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Huawei busca ampliar ecossistema de parceiros

Em evento online, empresa chinesa mostrou que é global, ética e que seu portfólio vai muito além da tecnologia 5G
Huawei busca ampliar ecossistema de parceiros

No mundo todo, a chinesa Huawei vem sofrendo um cerco sem precedentes que tenta bani-la da infraestrutura de telefonia móvel 5G, tecnologia que ela lidera. Na guerra comercial entre EUA e China, o governo de Donald Trump criou um programa chamado Clean Network, que conclama os países a impedirem a Huawei de fornecer sua tecnologia, alegando que serviriam para espionagem em favor do governo chinês. Na segunda-feira (23/11), o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, postou uma mensagem em rede social dizendo que o governo brasileiro já declarou apoio ao Clean Network e a uma rede 5G segura e sem espionagem da China. No dia seguinte a postagem foi apagada após uma dura reação da embaixada chinesa.
Neste contexto, a Huawei Brasil vem buscando ampliar seu ecossistema de parceiros, aproveitando para mostrar como a empresa atua no país e no mundo, desmistificando essa versão de espionagem. Ontem (25/11), Ricardo Matsui, diretor de Desenvolvimento de Canais da empresa, participou do webinar Huawei & Agora Digital Partner Summit, juntamente com o distribuidor Agora Telecom. O objetivo foi recrutar novos parceiros comerciais.

A gente não gosta de vender nossos serviços, preferimos que o parceiro venda, mostrando sua relevância frente ao cliente e fazer mais dinheiro  

O curioso é que, no final da sua apresentação, Matsui contou que em toda visita que faz a clientes, ele deixa bem claro que a Huawei é uma empresa global e ética. “Somos uma empresa extremamente rígida em relação à privacidade, regras e regulamentações, e também na forma de fazer negócios, não só através dos nossos parceiros de mercado, mas principalmente como internamente nos comportamos em trabalhar com eles”, afirmou.
O executivo contou que a Huawei é uma empresa mundial, presente em mais de 170 países e regiões do globo, empregando mais de 190 mil funcionários. “Desse total, pelo menos metade está focado em pesquisa e desenvolvimento, por isso podemos oferecer tecnologia de ponta, de última geração. Estamos posicionados na Fortune 500 na posição 49 e a nossa marca tem crescido muito de valor, temos a posição 74 medida pela Interbrand”, disse Matsui. “A Huawei é uma empresa jovem, de 1987, mas hoje somos a sexta maior empresa de tecnologia do mundo”, afirmou.
Para desenvolver tecnologia de ponta, como 5G, Cloud, IA e Wi-Fi 6, a empresa afirma investir em P&D entre 10% e 15% do faturamento. Segundo o executivo, os investimentos já somam mais de US$ 90 bilhões.
A empresa está no Brasil há cerca de 20 anos e neste período construiu uma malha de logística sólida. “Conseguimos suportar todos os clientes em diferentes regiões. Dentro das capitais, podemos atender uma troca de peça em até 4 horas em um raio de 100 km”, afirmou Matsui. “Temos vários outros investimentos locais realizados, temos centro de fabricação, de logística e de treinamento, além dos nossos parceiros em educação. Também temos alguns contratos de parceria em P&D, pois a nossa estratégia é focada no desenvolvimento em diferente locais no mundo, incluindo o Brasil”, salientou.
Ele contou que no escritório em São Paulo a empresa mantém um Open Lab, o segundo na América Latina. “É um centro de customização de soluções, onde os parceiros podem trazer suas tecnologias. Temos uma área reservada, com acesso a toda a nossa infraestrutura para customização e integração das nossas soluções, fazer teste e demonstrações para clientes”, explicou Matsui.
Programa de canais
Segundo o executivo, o programa de canais da Huawei é bem simples e não difere muito do que é ofertado no mercado. “Temos parceiros One Tier, que tem um contrato direto conosco, que faz a compra e a importação direta através da Huawei, como a Agora Telecom. O parceiro One Tier pode fornecer para outros parceiros One Tier e também para parceiros Two Tier, que são as revendas em geral, que faz a venda para o cliente final”, explicou Matsui. Além disso, os parceiros são classificados como Autorizado, Silver, Gold e VAP, os três últimos dependem de certificações e performance de vendas.
Matsui adiantou que, graças a um acordo com a Agora Telecom, a distribuidora irá ofertar um programa de certificação gratuita. No evento, a Agora se limitou a dizer que no início do ano irá apresentar um novo programa próprio de canais e que na ocasião irá revelar os detalhes, mas que vai incluir treinamento, apoio às revendas e benefícios.
Quanto ao programa de canais atual da Huawei, Matsui disse que os benefícios são pautados dependendo do nível do parceiro – quanto maior o seu nível, maior o benefício. Há também outros benefícios como fundos de marketing, desenvolvimento conjunto do mercado, geração de demanda, capacitação e certificação da equipe. “Oferecemos esses diferentes incentivos e os cálculos são fechados a cada trimestre. Quando o parceiro chega ao nível de certificação, qualquer real que vender, ele receberá uma parte de volta na forma de rebate. Não temos um mínimo a atingir”, explicou.
Em relação a serviços, Matsui comentou que a Huawei é uma empresa que gosta de deixar o parceiro ganhar dinheiro. Dessa forma, ela prefere que o parceiro venda o serviço e ganhe por isso. “Temos duas classificações de serviços: os que a Huawei faz toda a tratativa com cliente, seja primeiro e segundo nível, com troca e reposição da peça, chamado Hi-Care, ou o que chamamos Co-Care, em que fazemos o básico da troca de peça e disponibilizamos o suporte de terceiro e quarto nível e o parceiro faz todo o atendimento principal com o cliente. Mas a gente não gosta de vender nossos serviços, preferimos que o parceiro venda, mostrando sua relevância frente ao cliente e fazer mais dinheiro”, comentou.
Serviço
www.huawei.com
 

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