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Odata aposta no aumento da procura por conectividade e nos avanços tecnológicos

A seção Entrevista traz Ricardo Arantes, CEO da Odata, provedora brasileira de Data Center, que fundou a empresa em 2015 e que hoje opera no Brasil, Colômbia e México. Ele fala sobre mercado, tendências tecnológicas e de futuro. Confira.

Odata aposta no aumento da procura por conectividade e nos avanços tecnológicos

Hospedagem de Dados
Com a chegada da nova geração de conectividade, acontecerá um aumento massivo de Dados que precisará ser processado de forma eficiente. Os Data Centers serão pontos centrais da estrutura e devem estar bem-preparados para uma grande procura

Como avalia o mercado de centros de dados no País?
O Brasil possui o principal mercado de Data Centers da América Latina, impulsionando mais de 40% do investimento total na região. Segundo relatório divulgado em 2021 pela ReportLinker, são cerca de 17 provedores terceirizados operando em mais de 44 instalações no País e mais de US$ 680 milhões gerados apenas em 2020. A aceleração da transformação digital, projetada pela pandemia da Covid-19, aqueceu o setor e houve um aumento no desenvolvimento de Data Centers em hyperscale, colocation e investimento por provedores em Nuvem. Além disso, as empresas de Cloud services querem e precisam estar perto dos seus usuários. Portanto, a tendência é o número de Data Centers no Brasil crescer, mas a quantidade de provedores diminuir. Isso será acelerado a partir das implementações de redes 5G pelas operadoras após o leilão realizado. Os investimentos em mais espaços de armazenamento de Dados ficarão ainda mais fortes. Esses fatores, aliados a um mercado que historicamente tem um gap de alguns anos de infraestrutura e virtualização, colocam o Brasil como um dos principais países para atrair tal demanda. Apesar de todos esses benefícios, ainda é necessário investir mais em mão de obra especializada, já que a escassez do mercado de Tecnologia da Informação continua recorrente.

O que a Odata oferece ao mercado?
Seguimos os mais exigentes padrões internacionais de design e gerenciamento de projetos, aliando alto desempenho e confiabilidade a uma operação eficiente, segura, escalável e sustentável. Entre os nossos serviços está o Data Center Colocation, uma opção acessível em comparação à construção e à manutenção de uma estrutura interna. É um serviço unificado, onde o cliente pagará uma taxa mensal para hospedar o servidor em suas instalações, independentemente do tamanho da estrutura ou da quantidade de racks. Além disso, o Colocation é fisicamente mais seguro do que um modelo de hospedagem interna, porque os Data Centers remotos têm diversas camadas de Segurança, seja ela física ou de rede.

Os investimentos em mais espaços de armazenamento de Dados ficarão ainda mais fortes  

Qual é o modelo de vendas?
A maior força da Odata vem da venda direta do time comercial, que atua de forma hunter, com vendedores que vão diretamente aos clientes, e de maneira farmer, onde identificam diversas oportunidades de negócios nos clientes. É importante sempre manter contato com possíveis leads, nesse mercado; o networking tem um grande peso. Uma outra estratégia é o nosso marketplace, um espaço onde os clientes colocam suas soluções e podem conversar entre si. Neste caso, a Odata oferece a estrutura de base para as companhias ampliarem a oferta de serviços. É válido para o parceiro, já que todas as empresas que fazem parte do ecossistema agregam valor e eliminam a concorrência. E é importante para o cliente, que numa mesma ferramenta encontra soluções que viabilizem a mudança da infraestrutura para um Data Center e outras tecnologias necessárias para o seu negócio acontecer, o que de alguma forma, nos tornam parceiros nas vendas.

Qual a capacidade dos Data Centers da Odata?
A Odata possui cinco Data Centers ativos, sendo três deles no Brasil, um na Colômbia e outro, recém-inaugurado, no México. Com toda a nossa capacidade ativa e sob construção, teremos 58MW, com expectativas de expansões a mais de 100MW com o exercício de opções de crescimento de contratos atuais. Além de ter grandes polos ao redor da América Latina, no ano passado, fizemos aquisições de terrenos para aumentar a oferta, porque esperamos uma grande demanda. Investimos em infraestrutura tecnológica também voltados aos pilares do ESG, que são de suma importância para a Odata. Além de investir em fontes renováveis de energia, temos programas e iniciativas de eficiência energética, reuso de água, e circularidade de resíduos. Entendemos que um Data Center eficiente deve gastar mais energia no funcionamento do equipamento de TI do que no resfriamento do ambiente. Nós seguimos esse preceito ao implementar uma série de ações e programas, como sistema Free Cooling, arrefecimento mais eficiente, redução no desperdício de água por meio de sistema de circuito fechado, entre outros.

Há planos de expansão?
Sim. Estamos em constante expansão não só no Brasil, mas também na América Latina. Recentemente, inauguramos o maior Data Center do México, com capacidade total de 32MW, além de já estarmos planejando o nosso segundo campus. Nós também estamos construindo um segundo Data Center na Colômbia e, no Chile, temos duas construções em marcha, um deles se tornará um dos maiores da América Latina com capacidade de 40MW. No Brasil, em 2021, fizemos expansões do DC SP02, em Hortolândia, e do DC SP01, em Santana do Parnaíba, ambos em São Paulo. Já neste ano, iremos inaugurar nosso primeiro Data Center no Rio de Janeiro, também iremos iniciar a construção do SP04 em Osasco (SP) e trabalhamos em outro no campus do DC SP01Santana de Parnaíba.

