Em sua primeira entrevista, o novo presidente executivo da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), Egon Schaden, fala sobre a forma como o setor se consolidou no mercado, as prioridades da entidade e do papel que pretende exercer à sua frente. Para ele, é preciso ampliar as aplicações da certificação digital e seguir dando às pessoas, da forma mais didática possível, a noção exata dos benefícios que a infraestrutura possibilita. A seguir, os principais trechos da entrevista:
Como o senhor analisa o momento da certificação digital no Brasil?
Schaden – A Certificação Digital se consolidou como uma infraestrutura importante na economia, segura e indispensável para o cumprimento de uma série de obrigações fiscais junto ao governo. A nossa entidade, a ANCD, completou quatro anos em setembro e reúne mais de 80% do market-share da certificação digital no Brasil e segue forte, valorizando o trabalho dos nossos associados e buscando sempre manter o bom relacionamento com as autoridades reguladoras. Entendemos que estamos avançando para uma segunda fase, de criação de novas aplicações para o certificado digital no País, o que seguramente irá ampliar muito numericamente o total de portadores dessa ferramenta, sejam pessoas físicas ou jurídicas.
De que forma essa ampliação pode acontecer?
Schaden – Em associação com o governo, na prestação de serviços públicos, por exemplo, ou na criação de aplicações mais relacionadas à iniciativa privada, há com certeza inúmeras formas de estabelecer novos meios de dar uso ao certificado digital. É papel de nossa entidade estimular e fomentar isso. Entendemos que por meio da prestação de serviços, nas interfaces dos governos com os cidadãos, há um espaço bastante grande de expansão. No campo privado, temos toda a classe médica e hospitais na implantação dos prontuários eletrônicos do paciente, a assinatura digital por parte das empresas com a eliminação importante de custos por meio da redução da burocracia e desmaterialização de processos. O Certificado Digital elimina distâncias, facilita acessos, reduz uso de papel e espaços físicos, tudo com ganho de tempo e com validade jurídica. No campo da cidadania há avanços como da CNH digital e uma variada gama de possibilidades nesse sentido, em especial nas novas plataformas de governo digital e serviços do cidadão brasileiro.
Qual serão as prioridades de sua gestão à frente da ANCD?
Schaden – Entendo de forma muito clara que é preciso seguir o processo de consolidação do setor. Também queremos manter o caráter didático de mostrar às pessoas a cada nova aplicação os benefícios dessa infraestrutura, segura e virtual. Aos poucos todos vão tendo acesso ao certificado digital e com o uso passam a entender que há múltiplas vantagens em passar a fazer parte desse universo. Os benefícios em termos de custos e desburocratização precisam ser cada vez mais explicitados. Queremos e estamos prontos a fazer crescer o nosso setor, dando acessibilidade ao maior número de pessoas físicas e jurídicas possível.
Do ponto de vista institucional qual será seu papel à frente da ANCD?
Schaden – Hoje temos excelente relacionamento com as outras entidades de representação do setor diretas e indiretas e com autoridades reguladoras, o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), que é vinculado à Casa Civil. Também temos procurado fortalecer nosso papel no Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas – ICP-Brasil – o fórum de discussões e aperfeiçoamento mais importante da nossa infraestrutura. Queremos intensificar tudo isso, nos dedicar de forma mais ativa a todas essas interfaces e buscar sempre promover nossa entidade e os interesses de cada um de nossos associados. Temos certeza de que os cerca de 8 milhões de certificados digitais em vigência hoje podem ser ampliados. Trabalharemos muito nesse sentido.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo