O termo “desenvolvimento sustentável” começou a ter ampla aceitação no fim dos anos 80, após o seu aparecimento no relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, criada pela ONU (Organização das Nações Unidas). O material revelava a incompatibilidade do desenvolvimento sustentável com os padrões de produção e consumo.
Hoje, a preocupação segue pertinente. Consumidores, colaboradores e comunidades desejam se conectar com empresas que realmente façam a diferença e que contribuam para o bem-estar de todo o ecossistema de negócios e também do meio ambiente. Em outras palavras, a busca se resume a: pessoas, planeta e lucro. Esse tripé da sustentabilidade prevê que o lucro é apenas um dos resultados para focar.
Assim, o termo sustentabilidade se ampliou para designar a capacidade de manter o negócio vivo a longo prazo, considerando os âmbitos econômicos e socio-ambientais.
Além da atenção às suas próprias atividades de manufatura, transporte, distribuição e aquisição, as empresas focam cada vez mais nas ações de impacto social que englobam a diversidade e a inclusão nas práticas de contratação, seja de sua força de trabalho ou na contratação de fornecedores. Nos processos de compras, por exemplo, as organizações podem produzir valor, influenciando e desenvolvendo a cadeia em prol de uma lógica mais responsável para os negócios.
Como a inovação impulsiona a sustentabilidade
A sustentabilidade está diretamente relacionada ao quão inovador se é no mercado e não implica em seguir à risca uma cartilha verde, mas sim, promover uma mudança em toda a cadeia de valor. No caso da área de aquisições, desenvolver uma cadeia de suprimentos pautada na sustentabilidade pode impulsionar o valor e o sucesso tanto para os negócios quanto para a sociedade. Por isso, as organizações têm ampliado seu compromisso com práticas de responsabilidade corporativa e corresponsabilidade com os demais elos da cadeia.
O ideal é privilegiar uma abordagem balanceada. Mais do que apenas a questão econômica, é necessário pensar de forma abrangente sobre os impactos sociais e ambientais induzidos pela compra. Assim, as agendas de sustentabilidade devem estar ligadas ao risco, à eficiência e à criação de valor e inovação na cadeia de suprimentos.
No procurement, o princípio de governança do relacionamento com os fornecedores precisa ter uma visão de médio e longo prazo, do impacto que o fornecedor pode trazer para o seu modelo de negócio.
Para incorporar os fatores de sustentabilidade no ciclo de relacionamento com o fornecedor é preciso, primeiramente, definir quem fará parte de sua rede. Nesse momento, entram em campo os valores da empresa e a forma na qual ela opera, que deverá ser similar à do fornecedor.
Uma vez que uma empresa pode influenciar toda a cadeia de suprimentos, a atribuição da área de compras é muito importante para o sucesso de uma jornada de inovadora. Esse processo começa ainda na homologação, ao determinar os critérios de avaliação de fornecedores e nas possíveis perguntas a ser feitas em auditorias para investigar o cumprimento de políticas socioambientais e as externalidades sociais que o fornecedor monitora.
Uma postura sustentável ajuda a promover as inovações organizacionais e tecnológicas que geram retornos para as empresas. Por exemplo, ser favorável ao meio ambiente, pode até demandar um investimento mais alto, mas, com certeza, melhora a imagem dos produtos, e gera valor a longo prazo para o negócio.
É por isso que a chave para o crescimento, particularmente em tempos de crise econômica, é a inovação. As empresas pioneiras no tratamento da sustentabilidade criam vantagens competitivas, deixando o terreno mais árido para seus competidores que ainda não seguiram o mesmo caminho.
Por Marcelo Pereira, diretor de Gestão de Fornecedores do Mercado Eletrônico
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