De forma geral, esse mercado está preparado para a exponencial geração de Dados?
A Transformação Digital traz eficiência operacional ao mercado, redução de custo e ganho de produtividade.  Há uma nova necessidade de fazer que o Dado transite mais rápido para melhorar a experiência do usuário e reduzir a latência, o que faz com que os provedores de Nuvem venham a fornecer capacidade local. Então, quando olhamos todo o cenário, a projeção para o futuro é bem positiva, estamos apostando nisso. Entretanto, o mercado brasileiro não está preparado para a carga de Dados do Metaverso, por exemplo, ainda temos um longo caminho, há uma enorme diferença de quantidade de Data Centers no Brasil em comparação com Estados Unidos e Europa. Porém, como integrante de um setor que não foi afetado pela crise econômica mundial, a Odata aposta no aumento da procura por conectividade e nos avanços tecnológicos. Com a chegada do 5G no Brasil, a expectativa de demanda para o Metaverso, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, só tende a crescer, já que todas essas tecnologias precisam de mais espaços em Data Centers.

Como atua frente à demanda gerada por novas tecnologias?
Com o 5G e banda larga desembarcando em todo o mundo, as possibilidades crescem bastante, uma vez que sua maior velocidade e baixa latência possibilitam a ascensão de tecnologias que demandam a transmissão de um grande volume de Dados. Embora não sejam novidades, a IA e a IoT são dois exemplos de soluções vantajosas para as indústrias e para os consumidores, que poderão ser adotadas e integradas com maior assiduidade ao dia a dia das pessoas. São elas que promovem o aumento de desempenho em diferentes tipos de sistemas, oferecendo aos negócios benefícios como assegurar maior eficiência e inteligência na análise e aplicação de Dados, bem como a capacidade de utilizar dispositivos que geram e capturam informações com mais facilidade. Como resultado, temos um aumento exponencial no tráfego de Dados, o que exige mais robustez por parte das infraestruturas de conectividade e de soluções em Nuvem, além dos próprios Data Centers. Dessa forma, planejar o desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica que possua capacidade técnica suficiente, é primordial para que o desenvolvimento das tecnologias disruptivas se torne realidade e apresente efeitos significativos aos negócios. Por isso, estamos preparados para essas demandas, o importante é ter espaço disponível nos terrenos de Data Centers e acima de tudo, energia assegurada para abranger todo o volume de Dados que as novas tecnologias exigem.

Qual sua opinião quanto à Computação de Borda?
Com a chegada do 5G no Brasil, seu uso impulsionará a adoção, em maior escala, de recursos baseados em Internet das Coisas, Big Data e Realidade Aumentada, entre outros, que exigem uma conexão mais rápida e segura. Isso significa que a quantidade de Dados circulando tende a crescer exponencialmente. Portanto, companhias de diferentes segmentos já detectaram que a Computação de Borda (Edge Computing) é um caminho determinante para diminuir o tempo de espera na troca das informações e assegurar maior estabilidade. O Edge Computing é uma abordagem essencial para o desempenho da rede 5G. Então, para habilitá-la, é necessário contar com infraestruturas localizadas em pontos estratégicos. É exatamente aqui onde entra o Colocation, serviço de Data Center terceirizado oferecido pela Odata, no qual, uma instalação dedicada à hospedagem de equipamentos, geralmente é construída em pontos bem localizados para viabilizar a implementação de servidores próximos tanto das companhias quanto dos usuários finais. Neste modelo de serviço, o caminho percorrido pelas informações diminui bastante, aumentando a estabilidade, a agilidade e a confiabilidade da rede.

Como a quinta geração de conectividade impacta a empresa?
Com a chegada da nova geração de conectividade, acontecerá um aumento massivo de Dados que precisará ser processado de forma eficiente. Os Data Centers serão pontos centrais da estrutura e devem estar bem-preparados para uma grande procura. Além disso, a alta disponibilidade de energia, capacidade e flexibilidade são algumas das características necessárias para esse novo momento. Porém, a Computação de ponta ainda não substitui a necessidade de um Data Center, não sendo suficiente para aguentar todo o volume de processamento e armazenamento, por isso, a evolução do serviço será fundamental. O mercado já vem se preparando para atender a tais exigências do 5G, com servidores mais rápidos, compactação mais eficiente e aprimoramento da capacidade computacional. Para os grandes Data Centers interessará a disseminação, principalmente por conta das novas aplicações que devem ser utilizadas futuramente com a necessidade de menor latência. É preciso que invistam em infraestrutura de rede e suporte, para que as empresas de Telecom consigam oferecer o serviço da forma correta e os benefícios sejam percebidos pela população e pelas empresas. O uso desta tecnologia em diferentes segmentos ainda inexplorados ou com pequena adoção, beneficiará a vida de grande parte da população. Por isso, todo o ecossistema de Data Center deverá estar pronto para acompanhar esse crescimento e iremos continuar com o plano de expansão acelerado e analisando novos investimentos e potenciais movimentações estratégicas que sejam benéficas para a evolução do 5G no País.

Foto: Ricardo Arantes, CEO da Odata
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