Gastos públicos e corrupção são as duas maiores preocupações de conselheiros de administração e profissionais de governança no Brasil, revela a primeira edição da Global Director Survey Report. A pesquisa é assinada pelo Global Network of Directors Institutes (GNDI), grupo que congrega institutos de governança ao redor do mundo e tem o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como representante brasileiro.
No Brasil, quase 70% dos participantes da pesquisa apontaram que tributação e gastos públicos representam o maior problema econômico do país. Em seguida, apareceram corrupção (62%) e pobreza (42%).
“A pesquisa destaca que conselheiros em todo o mundo compartilham preocupações e desafios semelhantes ao olhar o futuro de suas organizações. O problema da pobreza e da desigualdade de renda foi apontado por 45% dos conselheiros”, diz Angela Cherrington, presidente do GNDI e do Institute of Diretors South Africa (IoDSA).
A pesquisa – apresentada nesta segunda-feira (01/10), durante a abertura do 19º Congresso IBGC, em São Paulo – é abrangente e aborda temas como confiança empresarial, práticas de governança e tecnologia. “Os dados são um termômetro das preocupações de líderes empresariais de todo o mundo sob a ótica do conselho de administração. No caso do Brasil, foi possível identificar preocupações semelhantes às globais, mas também alguns descompassos. Aspectos relevantes como diversidade, planejamento sucessório e avaliação de desempenho do conselho estão recebendo pouca atenção”, avalia Heloisa Bedicks, superintendente geral do IBGC e vice-presidente do GNDI.
De acordo com o levantamento, 72% dos participantes brasileiros declararam que a diversidade de gênero foi pouco ou nada importante no recrutamento mais recente de candidatos ao conselho de administração. Na amostra global foram 49%. No Brasil, menos de 1% classificou a diversidade de gênero como extremamente importante, ao passo que a média geral apontou 16%.
Os brasileiros se mostraram menos preocupados com a sucessão de líderes do que seus pares internacionais. 42% afirmaram que o conselho de administração sequer discutiu o planejamento sucessório de seus integrantes nos últimos dois anos; no caso de CEOs, foram 33%.
A pesquisa foi realizada entre os meses de maio e junho deste ano e foi respondida por 2.159 conselheiros de administração e profissionais de governança de 17 países. O Brasil representou 8% da amostra, com 164 respondentes.
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