A utilização de drones para a entrega de produtos, liberado recentemente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pode reduzir custos e otimizar o tempo de entregas. Essa é a opinião do especialista Victor Hugo C. de Albuquerque, membro sênior do Instituto de Engenheiros, Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), organização técnico -profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e professor do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará.
Segundo o especialista, a solução aprovada pela Anac permite, de forma organizada e recorrente, um canal expresso aéreo, em rotas fixas, para promover um ganho logístico significativo. “Torna-se uma solução mais verde, porque será possível atender, de forma mais rápida, além da redução de riscos tanto para o entregador como para o produto, que passa por períodos menores de exposição no transporte.”
O membro sênior do IEEE acredita que a resolução representa apenas o começo de uma estratégia para a introdução de uma tecnologia que vai permitir o acesso a oportunidades de negócios e empreendedorismo. “É importante que o desenvolvimento de novas tecnologias, em benefício da sociedade, possa ser recebido de forma entusiasmada pela população, como ferramenta alternativa ou complementar capaz de auxiliar no dia a dia, ao invés da antiga e errônea visão da robótica, de retirada de empregos, que na verdade, requer uma mão de obra especializada.”
Há algum tempo, os drones deixaram de ser um brinquedo e são comumente empregados de forma útil e séria em operações diversas, inspeção de edificações e sistema de geração de energia, além da utilização em eventos e filmagens. “Durante a pandemia, a utilização de drones foi fundamental, uma vez que é possível otimizar o transporte de equipamentos de proteção individual (EPI), avaliar aglomerações e mensurar temperaturas. Entre outras aplicações, tem-se a detecção automática de incêndios, principalmente florestais, como um equipamento de segurança”, afirma.
Para o especialista, a decisão da Anac pode incrementar ainda mais esse sistema, já bastante utilizado em outros países. “Entretanto, alguns pontos devem ser levados em consideração como tempo de voo, peso de materiais, tempo de bateria, comunicação do drone com outros equipamentos, incluindo outros drones, robos terrestres e carros autônomos, entre outros desafios”, adverte Albuquerque.
Com rotas pré-estabelecidas, a decisão da Anac não deve impactar todo o contexto de processos de tele-entrega e transporte de bens leves, visto que a carga útil ainda está limitada a 2,5 quilos até o momento.
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