Com o desafio de continuar fortalecendo o ecossistema de tecnologia e inovação em Santa Catarina e colocar o estado no radar global, a Associação Catarinense de Tecnologia, ACATE, completa 35 anos no mês de abril. Apesar do momento de crise mundial, a associação segue desenvolvendo programas e projetos estruturantes para fomentar o empreendedorismo tecnológico, formar e atrair novos talentos para o estado. Hoje, conta com 1,4 mil empresas associadas e está presente em 9 polos regionais.
As aceleradas transformações digitais ocorridas em decorrência da pandemia do coronavírus acenderam um sinal ainda maior de alerta para o setor de tecnologia. Ao mesmo tempo que inúmeras empresas conseguiram crescer ofertando suas soluções ao mercado, a falta de mão de obra qualificada se acentuou. Por este motivo, um dos principais objetivos da ACATE para os próximos anos é contribuir de forma efetiva para a capacitação de novos profissionais. Em 2020 a entidade iniciou um mapeamento estadual para identificar o volume e o perfil dos profissionais demandados nas diferentes regiões do estado, que servirá de insumo para futuras parcerias e ampliar iniciativas como o programa DEVinHouse, que está formando desenvolvedores e inicia em breve novas turmas.
“É uma situação global que também se reflete aqui: ter profissionais qualificados para que o setor continue se desenvolvendo. Todas as esferas da sociedade precisam se envolver, e a ACATE busca atuar junto ao Governo no fortalecimento da formação de base, despertando o interesse dos jovens para a área, além de estimular as empresas para que fortaleçam sua cultura para atrair e reter talentos. É uma área com empregabilidade muito alta e remuneração quase três vezes superior ao salário médio nacional”, destaca Iomani Engelmann, presidente da ACATE.
Quando a ACATE começou, em 1986, a trilhar o caminho do setor tecnológico no Estado, os números alcançados eram impensáveis na época. Hoje são mais de 12 mil empresas no setor, que faturam R$ 17,7 bilhões, e empregam 56,5 mil pessoas, segundo dados do ACATE Tech Report 2020. Na contramão da crise, a ACATE conseguiu realizar as mudanças necessárias para apoiar na velocidade com que as empresas foram desafiadas a produzir tecnologia e inovação e registrou um crescimento de 295 empresas associadas, 10,5% a mais do que em 2019.
A capilarização da atuação da entidade para todas as regiões de Santa Catarina é um dos pontos de crescimento. Hoje, a ACATE possui em seu Conselho empresas de todos os portes e diferentes polos, inaugurou novos Centro de Inovação em parceria com o Governo e outras entidades e, mais recentemente, levou a metodologia MIDITEC para Joinville. Na visão do presidente Iomani Engelmann, isso demonstra a importância das conexões e do desenvolvimento de iniciativas conjuntas. “Ao longo de toda a trajetória da ACATE, sempre ficou claro que, quando o ecossistema é unido, todos se fortalecem. O fato de termos crescido em número de associados no último ano demonstra o valor que a entidade leva para todas as empresas e para a sociedade”, explica.
A Associação foi fundada em 1° de abril de 1986 com o objetivo de administrar o Condomínio Industrial de Informática (CII), prédio que abrigava as primeiras empresas de tecnologia de Florianópolis. Ao longo destes 35 anos, foram inúmeras conquistas e desafios para o desenvolvimento do setor. A criação do MIDI Tecnológico em 1998, incubadora gerida pela ACATE e mantida pelo Sebrae/SC, é um dos marcos. Outro importante momento da história mais recente da ACATE foi a inauguração, em 2015, da sua nova sede no Centro de Inovação ACATE (CIA) – Primavera, em Florianópolis.
Nos últimos anos, a ACATE recebeu diversos prêmios, como o de Melhor Hub de Inovação do país em 2018 e 2019 pelo Startup Awards; o MIDITEC foi eleito com uma das cinco melhores incubadoras do mundo segundo o UBI Global em 2018 e 2019, e obteve a certificação CERNE 2, sendo uma das sete primeiras incubadoras do país a ganharem este reconhecimento, das mais de 380 que existem. Além disso, participou de duas missões internacionais com a presidência da república – Índia e Estados Unidos.
De olho no futuro: atração de investimentos
Mesmo com números expressivos ao longo de 35 anos de atuação, Iomani explica que a ACATE quer continuar avançando no objetivo de colocar Santa Catarina no cenário global. “Temos o desafio de aumentar a atração de investimentos para o estado. Mesmo em meio à pandemia, já foram injetados mais de R$ 2 bilhões na aquisição de empresas catarinenses. Acredito que no Brasil já existe um reconhecimento do nosso estado, por isso também trabalhamos fortemente o tema da internacionalização”, conta. Ele ainda ressalta que, além dos investimentos internacionais, a criação de fundos estaduais é fundamental.
“Temos o fundo de R$ 100 milhões Invisto com a ACATE, que está sendo muito bem aceito pelo mercado, com perspectivas de fechar a rodada de captação antes do previsto. Os desafios são inúmeros, mas revisitando todo o caminho que a ACATE percorreu e conseguimos chegar até onde estamos, vejo que vamos chegar muito mais longe”, finaliza.
Serviço
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