Os Millennials ditaram as regras comportamentais de consumo nos últimos dois anos trazendo inúmeros desafios ao mercado com suas vontades baseadas nas diversas frentes sensoriais da experiência. O tempo verbal está correto: eles ditaram, no passado. Agora há uma nova corrente que chega para impactar a relação cliente/empresa. É o pós-consumidor.
Diferente das gerações anteriores, leia-se Z, Y, X e Baby Boomer, o conceito não se encaixa em uma determinada faixa-etária, mas sim é estereotipado por uma série de comportamentos e, principalmente, por um novo mindset. Essa nova ideia é uma ruptura de padrões e regras impostos pela sociedade econômica nos últimos 70 anos.
O pós-consumidor representa pessoas ávidas a viverem sua maioridade e idade adulta de forma intensa, como jovens no ápice de seus 20 anos, mas acumulando experiências mais breves diante de expectativa de vida longeva, sem as dores, preconceitos e padrões grisalhos da maturidade.
Em linhas gerais, o pós-consumidor pode ser eu, você, avós, pais ou tios dos membros das gerações dos millennials e da Z, que adotaram hábitos,desejos e demandas que, antes, não faziam parte de suas próprias realidades Ou seja, qualquer um de nós se encaixa neste novo padrão, uma que vez o conceito é mais do que um definição grupal, é uma ideia, é um estilo de vida.
O pós-consumidor demandará mais das empresas. A jornada e a experiência de consumo serão multidimensionais, transcenderá os limites entre o clique do e-commerce e passada pela vitrine nas lojas físicas. É uma silenciosa e potente revolução tecnológica invisível no front das lojas, marcada em criar emoções e em construir relacionamentos através de uma comunicação personalizada e uniforme.
Na prática, eles esperam a proatividade necessária das marcas ao consumirem um serviço ou produto. Necessidade esta que tem de ser de maneira tão antecipada a ponto da companhia compreender as demandas destes clientes antes mesmo deles estruturarem na mente.
Basicamente, o pós-consumidor deseja que as empresas estejam em par com suas eventuais necessidades antes mesmo de elas serem formalizadas. Além disso, a fluidez é outra característica deste grupo. Não querem processos burocráticos e tarefas que gerem esforço para o consumo – como dificuldades de escolha, pagamento, checkout e cadastros. É facilidade nas relações.
Questões econômicas, sociais e ambientais permeiam os gostos do pós consumidor e ele cobrará das empresas esse engajamento se valendo do seu papel de agente participante da sociedade. Tudo porque há um interesse em linkar o seu consumo com temas ligados à revisão do modelo urbano de vida, à aproximação com a natureza e ao consumo de produtos naturais. Há também uma propagação ao culto da diminuição do ritmo de trabalho e de consumo e a movimentos de cunho espiritual / filosóficos.
A transparência e a ética ditam as relações do pós consumidor com as marcas, materializando a ideia da verdade nada mais do que a verdade. O comprometimento a causas variadas serão as condições básicas para a vivência de novas experiências emocionantes e engajadas deste grupo.
Aparentemente parece complexo entender os mandamentos do pós-consumidor. E é! Trata-se de um marcante jogo de combinações sensoriais e empíricas de consumo, que precisa do rápido entendimento e atenção das empresas, em especial as varejistas. A ação da marca terá de ser imediata, pois estamos diante dos versos da música pop, vivendo um novo começo de era de gente fina, elegante e, sobretudo, sincera.
Por Daniel Domeneghetti, DOM Strategy Partners
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