A mais recente pesquisa Panorama Mobile Time Opinion Box sobre comércio móvel no Brasil aponta que o uso do celular como ferramenta para compras de mercadorias físicas e serviços continua a avançar no Brasil. O estudo contatou que, em três anos, a proporção de internautas brasileiros que já experimentaram o chamado comércio móvel cresceu 20 pontos percentuais, saltando de 62%, em março de 2016, para 82%, agora em março de 2019. Roupas, eletroeletrônicos e refeições são as categorias de produtos mais comprados via app no Brasil.
A penetração do m-commerce é mais alta entre brasileiros com maior renda, chegando a 90% nas classes A e B, enquanto é de 79% nas classes C, D e E. A diferença social também aparece quando se pergunta aos consumidores móveis quem fez compras por app nos últimos 30 dias: 76% nas classes A e B, ante 65%, nas classes C, D e E.
“Para muitas pessoas de renda mais baixa, o celular é o único instrumento para a realização de compras on-line. O IBGE informa que a penetração de smartphones é maior que a de computadores nos lares brasileiros. E mesmo quando uma família pobre possui um computador, não necessariamente este está conectado à Internet, em razão da cobertura limitada das redes cabeadas e do alto preço do acesso de banda larga”, comenta Fernando Paiva, editor do Mobile Time e coordenador da pesquisa. “Isso se reflete quando é perguntado aos consumidores móveis se eles realizam mais compras pelo smartphone ou pelo desktop. Na média nacional, 71% compram mais pelo smartphone. Porém, a proporção é maior entre aqueles das classes C, D e E (74%) do que entre aqueles das classes A e B (62%)”. “Nessa mesma pergunta, nota-se uma diferença regional. A preferência pelo smartphone é menor no Sudeste (67%), onde há maior acesso à banda larga fixa, do que no Centro-Oeste (77%), Nordeste (76%), Norte (73%) e Sul (73%)”.
WhatsApp como ferramenta de m-commerce
Outra característica marcante no mercado brasileiro apontado pela pesquisa é o uso do WhatsApp como um aplicativo de comércio móvel, geralmente para a contratação de serviços de profissionais autônomos ou encomendas para pequenos estabelecimentos comerciais de bairro. 61% dos consumidores móveis brasileiros já encomendaram produtos por esse app de mensagens. Novamente há uma diferença por classe social. O uso do WhatsApp para comércio móvel é maior nas classes C, D e E (62%), do que nas classes A e B (56%). Também há diferença regional neste caso, sendo mais comum no Norte (77%) e menos no Sul (57%) e Sudeste (58%). Além disso, a compra via WhatsApp é mais comum entre mulheres (66%) do que entre homens (55%).
Mercado Livre na liderança
O aplicativo mais frequentemente usado para compras pelo smartphone no Brasil é o Mercado Livre, que lidera esta pesquisa desde a sua primeira edição, por vezes empatado tecnicamente com a Americanas.com, mas que, desta vez, abriu uma distância considerável. O Mercado Livre cresceu bastante em um ano. Em março de 2018 foi citado por 31% dos consumidores móveis brasileiros como um dos apps que usam com mais frequência para compras. Agora, em março de 2019, esse percentual é de 41%, o mais alto já registrado por um aplicativo de m-commerce desde a primeira edição da pesquisa, cinco anos atrás. Merece destaque também o desempenho de Americanas.com, iFood e Magazine Luiza, que registraram crescimentos expressivos em um ano, figurando entre os quatro mais populares.
Foram entrevistados ao longo de março deste ano 2.115 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone. A pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%. O relatório completo está disponível para download em https://panoramamobiletime.com.br/comercio-movel-no-brasil-abril-de-2019/
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