM. Quando montamos a empresa, o foco era ser um canal da IBM, que estava fomentando a criação de canais para representar seus produtos. O nosso diferencial era a especialização em serviços, por isso do nome da empresa, e o foco na época eram os servidores Unix. Nos primeiros quatro anos expandimos para o Paraná, mais dois anos eu vim para São Paulo, trabalhei os três primeiros clientes aqui – Antarctica, Telesp e Multicanal. Foram projetos interessantes, que alavancaram a empresa. Fomos para a Argentina em 2001, Rio de Janeiro em 2007, Chile em 2014 e EUA em 2015.
Quais outros fatos foram importantes para a empresa?
Ao longo dos anos, a parte de serviços passou a ter um foco diferente, passamos a nos especializar em entregar o que vendíamos – vendíamos infraestrutura, com servidores e storages IBM, mas também fazíamos a implementação. A segunda coisa que a gente fez, que acho que é o principal motivo pelo qual temos sido bem-sucedidos, é que sempre estamos atentos às inovações do mercado. Em 2001, fomos a um evento internacional e descobrimos um software chamado VMware, que ninguém sabia o que era. Resolvemos trazer esse software para o Brasil, fomos o primeiro distribuidor da VMware aqui e o principal canal por muito tempo. Passaram-se os anos e aumentamos nosso portfólio, antes vendíamos só IBM e passamos a ser multivendor, um negócio mais complexo, pois canais que eram dependentes de um fabricante e tentaram ser multivendor tiveram muitas dificuldades, já que nenhum fabricante quer que você venda o concorrente. Mas decidimos mesclar os diversos fabricantes de infraestrutura em nosso portfólio, nos especializamos em serviços desses fabricantes e conseguimos um portfólio bem abrangente de soluções de infraestrutura.
Como foi a decisão de entrar nas áreas de serviços gerenciados e segurança cibernética?
Em 2016 fizemos um grande investimento na área de serviços gerenciados e 2017 na área de segurança. Em 2016 entendemos que já éramos bons em outsourcing, chamamos toda a estrutura de vendas da empresa para fazer um deep diving e colocamos todos para buscar oportunidades em management services. Essa área cresceu muito nos anos posteriores, mas explodiu em crescimento em 2020 no início da pandemia. Crescemos 60% no primeiro ano e 50% nos outros dois, em quantidade de clientes em management services, hoje temos mais de 100 clientes que a gente administra e monitora a infraestrutura. Em relação à segurança, já tínhamos uma relação com uma empresa gaúcha chamada Defenda, era uma empresa pequena, de nicho, mas muito competente, prestava serviços para grandes clientes. Resolvemos comprar a empresa em 2017. Seis meses depois da compra da Defenda, que hoje se chama Service IT Security, foi anunciada a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). O interesse dos nossos clientes por segurança aumentou e aproveitamos as oportunidades. Em 2020 veio a pandemia, as pessoas começam a trabalhar de casa e começam as ondas de invasões e ataques. A área de segurança então foi muito demandada. Em 2021, a área de segurança, que continua sendo uma empresa independente, valia 30 vezes mais do que quando a compramos em 2017. Nos últimos dois anos ela cresceu 400%. É o negócio da empresa que mais cresce.
Qual o impacto da mudança que vem ocorrendo no modelo de venda tradicional para o de consumo, com mensalidade?
A mudança para o modelo de consumo é realmente um desafio. Alguns fabricantes que representamos não possuem ainda um modelo de venda por consumo. Os nossos contratos de serviços já são de faturamento mensal, e quando os clientes pediam para pagar pelo hardware e software mensalmente, tivemos capacidade de investimento para comprar o equipamento e colocá-lo em nossa fatura de serviços. Temos vários casos em que compramos grandes servidores e equipamentos e colocamos em nossa fatura. Essa mudança aconteceu de forma mais fácil para nós do que para a maioria dos canais tradicionais.
A empresa já havia se preparado para essa mudança?
Em 2017, contratamos o Gartner para nos orientar sobre como seria o futuro da Cloud. O Gartner não nos falou somente sobre Cloud, mas também do consumo como serviço, que o futuro será como a conta de luz – consumiu mais paga mais, consumiu menos, paga menos. Se o cliente do futuro vai consumir Cloud, pagando por mês e pelo consumo, será que os clientes que continuarão na estrutura on-premises não vão querer consumir da mesma forma? Analisamos isso e reforçamos a ideia que teríamos de investir em infraestrutura para vender como serviço, junto com a nossa fatura.
Como estão os serviços voltados para a Nuvem?
Temos casos de sucesso na Nuvem, a Marabraz é um cliente que está 100% na Nuvem, nós fizemos a migração de tudo que era on-premises para a Nuvem, do que estava em uma Nuvem para outra, e nós hoje administramos e monitoramos tudo. A maioria dos parceiros de Cloud vende infraestrutura nos provedores e depois vira as costas e vai embora. Temos uma área que se dedica a fazer o projeto e a migração para Cloud, temos boas experiências de migração, e depois administramos a Nuvem. Este foi o principal investimento dos últimos anos e será nosso “pãozinho quente” dos próximos cinco anos. Outro investimento feito há dois anos foi em FinOps, a gestão financeira das Clouds – qual a melhor Cloud para usar, vale a pena trocar por questões de custos dependendo do tipo de carga etc. A maioria dos clientes não faz essa análise. Temos parceria com fabricantes de softwares específicos para FinOps, que nos permite não só acompanhar o uso, mas também projetar como vai estar o seu consumo no futuro. Com base nisso ele toma a decisão. Estamos tendo uma demanda muito grande. Temos um cliente que está poupando R$ 500 mil em Cloud por conta disso.
A Service IT também está abrindo escritórios?
Estamos realizando uma expansão geográfica, montamos um escritório em Salvador (BA) e em quatro meses estamos tendo resultados interessantes por lá. Acredito que o Nordeste seja um mercado bastante promissor, ele é carente de bons canais. Também iniciamos uma operação em Belo Horizonte (MG), com foco bastante específico com um único fabricante, mas acreditamos que temos bastante espaço para crescer. E temos mais duas outras regionais já previstas, uma no Espírito Santo e outro no Distrito Federal, ainda em planejamento, mas acreditamos no potencial dessas regiões.
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