Uma pesquisa global realizada pelo Gartner mostrou uma valorização dos Chief Information Officers (CIOs) dentro das corporações durante a pandemia do coronavírus, já que tiveram de encontrar soluções para que os colaboradores pudessem trabalhar em casa. Mas, para manterem o prestígio conquistado, eles terão de enfrentar desafios mais complexos nas etapas de recuperação dos negócios. Esta é uma das conclusões do estudo Gartner CIO Research Circle, que ouviu executivos de tecnologia do mundo todo.
De acordo com pesquisa, 43% dos líderes de TI afirmam que o planejamento para a estratégia de retomada dos negócios já começou, enquanto 38% disseram que ainda estão lidando com os efeitos da pandemia, embora prevejam que em breve focarão exclusivamente na retomada.
“Em muitas organizações, os CIOs foram fundamentais para lidar com o impacto inicial da pandemia. As empresas continuam operando com uma grande carga de aplicações sustentadas pela área de TI, permitindo que uma boa parte dos colaboradores trabalhe em casa. Consequentemente, muitos diretores e especialistas agora têm uma nova oportunidade de se sentar à mesa com os executivos de negócios para decidirem a estratégia empresarial e quais linhas devem ser ampliadas e quais precisam ser reduzidas”, diz Andy Rowsell-Jones, vice-presidente de Pesquisa do Gartner.
O estudo mostrou que a crise do coronavírus melhorou o relacionamento dos CIOs com os líderes de negócios, e que essa perspectiva gerou benefícios para os dois lados. Quase 75% dos entrevistados disseram que educaram seus CEOs e outros líderes durante a crise, enquanto dois terços dos CIOs tiveram acessos a informações sobre as operações de negócios.
“O envolvimento aprimorado com o CEO se origina dos recursos de negócios fornecidos pela TI durante a resposta inicial à pandemia”, diz Rowsell-Jones. “Por exemplo, 67% dos CIOs disseram que assumiram a liderança de iniciativas de alto impacto durante o processo de trabalho neste período. Isso provavelmente se refere ao apoio às medidas de trabalho remoto para os funcionários, já que 70% dos CIOs listaram o suporte para que os funcionários pudessem trabalhar de casa como sua realização de maior orgulho na resposta à crise. No entanto, essa boa vontade com o CEO desaparecerá rapidamente, a menos que os especialistas de TI possam estendê-la, ajudando a empresa a entregar outras iniciativas de alto impacto necessárias durante a recuperação”, afirma o executivo.
Redefinir estratégias
Se por um lado o CIO ficou no holofote neste período, por outro não houve uma grande reorganização das áreas de TI, e projetos em andamento podem ter sido adiados. Muitas equipes de TI, por exemplo, estavam em processo de mudança para um modelo de entrega mais centrado no produto, quando a pandemia atingiu e substituiu esses planos por algo mais imediato. Entretanto, o que funcionou bem durante a resposta inicial à pandemia não levará a empresa ao sucesso, por isso elas estão agora redefinindo suas estratégias.
Assim, os CIOs terão de fazer mudanças substanciais para ajudar suas empresas a alcançar os principais objetivos de negócios durante a recuperação. A pesquisa mostrou que os diretores e líderes de TI já reconhecem algumas das mudanças na estrutura que precisam fazer, mas muitos não percebem até que ponto.
O Gartner perguntou aos entrevistados sobre as mudanças de prioridade que fizeram em resposta ao coronavírus. Uma grande porcentagem citou a mudança da cultura organizacional e alinhar as prioridades de negócios. No entanto, os líderes que mudaram as prioridades o fizeram apenas em pequena escala, o suficiente para lidar com a crise imediata.
“Para que a organização de TI desempenhe um papel maior no desenvolvimento e na execução da estratégia de negócios, os CIOs terão de fazer um grau muito maior de mudança em muitas áreas. Por exemplo, usar serviços em nuvem para implementar aplicações de forma mais rápida para funcionários remotos pode representar uma mudança significativa na plataforma de algumas empresas, mas permanece dentro do reino das operações”, observa o analista. “Uma estratégia de TI orientada para os negócios provavelmente envolveria a construção de uma plataforma de tecnologia de negócios digital, que é uma tarefa longa e complexa,”, afirma Rowsell-Jones.
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