A necessidade de isolamento social e redução de atividades presenciais acelerou o processo de transformação digital durante a pandemia. Em junho, mais de 8,7 milhões de brasileiros ainda trabalhavam de forma remota, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. No Itaú Unibanco, três quartos das contas abertas nos últimos dois meses foram via aplicativo. Entre os clientes do Banco do Brasil, as transações feitas pelo app tiveram um salto de 76%. As vendas realizadas por comércio eletrônico aumentaram 145% no primeiro semestre de 2020, no comparativo com o mesmo período de 2019, segundo o estudo “E-commerce na Pandemia”, da Nuvemshop. E nem mesmo a descoberta de uma vacina fará a sociedade voltar ao que era antes: o novo normal já é digital.
Como se não bastasse, a busca por medidas para frear o contágio da Covid-19 acelerou a necessidade de ferramentas tecnológicas inteligentes, que não exigem contato físico para a autenticação ou a identificação – o que também exclui a verificação biométrica por meio de reconhecimento da digital. “O fato de digitar ou encostar o dedo no mesmo dispositivo que outras pessoas não é nada higiênico e pode, inclusive, ser um meio transmissor de doenças, como a Covid-19″, ressalta Ferreira.
Por tudo isso, o cenário pós-pandemia mostra-se altamente favorável ao avanço do reconhecimento facial – um recurso baseado em algoritmos responsáveis pelo cruzamento de dados e detecção de padrões para garantir que o rosto detectado é de determinada pessoa. E o mercado já se movimentava a favor da migração para essas soluções. Em estudos realizados pela Mastercard, em conjunto com a Universidade de Oxford, afirmam que 93% das pessoas preferem usar biometria em vez de senhas e 92% dos bancos do mundo têm a intenção de adotar esse tipo de solução. Um relatório da Capgemini também mostra que 44% dos espanhóis preferem autenticação de reconhecimento facial para bancos, pagamentos e aeroportos para evitar a contaminação com o novo coronavírus.
Um mapeamento da Surfshark revela que 98 países já usam o reconhecimento facial em algum tipo de vigilância pública. A tecnologia também passou a ser utilizada em escolas, espaços comerciais, condomínios, instituições financeiras, hospitais, planos de saúde e poder judiciário. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos estima que o reconhecimento facial examinará 97% dos passageiros de companhias aéreas até 2023. A expectativa é que esse mercado, estimado em US$ 3,2 bilhões em 2019, alcance US$ 7 bilhões em 2024, segundo a MarketsandMarkets.
A validação biométrica com reconhecimento facial e confirmação de dados é a aposta da Tecnobank para dar mais segurança às operações online. A empresa lançou no Brasil um hub de soluções antifraude com assinatura eletrônica, validação documental e reconhecimento facial, chamado VerifiKey. A plataforma transforma a selfie em um hash biométrico no processo de onbording (processo de cadastro, formalização e aprovação digital do cliente), valida em bases oficiais e compara o hash com outro gerado no instante da assinatura com maior segurança e agilidade. Ferreira explica que, em menos de 6 segundos, é possível se ter a confirmação sobre quem é a pessoa que está fazendo determinada transação ou assinando determinado documento. A respeito da segurança do reconhecimento facial, Ferreira garante que, atualmente, é a melhor opção do mercado. Mas alerta: “as tecnologias se mostram eficazes até que alguém aprenda a burlar. Então, é preciso evoluir os algoritmos constantemente”.
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