Forrester divulga suas previsões para 2021

Todos os anos, mais ou menos nesta época, no outono do Hemisfério Norte, antes do Halloween, a Forrester costuma publicar suas previsões de mercado e de tecnologia. Como ninguém previu a pandemia de Covid-19, as do ano passado, a grosso modo, não se concretizaram, ou se ocorreram, como o crescimento dos serviços em Nuvem, foram por outros motivos. Muito do que está por vir em 2021 dependerá do desenvolvimento de uma vacina eficaz e do resultado da eleição presidencial americana e como irá se desenrolar a guerra comercial entre EUA e China.
Dave Bartoletti, vice-presidente e analista principal da Forrester, aposta que em 2021 a Nuvem impulsionará a maneira como as empresas se adaptam ao que ele chama de novo e instável normal. “Ninguém sabe até que ponto continuaremos a trabalhar em casa, fazer compras online ou evitar viagens aéreas, mas está claro que cada empresa deve se tornar mais ágil, responsiva e adaptável do que nunca”, diz.

Segundo ele, depois de alguma redução nas taxas de crescimento da receita da Nuvem pública no final de 2019, a pandemia turbinou o mercado em meados de 2020, e a Forrester agora prevê que o mercado global de infraestrutura de Cloud pública crescerá 35%, para US $ 120 bilhões em 2021. A chinesa Alibaba ocupará a terceira posição no mercado global, atrás da AWS e Microsoft Azure.
Antes da pandemia, diz Bartoletti, cerca de 20% dos desenvolvedores usavam regularmente funções de contêiner e sem servidor para criar novos aplicativos e modernizar os antigos. “Prevemos que 25% dos desenvolvedores não usarão servidores e quase 30% usarão contêineres regularmente até o final de 2021, criando um pico na demanda global por plataformas de desenvolvimento de contêiner multicloud e serviços de contêiner/servidor em Nuvem pública”, prevê.
Antes da pandemia, poucas empresas protegiam dados e cargas de trabalho na Nuvem. Em 2021, a Forrester estima que mais 20% das empresas mudarão as operações de Recuperação de Desastre para a Nuvem pública e não sentirão saudades de como era antigamente.
Pessimismo
Já Matthew Guarini, diretor de Pesquisas da Forrester, afirma que as previsões do ano passado não deram tão errado. Foi previsto que as incertezas de 2020 criariam oportunidades de liderança para os CIOs. “É verdade que nos concentramos nas incertezas imediatas, como guerras comerciais, Brexit e eleições. Uma pandemia certamente não estava no radar, mas previmos a colisão de uma quantidade sem precedentes de coisas estranhas prestes a cair. E nosso objetivo naquela época era preparar líderes de tecnologia e suas equipes para a única constante verdadeira em nosso futuro: montagem e mudança rápida”, lembra Guarini
O executivo faz uma previsão arriscada. Para ele, até 20% das empresas listada na Fortune 500 não conseguirão sobreviver inteiras até o fim de 2021. A pandemia revelou as falhas na tecnologia de muitas empresas e sua falta de adaptabilidade e resiliência. Em pânico com a pandemia, essas empresas e seus líderes de tecnologia foram encontrados atolados em band-aids, como modernização, simplificação e consolidação de tecnologia. “E, por causa disso, o jogo final não será bonito. Para alguns, seus ativos serão dissolvidos ou comprados, outros simplesmente sairão do mercado”, sentencia.
Para Guarini, o papel do CIO nunca foi apenas sobre tecnologia, mas a atual postura geopolítica e astúcia das maiores economias do mundo agora tornam a compreensão dos assuntos atuais mais vital do que nunca. As nações estão levantando barreiras e escolhendo lados, deixando cada vez mais expectativas de que as empresas sigam o exemplo ou sejam consideradas não patrióticas. “Como resultado, 75% dos CIOs multinacionais se desligarão de fornecedores tecnicamente sólidos em 2021 por razões puramente políticas”, afirma.
Serviço
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