Nos últimos meses, a rápida disseminação do Covid-19 no Brasil obrigou a sociedade a se adaptar rapidamente a uma nova realidade. O distanciamento social trouxe inúmeros desafios, que quebraram paradigmas culturais e de negócios em todas as esferas, e impulsionou a tecnologia como viabilizadora de processos a distância. Com isso, a computação em nuvem também ganhou força e espaço, conquistando a confiança de líderes e empreendedores.
Antes da pandemia, já existiam iniciativas digitais em diversos setores, porém os custos com tecnologia eram vistos como gastos necessários, e não como investimento ou estratégia de negócio. Com a chegada da crise, a situação se inverteu, e o que era tendência tornou-se realidade. Assim, além de alterar nossa rotina e nossos hábitos, a pandemia digitalizou o mundo em tempo recorde. Companhias digitalmente preparadas foram menos prejudicadas com o processo de adaptação e garantiram a continuidade das operações com mais agilidade.
No processo de aprendizado dos novos modelos de trabalho remoto, a nuvem sobressai por apresentar duas características essenciais: elasticidade para se expandir ou reduzir e serviços on demand. A consultoria Gartner aponta que os investimentos em nuvem, especialmente em nuvem pública, continuarão a crescer no Brasil, e podem mais que dobrar em moeda local nos próximos três anos.
Nesse cenário, Glauco Volpe, head de Serviços de Cloud e Infraestrutura da Infosys Brasil, aponta algumas tendências que devem surgir no médio e longo prazo pós-covid-19:
• Gestão de cloud híbrida e multicloud como diferencial: as previsões do Gartner para o cenário global já apontavam que, até 2021, 75% das grandes empresas implementariam pelo menos uma plataforma de integração híbrida, com capacidade para múltiplos provedores de nuvem, ante menos de 25% em 2018. De fato, o processo de Transformação Digital demanda suporte de especialistas para analisar quais cargas de trabalho irão para a nuvem e quais seguirão on premise. Além disso, após a migração, é preciso saber gerenciar e orquestrar os diferentes ambientes de dados. Por isso, profissionais e consultorias com esse conhecimento serão mais demandados.
• Capilaridade da segurança: à medida que as organizações aumentam seu consumo na nuvem, também exigem mais soluções de segurança baseadas em cloud. Isso inclui a proteção de informações essenciais contra sequestro (ransomware), roubo, vazamento de dados e exclusão. Outro aspecto a ser considerado é que, com o trabalho remoto, os dispositivos utilizados pelos colaboradores em casa devem ser incluídos nos planos de continuidade de negócios, levando em conta a questão da segurança.
• Demanda por estabilidade: a pandemia acabou com a crença, em muitos setores, de que home office não funciona. Por isso, a demanda por estabilidade na conexão, acesso e troca de dados deve se intensificar ainda mais, para que os colaboradores possam atuar em qualquer lugar e a qualquer momento. Assim, serão necessárias políticas públicas e investimentos em infraestrutura para viabilizar o acesso estável e eficiente.
• Crescimento do e-commerce e de serviços online: outro vetor impulsionado pela pandemia foi o de compras pela internet e serviços de streaming de vídeos. O crescimento desses serviços também direciona os investimentos em nuvem, à medida que os varejistas, produtores de conteúdo e mesmo governos ampliam suas plataformas de vendas e atendimento on-line.
“De agora em diante, analisaremos com mais critério a necessidade de deslocamento para realizar uma reunião, fazer as compras do mês e até mesmo apenas ir ao escritório físico para mais um dia de trabalho. A pandemia trouxe muitas dores, mas criou um pensamento mais estratégico e assertivo, no qual a tecnologia encurta as distâncias e agrega valor ao contato remoto. Este é o momento de criar um futuro mais conectado e eficiente”, finaliza Volpe.
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