A pandemia de Covid-19 deixa a certeza de que novas crises virão no futuro, sejam elas sanitárias, climáticas ou econômicas, impactando o ambiente de negócios, e que a resiliência, que é a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças, tornou-se imprescindível para o sucesso no mundo atual. Esta foi a mensagem deixada por Jean-Philippe Courtois, EVP e presidente de Vendas Globais de Marketing e Operações da Microsoft no evento digital Reimagine Latin America, que ocorreu ontem (17/11) e reuniu executivos e profissionais de negócios de toda a região.
Segundo o executivo, as organizações que já embarcaram na jornada de transformação digital foram capazes de responder rapidamente à medida que a crise impactou seus segmentos. “Seguindo nossa missão na Microsoft, que é capacitar cada pessoa e cada organização do planeta a alcançar mais, a pandemia nos deu um propósito fortemente coletivo, conforme assistimos nossos clientes e comunidades durante a pandemia”, citou Courtois. “Estamos focados em impulsionar um crescimento econômico amplo e inclusivo através da combinação do poder das tecnologias avançadas com uma mentalidade empreendedora nas organizações para a construção de suas próprias capacidades digitais. Isso é fundamental para alcançarmos a agilidade e resiliência no mundo atual”, comentou.
Segundo Courtois, as organizações empoderadas com os recursos digitais estão construindo uma sólida fundação para a retomada. As tecnologias habilitadas para Nuvem permitem que essas empresas utilizem ferramentas e capacidades eficientes e autossuficientes para adequar suas necessidades e manter seus funcionários produtivos. Com base nesse propósito, a Microsoft anunciou a disponibilidade de habilidades digitais gratuitas para toda a região, trabalhando com governos, ONGs e o setor acadêmico para ajudar os cidadãos na conquista de importantes habilidades e no melhor proveito das oportunidades.
Foi nesse sentido que a Microsoft anunciou em outubro o programa Mais Brasil, um plano de fomento que tem como objetivo contribuir para o crescimento do País, criando oportunidades de emprego e promovendo a sustentabilidade. Como parte do plano, a Microsoft expandiu sua oferta de serviços em Nuvem, estabeleceu uma aliança com o Ministério da Economia para capacitar gratuitamente 5,5 milhões de pessoas e auxiliar até 25 milhões de trabalhadores na busca por emprego por meio do Sistema Nacional de Empregos (Sine). Na ocasião, a empresa também anunciou um novo esforço para ajudar a proteger a Floresta Amazônica do desmatamento usando Inteligência Artificial (IA).
Courtois também observou que o sucesso da transformação digital depende muito de mudanças culturais nas organizações, e que a diversidade e a inclusão ajudam neste sentido. Não é uma tarefa fácil mesmo para um gigante como a Microsoft. Recentemente, ela divulgou que estava sendo investigada pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos após anunciar a intenção de dobrar o número de negros e afro-americanos nos cargos de gerente, colaboradores individuais e líderes até 2025. Isso poderia constituir, na visão desse departamento, discriminação ilegal com base na raça, o que violaria a Lei dos Direitos Civis. Algo semelhante ocorreu no Brasil com a Magazine Luiza (Magalu).
Estratégias digitais
No evento, executivos do Boston Consulting Group (BCG) apresentaram alguns dados do estudo O Caminho Digital para a Resiliência Empresarial, que analisa estratégias que permitem que as empresas aproveitem as adversidades. Comparando empresas globais e latino-americanas (Argentina, Brasil, Chile e México), o estudo mostra que a maturidade digital foi o que separou os vencedores dos perdedores durante a crise de Covid-19.
Globalmente, os líderes digitais foram menos impactados e se recuperaram mais rapidamente do que as empresas que estão demorando para se transformarem digitalmente, os chamados retardatários digitais. Os líderes digitais agora atuam em um nível semelhante ao anterior à pandemia, enquanto a capitalização de mercado dos retardatários digitais ainda está 9% abaixo dos níveis pré-crise. Na América Latina, as empresas foram mais atingidas pela pandemia, mas a diferença entre os líderes e os retardatários digitais é maior do que globalmente: a capitalização de mercado dos líderes digitais latino-americanos caiu 17%, contra 31% dos retardatários.
O BCG analisou mais de 3,5 mil empresas em todo o mundo, incluindo 250 companhias da América Latina, e usou seu Índice de Aceleração Digital para medir os níveis de maturidade digital e de resiliência. As empresas latino-americanas estão à frente da curva em termos de resiliência, perdendo apenas para a Ásia.
Como a região há muito experimenta níveis mais elevados de volatilidade, isso tornou os latino-americanos mais adaptáveis. Como mostra a pesquisa do BCG, 85% dos executivos latino-americanos esperam aumentar os investimentos em transformação digital neste período de pandemia, um compromisso muito mais forte em comparação com 65% de seus pares globais. O estudo do BCG mostra que isso provavelmente valerá a pena: se bem feito, esses investimentos aumentarão a resiliência, a agilidade, a estabilidade e a produtividade da força de trabalho, resultando em um melhor desempenho financeiro, muitas vezes mais do que duplicando o crescimento do valor das empresas.
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