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Crimes onlines fazem mais de 62 milhões de vítimas no Brasil

A popularização da internet trouxe consigo infinitas possibilidades de comunicação, negócios e conhecimento. Mas por outro lado, protagonizou o crescimento de novas modalidades de crimes. Desde sequestro de dados e estelionato até ciberbullying, os usuários da rede mundial estão o tempo todo vulneráveis. O Brasil, de acordo com dados de um relatório da Norton Cyber Security, é o segundo com maior números de casos de cibercrimes do mundo: só em 2017, mais de 62 milhões de pessoas caíram em golpes, o que gerou um prejuízo de aproximadamente R$ 22 bilhões.

Para o especialista em segurança virtual corporativa e CEO da OSTEC Business Security, Cassio Brodbeck, ainda que a sociedade seja constantemente alertada sobre uma série de problemas relacionados ao uso inadequado da internet, os usuários continuam a ser vítimas. “Eles precisam entender que quem age de forma ilícita, como é o caso dos cibercriminosos, ataca três pilares básicos: sociedade em si, entidades públicas e, por fim, organizações privadas. Entender os riscos potenciais acerca da utilização da internet é um aprendizado que deve ser constantemente atualizado, especialmente para especialistas. Em um contexto no qual há uma crescente virtualização de uma série de processos, entender a tecnologia – e a internet faz parte desse universo – é importante em uma perspectiva de segurança a médio e longo prazo”, afirma Cassio.

Por mais que sejam conhecidos e causem danos reais nas pessoas, casos de cibercrimes demoram muito tempo para serem solucionados. Mônica Dalosto, diretora de risco da Asaas, empresa que desenvolve uma solução para gestão de cobranças, aponta que alguns casos estão nas mãos da polícia a mais de dois anos. “Isso não significa que existe impunidade para os cibercrimes, mas alguns golpes demandam uma investigação demorada que envolve diferentes pessoas e empresas, dificultando a rápida resolução do problema”, explica Mônica.

Golpe online — Muitos dos crimes na internet são facilitados pela falta de atenção dos usuários. Mônica conta que diariamente na Asaas chegam denúncias de falsificação ou alteração dos boletos gerados pela plataforma. Por mais que haja um sistema seguro de autenticação, algumas pessoas ainda conseguem burlar ele e fazer cobranças indevidas com dados reais. “Um diferencial da Asaas para com os bancos, por exemplo, é que costumamos ligar para a pessoa que está sendo cobrada antes de aprovar o boleto. Em alguns casos identificamos que as cobranças são geradas no nome de pessoas que realmente compraram ou adquiriram um serviço em um determinado estabelecimento comercial, entretanto, quem está cobrando é um terceiro e se pago o dinheiro do boleto iria direto para o terceiro, e não para o estabelecimento”, exemplifica Mônica.

Ela diz que a principal dica para não cair em golpes financeiros é, na era dos boletos registrados, conferir se os dados que aparecem na tela do banco são os mesmos da empresa na qual o produto foi comprado. “Hoje, segundo a Febraban, todos os boletos emitidos acima de R$ 100,00 são registrados. É importante que os pagadores se certifiquem da origem do boleto recebido. Muitas lojas utilizam meios de pagamentos online, como a ASAAS e, neste caso, é possível conferir os dados do emissor do boleto no site do próprio meio de pagamento. Se você comprou em uma loja e recebeu o boleto por e-mail, a dica é: confira se o e-mail é de fato do seu fornecedor e se continuar com dúvidas, entre em contato com ele”, aconselha Mônica.

Cassio Brodbeck também dá outras dicas simples para evitar golpes. “Antes de clicar no link, leia a URL e tente identificar a fonte da informação pelo nome do site. Se é desconhecido, pesquise sobre ele em buscadores como o Google. No caso de mensagens ou conteúdo sem links, veja a estrutura do texto. Verifique o autor da mensagem, procure erros de ortografia e confira a data de publicação”, diz. Ele ressalta que é importante checar a informação recebida em outras fontes. “Desconfie daquela notícia bombástica recebida em grupos, seja de WhatsApp, Facebook ou outras redes sociais. Geralmente, quem produz uma fake news apela para a emoção e curiosidade dos desavisados. Na dúvida sobre a veracidade do conteúdo, não repasse”, finaliza Cassio.

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