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Como a Internet das Coisas colabora para o consumo, prática e negócios do esporte

*Por Augusto Panachão

A tecnologia tem possibilitado uma infinidade de mudanças e melhorias nos esportes. Elas vão desde câmeras que conseguem captar melhor cada movimento até sensores modernos em roupas e equipamentos. Se antes um treinador precisava fazer anotações sobre as jogadas para avaliar o desempenho dos atletas, hoje, vários dados estão facilmente disponíveis para uma análise detalhada.

Além de possibilitar a avaliação dos treinadores após a competição e ajudar no parecer dos juízes durante os jogos, a tecnologia influencia na maneira que o esporte é praticado pelos atletas. Informações de saúde, como batimentos cardíacos, além da visualização dos pontos fortes e fracos do competidor podem ajudar a moldar seu treino e definir suas metas.

O uso da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) – ou dispositivos conectados por uma rede – traz diversos avanços. Na natação, por exemplo, o contador de voltas passou a ter um display embaixo d’água para facilitar a contagem em certas provas. Quando o nadador toca o touchpad na parede ao fazer sua virada, o sistema automaticamente muda o número de voltas que ainda faltam. Assim, o atleta pode se concentrar somente no nado, sem precisar levantar a cabeça para ver as placas de plástico de contagem.

No futebol, atletas estão usando um top com um dispositivo GPS acoplado, capaz de monitorar o jogador em treinos e partidas, coletando dados como distância percorrida, velocidade média e frequência cardíaca. Com essas informações, é possível saber o rendimento do jogador e, com outras informações médicas, saber quando ele tem um desempenho melhor e quando está suscetível a um desgaste ou lesão.

Na Copa do Mundo de 2014, foi inaugurado um sistema de câmeras para comprovar quando a bola cruzava a linha do gol. Os estádios foram equipados com 14 câmeras de alta velocidade focadas em capturar imagens de todos os pontos dos gols. Assim que a bola cruzava a linha, o sistema enviava a confirmação do gol imediatamente a um relógio que o árbitro usava.

A experiência de visualização das competições também atingiu outros níveis com a tecnologia. Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, por exemplo, a Intel disponibilizou mais de 50 horas de cobertura para serem vistas em realidade virtual (VR). Através de um aplicativo, era possível vivenciar, por exemplo, a velocidade e a altura das manobras de snowboard com óculos VR ou mesmo em celulares iPhone e Android.

Outro exemplo é o Tour de France, maior competição de ciclismo do mundo, que, por meio de dispositivos GPS instalados embaixo do selim de cada bicicleta, coleta dados e os combina com informações históricas e condições climáticas. A partir da análise dessas informações, gera insights em tempo real sobre a competição, como velocidade média de cada ciclista, distância entre corredores e previsões da corrida. Todas essas informações alimentam plataformas digitais para melhorar a visualização e experiência do Tour pelos fãs.

Quando se fala em assistir as competições nos locais, a IoT também muda a experiência dos espectadores. Redes Wi-Fi, sensores que incluem alarmes de segurança, termostatos, medidores inteligentes e sistemas de tickets eletrônicos tornam o prédio mais inteligente. Isso ajuda na segurança pública, no compartilhamento das experiências das pessoas nos meios digitais, nas informações recebidas pelas emissoras de televisão, e até em um consumo mais inteligente de energia do prédio, reduzindo custos.

Segundo uma pesquisa da Harbor Research, nos últimos anos, a indústria esportiva tem sido uma das principais em termos de desenvolvimento de aplicações da Internet das Coisas, e a receita gerada por essa tecnologia tende a aumentar em 2018.

Os dispositivos conectados da IoT geram mais informações disponíveis, que significam mais precisão e decisões justas nas competições, mais segurança para os espectadores, melhores treinos para os atletas e um melhor acompanhamento da sua saúde, além de experiências de compra e visualização mais satisfatórias e interessantes para os consumidores. Seja para um atleta profissional melhorar seu desempenho, para um atleta amador se motivar com seu progresso, ou para treinadores, espectadores e empresas, a evolução dessa tecnologia está mudando a prática, consumo e negócios dos esportes.

*Augusto Panachão é Diretor de Soluções e Tecnologia da Dimension Data, empresa global de soluções e serviços de tecnologia da informação

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