O ano ficará marcado pelos impactos da pior pandemia dos últimos 100 anos, mas que foi superada pelo uso intensivo de tecnologia. União e trabalho associativo são elementos chave para manter crescimento do setor de distribuição de TI.
Foi como um ataque surpresa que começa uma guerra. A analogia serve para o ano de 2020 e a maior crise sanitária do século, quando a pandemia nos pegou desprevenidos e alterou os planos de todos – incluindo o setor de distribuição de Tecnologia. Antes disso, estávamos prontos e otimistas. Sim, vínhamos de alguns anos de crise. Desde 2015, o setor enfrentou turbulências, com subida do dólar, recessão e redução de investimentos por parte das empresas. Somam-se a isso mudanças drásticas no comportamento do mercado e dos consumidores, que apostaram fortemente na mobilidade e na nuvem, por exemplo, entre tantas outras coisas.
No começo de 2020, o mercado brasileiro havia igualado os níveis de receitas de 2013. O mercado internacional andava bem, e o dólar, apesar de alto, estava em patamar assimilado pelas organizações. Era um ambiente favorável, com planejamento de viés positivo. Mas, em algumas semanas, nossa expectativa virou de cabeça para baixo. A tempestade era inesperada e imprevisível.
Durante 15 dias tudo parou e um grande ponto de interrogação ficou no ar. O que esperar? Ninguém tinha condições reais de lidar com aquilo de imediato. E, durante 60 dias, a atividade econômica recuou completamente.
Mas há um efeito positivo da crise: o mundo apostou em tecnologia, o que fez boa parte do setor de TI crescer. As empresas voltaram a acreditar que precisam tirar projetos do papel, pois a transformação é urgente. Tecnologia deixou de ser obrigação e se tornou, de uma vez por todas, negócio.
Em 2021, quando fizermos a Pesquisa Setorial de Distribuição de TI em parceria com a IT Data, ficará claro e demonstrado que boa parte dos associados cresceu, muitos deles acima de dois dígitos.
No entanto, os distribuidores só terão dimensão exata dos efeitos da pandemia quando fecharem seus balanços anuais. Será que, junto com o crescimento não planejado trazido pela “onda” de transformação na pandemia, veio também eficiência e sustentabilidade? O ônus do crescimento terá sido maior que o crescimento em si? Que variáveis de 2020 responsáveis pelo crescimento tão acelerado permanecerão em 2021?
Vitória e união associativa
No setor, foi ressaltado o associativismo e a importância da cooperação em 2020. Minha impressão é de que as empresas se aproximaram mais, estão mais ativas na busca de soluções para problemas comuns. Perceberam que viver coletivamente dá certo, mesmo da distância de nossos home offices.
Para a Abradisti isso significou uma estrutura fortalecida de grupos de trabalho. Mudamos nosso site para distribuir conteúdo de forma mais abrangente e lançamos novos serviços, como a consultoria para LGPD. Uma de nossas iniciativas, o Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletrônicos, ganhou novos contornos.
Do ponto de vista jurídico, firmamos nosso papel na defesa dos interesses da distribuição de TI. A vitória na ação que questiona a classificação fiscal de placas de vídeo e a obtenção de mandado de segurança impedindo cobrança de ICMS sobre Software no estado de São Paulo são exemplos.
Isso mostra que, por mais difícil que tenha sido 2020, o setor de distribuição é capaz, unido, de superar desafios. E 2021 promete ser ainda melhor.
Por Mariano Gordinho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação – Abradisti
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