5G mmWave tem grande potencial de mercado, afirma CEO da Ericsson

Em discussão sobre potencial do 5G, promovida nesta terça-feira (16/8) pela Qualcomm em São Paulo, Rodrigo Dienstmann, CEO da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, falou sobre o potencial que representa as bandas milimétricas (mmWave), também chamadas de bandas altas, com frequências acima de 24 GHz, para que seja possível explorar todo o potencial da conectividade 5G.

Ao oferecer taxas de velocidade sem precedentes, baixíssima latência e uma capacidade de conexão muito mais alta, as ondas mmWave são um recurso valioso para habilitar casos de uso de grande densidade, tais como em arenas esportivas, áreas urbanas densamente povoadas com um grande número de dispositivos móveis, além de serviços de missão crítica.

A introdução de novas bandas de frequência para 5G é realizada em combinação com as bandas existentes usadas hoje pelos provedores de serviços. Os efeitos combinados da mistura das bandas baixas, médias e altas para maior capacidade e cobertura são significativos.

Dienstmann mencionou diferentes experimentos e iniciativas 5G que a Ericsson está conduzindo no Brasil e no mundo usando frequências de 26-28 GHz, que vão desde o provimento de hotspots de altíssima capacidade de dados móveis em estádios e grandes eventos, até casos de Indústria 4.0, passando pelo fornecimento de banda larga residencial através do FWA (Fixed Wireless Access, ou banda larga fixa sem fio, que permite conexão sem fio entre locais fixos conectados).

“Há uma nova janela de oportunidades para o futuro que se abre com o uso de mmWave. E precisamos explora-la. Mas é importante ressaltar que alguns destes exemplos de uso prático, principalmente em indústrias, irão requerer a composição com um ecossistema de desenvolvedores de aplicação, de fabricantes de dispositivos e de integradores, para que toda essa revolução aconteça. O sucesso inicial dos casos de uso em frequências milimétricas é um testemunho da grande aplicabilidade e eficiência da tecnologia”, disse o executivo.

“O espectro mmWave complementa o uso do espectro de banda média, permite um benefício econômico significativo na implantação do 5G em vários casos de uso, além de permitir maior flexibilidade e maximizar a capacidade em testes e implantação comercial da nova tecnologia. Alguns casos de uso, na verdade, só são possíveis com essa combinação de espectros”, ressaltou Dienstmann.

E complementou: “À medida que o 5G avança, os provedores de serviços precisarão se concentrar em otimizar o uso das bandas baixa, média e alta para atender a casos de uso existentes e gerar novos. 5G mmWave é uma maneira inteligente de fazer as duas coisas. A Ericsson já trabalha com vários provedores de serviços no mundo que identificaram essa oportunidade e decidiram explorar ativamente maneiras de estender a banda larga móvel aprimorada para empresas e aproveitar a oportunidade da Indústria 4.0. A Ericsson tem a visão, o know-how e a tecnologia para apoiá-los em todas as etapas do caminho”.

As diferentes bandas de 5G

As bandas baixas 5G oferecem cobertura 5G nas distâncias mais longas. São geralmente baseadas em Frequency Division Duplex (FDD) e são novos (por exemplo, 700MHz) ou já estão em uso e podem ser reaproveitados para 5G via compartilhamento de espectro. A família de frequências de banda baixa abrange 600MHz a 2600MHz. A característica de frequência mais baixa das bandas baixas torna este espectro especialmente adequado para fornecer cobertura de área ampla.

As bandas médias 5G (Sub-6, também conhecidas como FR1) fornecem capacidade adicional, embora em uma distância mais curta. Elas geralmente estão alocadas entre 2.300 MHz e 6.000 MHz, onde a banda de frequência de 3.500 MHz é a mais comum para lançamentos de 5G. As bandas médias são ideais para implantações massivas da tecnologia MIMO (Multiple Input, Multiple Output).

As bandas altas de 5G (mmWave, também conhecidas como FR2) são encontradas na faixa de 24 GHz a 40 GHz. Eles fornecem grandes quantidades de espectro e capacidade nas distâncias mais curtas. Eles também usam MIMO massivo para expandir a capacidade e estender a cobertura. Além disso, incluem segmentos de amplo espectro disponíveis para 5G, juntamente com latências mais baixas.

Serviço
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