Empresas e indústrias passarão a construir pontes sobre ilhas de automação, e o uso de robôs digitais em trabalhos pessoais, individualizados, será uma realidade pujante. Estas foram duas das principais previsões da UiPath para 2021 – empresa global na automação de processos e tarefas repetitivas via o RPA (Automação Robótica de Processos) – comunicadas ao final do ano passado durante o UiPath Reboot Work Festival. “Resumidamente, elas ilustram o que significa a automação em sua forma mais holística, englobando tanto processos empresariais ou industriais do negócio, quanto as atividades burocráticas que cada um desempenha no seu setor”, diz Edgar Garcia, diretor comercial da UiPath para a América Latina.
Garcia alerta que na medida em que a automação se torna uma prioridade para líderes de diversos segmentos no mundo (conforme a pesquisa global “O Futuro do Trabalho”, realizada no ano passado pela Forrester Consulting, 50% das empresas consultadas pretendiam investir mais no uso de robôs digitais para a automação de processos) torna-se muito importante discutir a automação não somente no fluxo corporativo da empresa mas também no aspecto pessoal do colaborador. “Ambos os tipos de automação são fundamentais para uma empresa totalmente automatizada. Focar em apenas um tipo limita o quão grande podemos pensar a automação. Precisamos reformular a conversa para falar de forma mais holística, sobre como a automação pode impulsionar a transformação digital”, diz Garcia.
Segundo o executivo, as automações no nível empresarial, no âmbito do negócio, são, normalmente, as primeiras que uma empresa busca, porque as oportunidades tendem a ser mais evidentes e os benefícios, muito claros. Segundo estudo da Mackinsey, cerca de 60% das ocupações têm pelo menos 30% dos seus fluxos automatizáveis. “No entanto, muito trabalho ainda vive no nível pessoal, e olhar para este lado é importante para a escalada massiva no programa de automação de uma organização”, diz Garcia. “Isso significa possibilitar aos profissionais a construção de uma automação pessoal, individualizada, para lidar com tarefas exclusivas, como envio de e-mails, arquivamentos, agendamentos etc. Este tipo de automação pode atingir uma escala muito significativa e gerar um retorno financeiro igualmente importante, além de mais satisfação interna”, diz.
Neste último quesito, pesquisa global da IDC aponta que 71% dos profissionais consultados afirmaram se sentir felizes e otimistas – e não ameaçados – com a possibilidade de os robôs digitais tomarem parte do seu trabalho diário.
“Tomemos como exemplo uma seguradora: um colaborador pode usar uma automação pessoal para extrair dados de sistemas de terceiros para avaliar riscos; ou o gerente de relacionamento pode configurar uma automação para validar e reconciliar dados em um sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente; ou ainda, um oficial de sinistros pode trabalhar com um robô para agir rapidamente para resolver um incidente de cliente”, exemplifica Garcia.
Porém, o executivo alerta que executar um programa de robô eficaz para cada pessoa, em escala, requer treinamento, gerenciamento e governança. De acordo com o relatório de tendências Blissfully SaaS de 2019, as empresas usam “137 aplicativos SaaS exclusivos em média” – um aumento de 30% em relação a 2018. “Assim, a automação pessoal sem governança cria o mesmo efeito em torno do programa de automação corporativo. Portanto, é de vital importância que, ao habilitar automações pessoais, a empresa se certifique da implementação de plataformas adequadas, assim como ferramentas de governança”, diz Garcia.
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