O trabalho em redes associativas — em que empresários de um mesmo setor se unem para ganhar força no mercado — não é novidade no Brasil. É crescente o exemplo de empreendedores que buscam por meio dessa modalidade formas de superar ou ajudar outras parceiras a passarem pela instabilidade econômica e garantirem a sustentabilidade dos negócios. O gesto é um sinal de estreitamento dos laços profissionais e do compartilhamento de ideias entre setores, que podem buscar maneiras conjuntas de enfrentar os problemas. Nesse sentido trabalha a AutoRede, fundada em 2005, que conta com 20 empresas dos segmentos de mecânica, elétrica, direção hidráulica, retífica de motores, funilaria e pintura.
A rede trabalha com o objetivo de desenvolver o empreendedor do segmento de serviços automotivos, com foco no ganho de resultado e performance. Fornecendo serviços de natureza jurídica, técnica, informativa, econômica, fiscal e social de interesse comum aos seus membros. Há dois anos a rede aderiu à plataforma de gestão Área Central, visando obter informações concretas sobre o real poder de compra exercido pela AutoRede.
“Os benefícios de se associar são muitos. Manter-se conectado a uma associação relacionada às atividades da empresa ajuda o empreendedor a somar forças, o que gera novas oportunidades de negócio, identificação de cenários antecipados para decisões certeiras, negociação de linha de crédito, políticas públicas para o segmento, negociação com fornecedores, entre outras”, comenta Jonatan da Costa, CEO da Área Central, empresa especialista em tecnologia para gestão de redes e centrais de negócios. Quando unidos em grupos associativos, os empreendedores têm mais força, conseguem reduzir custos, realizar boas práticas e aumentar o poder de barganha com os fornecedores. Esse modelo de negócio permite empoderamento aos mais diversos segmentos, o que se torna um diferencial importante no momento em que estamos vivendo.
AutoRede aposta na tecnologia
Gerson Luiz Flesch, Presidente da AutoRede explica que a rede sempre fez acordos comerciais com fornecedores — realizar comprar em conjunto é um diferencial dos modelos associativos — porém, as definições de termos eram prejudicadas, pois não havia como mensurar corretamente as compras feitas nos fornecedores porque a relação de produtos ofertados é extensa: “como consequência, nossos acordos comerciais tinham baixa adesão, eram pouco rentáveis e instáveis”, explica ele sobre as dificuldades enfrentadas antes da parceria com a Área Central. Por meio de uma plataforma de gestão, que leva o mesmo nome da empresa, a AutoRede agora pode negociar melhores preços com fornecedores e centralizar a sua gestão.
Ele conta que os primeiros resultados do uso foram vistos no semestre seguinte: “ao analisar o comportamento de compras dos associados, identificamos novos fornecedores que seriam possíveis parceiros. Foi caso de um acordo fechado com a empresa Auto Pratense que ainda está em vigência”. Atualmente, em um cenário de utilização do software, os acordos comerciais, que são realizados por meio das similaridades de consumo dos associados mapeadas por meio do Área central, passaram a gerar ganhos significativos: a margem de desconto varia entre 3% a 2% de acordo com o produto.
Hoje a plataforma é vista como essencial para a gestão da AutoRede, e a utilização é feita, em maior parte, pela diretoria e pelo departamento financeiro — os associados também tem acesso. Dentre os benefícios da plataforma listados pela AutoRede, estão acompanhamento de acordos comerciais, compartilhamento de informações e acompanhamento financeiro detalhado. “Foi por meio do Área Central que conseguimos realizar um acordo com um fornecedor de lubrificantes automotivos. Por meio da plataforma visualizamos o histórico de compras dos associados, conseguindo unificar os principais óleos utilizados, visto que existe uma variação muito grande na oferta, possibilitando um novo acordo com rebate”, finaliza Gerson.
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