Conhecido como Sistema Financeiro Aberto, o open banking é a próxima etapa da maior Transformação Digital do nosso sistema financeiro. Ele prevê um ambiente de negócios com compartilhamento de dados entre instituições, com a autorização dos consumidores. Criado pelo Banco Central, seu objetivo é ampliar a competição entre as empresas, oferecendo aos clientes condições mais vantajosas, tanto em termos de qualidade dos produtos como de preços mais competitivos.
Precedido pelas criações do cadastro positivo, sistema que avalia todo o histórico de pagamentos do consumidor para a concessão de crédito, do Pix, plataforma de transações instantâneas, e pela promulgação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que regulou as atividades de tratamento de dados pessoais, o open banking irá promover uma integração inédita. Ele irá empoderar o consumidor, que terá mais opções de escolha, contribuindo para a entrada de novos players num mercado tradicionalmente restrito.
Essa grande evolução já é realidade em diversos países desenvolvidos, como a Inglaterra. No Brasil, a expectativa é que a primeira fase do cronograma do Sistema Financeiro Aberto tenha início em novembro, com o compartilhamento de dados de canais de atendimento, produtos e serviços entre instituições financeiras. A princípio, apenas os maiores bancos brasileiros serão obrigados a participar do sistema – outras empresas como administradoras de meios de pagamentos e fintechs também poderão participar, desde que compartilhem informações da mesma forma.
Na prática, o open banking prevê que os bancos operem com plataformas abertas, consumindo e compartilhando dados através de APIs, que são conjuntos de rotinas e padrões de programação para acesso a um software ou plataforma online. O consumidor poderá, por exemplo, permitir que um banco concorrente acesse seu histórico no banco em que é correntista há muito tempo, conseguindo adquirir produtos bancários com preços reduzidos ou negociar menores taxas de juros com essa outra instituição.
Porém, o open banking será apenas viável com adaptações na infraestrutura tecnológica das empresas. E isso inclui a implantação de plataformas que permitam a conexão com seus parceiros, requisito básico para funcionamento do sistema. A preferência é que elas sejam flexíveis e de arquitetura abertura, facilitando a integração através de APIs para compartilhamento de dados.
Na esteira das diversas transformações do nosso sistema financeiro, o open banking deve trazer inúmeros benefícios ao consumidor e ao mercado, proporcionando diversas oportunidades e elevando o patamar tecnológico do País. No entanto, sua implantação e adaptação deve nos reservar alguns desafios, que são esperados em momentos de grandes mudanças. Por conta disso, as empresas devem se antecipar, reavaliando sua estrutura e processos, para planejar como será sua integração ao novo sistema.
Por Daniel Arraes, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Fico para a América Latina
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