Somente no último dia 18 de setembro entrou em vigor a Lei 13.709/08 – Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que regulamenta a troca, o tratamento e tudo mais que pode envolver dados pessoais sob égide da organização.
E uma pesquisa realizada pelo IPRC (Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental) traz um dado alarmante: 60% dos profissionais não dão tratamento adequado às informações confidenciais da organização em que trabalham. Desses, 13% apresentam baixa resiliência no tema, indicando que tendem a vazar informações em troca de benefícios pessoais diretos, como dinheiro ou presentes. Já os outros 47% não guardam sigilo das informações da sua organização por não perceberem a sua importância, ou ainda, por receberem benefícios indiretos no seu vazamento, como por exemplo, status social ao demonstrarem possuir esse conhecimento para outras pessoas da sua rede de relacionamento.
Apenas pouco mais de 1/3 dos profissionais (35%) denotam saber lidar adequadamente com tais informações, tendo consciência de que se trata de um bem, mesmo que intangível, da organização.
Foram analisadas as respostas de 2.435 funcionários de diferentes níveis hierárquicos (estratégico, tático e operacional) de 24 empresas privadas situadas no Brasil. O objetivo era compreender a visão do indivíduo frente a hipóteses de conflitos éticos e seu nível de resiliência a estes dilemas que poderão estar expostos no ambiente organizacional.
Renato Santos, especialista em compliance e diretor do IPRC, explica que o vazamento de informações é a exposição intencional de dados que não deveriam ser públicos ou abertos a determinado receptor em troca de algum benefício ou prejuízo da organização.
Ele acredita que uma das formas de prevenir essa situação é a aplicação do teste de integridade. Essa ferramenta consiste na simulação de situações antiéticas com o objetivo de avaliar a predisposição do indivíduo para cometer atos imorais ou ilícitos. “É um instrumento importante para medir a resiliência do sujeito diante de um dilema ético e, consequentemente, proporciona subsídios para mitigar o problema na organização. No entanto, não podemos cair em uma visão binária e ingênua ao tentar classificar o avaliado como íntegro ou não íntegro. O ideal, portanto, é demonstrar de que forma as convicções comportamentais do avaliado se distinguem dos valores do avaliador”, explica Santos.
Segundo o especialista, é preciso investir na ampliação da percepção moral do indivíduo, por meio do investimento na instrução. “E a instrução, por sua vez, é mais ampla do que capacitar a equipe exclusivamente para a atividade profissional em sua dimensão técnica. Daí a necessidade de investimento em programas de promoção da ética de forma mais detalhada e aprofundada”, enfatiza.
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