Começar o dia perguntando ao assistente de voz sobre o clima na cidade pode trazer riscos à privacidade durante o trabalho? A popularização dos dispositivos de assistente de voz em casa, seja Amazon Alexa, Google Assistant, Siri da Apple ou Microsoft Cortana, oferece uma série de facilidades para a rotina. A Eset, empresa que atua em detecção proativa de ameaças, faz um alerta sobre essa função e dá dicas sobre como usuários podem manter a segurança de informações pessoais ao mesmo tempo em que desfrutam dessa tecnologia.
Apenas diga as palavras
Um estudo recente realizado pelo Imperial College London juntamente com a Northeastern University examinou quantas vezes os assistentes de voz são ativados sem que a palavra ativadora seja usada. Os dispositivos foram submetidos a 125 horas de conteúdo da Netflix, e o conteúdo verbal foi analisado através do texto da legenda fechada do programa para eliminar os momentos em que um ator poderia ter usado a palavra de ativação real. Os dispositivos interpretaram erroneamente uma palavra e foram ativados até 19 vezes por dia.
O experimento foi repetido 12 vezes com o mesmo conteúdo e o resultado mostrou pouca ou nenhuma consistência: menos de 9% de todos os diálogos “mal interpretados” conseguiram ativar novamente o mesmo dispositivo em 75% ou mais das repetições. Alguns dispositivos foram ativados por padrões específicos de palavras ou sons de letras; por exemplo, o Alexa foi ativado em palavras que contêm um “k” e soam semelhantes ao Alexa, como “exclamation” (exclamação) ou “Kevin’s car” (carro do Kevin). Ao não ser capaz de replicar o mesmo resultado do teste, percebe-se que há um nível de aleatoriedade nas ativações indesejadas.
Quando o assistente digital acorda e ganha vida, o dispositivo captura as interações para que possam ser analisadas e, em seguida, aplicadas de acordo com as instruções. Alguns sistemas mantêm uma gravação de voz ou transcrição de texto das interações até o momento em que sejam removidas pelo usuário ou pela política do fornecedor, dependendo do tempo ou de outros critérios.
Exclua o histórico
Para evitar qualquer ativação inesperada ou que ativações sejam armazenadas, o assistente pode excluir a última interação. Por exemplo, se durante um programa de TV o dispositivo despertar por engano, uma resposta sua como “Alexa: exclua o que acabei de dizer” removerá a última interação. Para os mais preocupados com a privacidade, dizer “Alexa: exclua tudo o que eu disse hoje” pode fazer parte da rotina antes de ir dormir.
Caso o assistente digital tenha sido apresentado a amigos digitais adicionais, como um sistema de automação residencial, a interação será analisada e a instrução ou solicitação será transferida para os outros dispositivos. O tipo de dado compartilhado dependerá da funcionalidade dos serviços ou dispositivos adicionais.
Portanto, é bom lembrar que o dispositivo ouve constantemente, sendo ativado sob demanda ou aleatoriamente e potencialmente armazenando a interação para sempre. E, em algumas circunstâncias, talvez converse com outros amigos digitais para atender às solicitações deles.
Escolha bem o espaço de trabalho
Para quem trabalha regularmente em casa, a primeira atividade do dia pode ser participar de uma videoconferência com a equipe da empresa. Se, em circunstâncias normais, existe um espaço de escritório aberto e colaborativo, provavelmente um espaço privado deve ser utilizado para participar de videoconferências mais confidenciais, a fim de evitar o compartilhamento inadvertido de informações.
Entretanto, quando o colaborador está trabalhando em casa com a presença de um assistente digital que está constantemente ouvindo tudo o que é dito no ambiente e não é um colaborador da empresa vinculado a qualquer contrato de confidencialidade, é melhor ter um cuidado extra, até mais do que no escritório.
Desligue a câmera e o microfone
Ao fazer uma videoconferência confidencial enquanto trabalha em casa, é recomendado que se desligue o microfone e a câmera do assistente digital para evitar o compartilhamento de informações confidenciais. Se for difícil desconectar o assistente, a dica é alterá-lo para um modo operacional “conforme necessário” enquanto estiver trabalhando.
O risco não é apenas o compartilhamento excessivo de informações com o fornecedor do assistente digital, também existe o risco de um criminoso obter acesso à conta do usuário ou gerar uma brecha de dados que afeta o fornecedor e, consequentemente, ter acesso a todas as interações anteriores.
A Eset possui o portal #quenãoaconteca, com informações úteis para evitar que situações cotidianas afetem a privacidade online.
Para saber mais sobre segurança da informação, entre no portal de notícias da Eset: http://www.welivesecurity.com/br/2020/04/22/teletrabalho-seu-assistente-de-voz-deve-estar-ligado-ou-desligado
Serviço
www.eset.com/br
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