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Competição e pressão nas margens levam operadoras a evoluir da comunicação de dados à oferta de serviços digitais de maior valor

Competição e pressão nas margens levam operadoras a evoluir da comunicação de dados à oferta de serviços digitais de maior valor

Operadoras e provedores no Brasil começam a buscar infraestrutura que permita mesma agilidade, flexibilidade e valor agregado dos serviços de conteúdo e aplicações baseados em nuvem

Em sua recente viagem ao Brasil, Apollo Guy, diretor de desenvolvimento corporativo da Openet, aproveitava os intervalos da agenda para verificar, em tempo real, a navegação no celular de seus filhos menores. Na semana anterior, tinha recusado uma oferta com mais gigabits e ligações, por US$ 30 a menos. “A outra operadora não tem esse aplicativo”, conta. A experiência pessoal ilustra bem o eixo de suas visitas a operadoras e provedores no Brasil, de discutir como podem aumentar o valor e a rentabilidade dos serviços, assim como o caminho de transição a uma estrutura orientada a agilidade, escalabilidade e criação de diferenciais. “Em mercados como EUA e Japão, as operadoras já competem fortemente com produtos inovadores. Na Alemanha, há quase 50 MVNOs (operadoras virtuais, ou revendedores de valor agregado) com foco em vários segmentos. Aqui não vimos até agora disputas tão acirradas e a concorrência ainda é muito restrita a preço. Agora temos uma atenção maior à inovação”, avalia.
Em termos de estratégia de longo prazo, Guy vê as operadoras funcionando de forma muito similar aos data centers em nuvem, cuja estrutura de virtualização, gerenciamento dinâmico e otimização de custos deu base a toda nova geração de aplicativos. Todavia reconhece que a transição é um processo gradual. “A virtualização não vai chegar às operadoras no Brasil de uma hora para outra. A AT&T começou seu projeto há cinco anos e tem 30% da estrutura de serviços virtualizada”, pondera.
Na prática, o especialista da Openet explica que as operadoras e provedores não migrarão toda sua infraestrutura para começar a ofertar a nova geração de serviços. “É fato que as companhias não querem mais comprar ‘caixas monolíticas’ (com hardware e funcionalidades amarrados) e interfaces proprietárias. Mas esse legado tem que ser incluído na infraestrutura de serviços. A boa notícia é que temos como implementar soluções open source e novas ferramentas que interagem em tempo real com esse legado”, descreve.

Agilidade, inovação e big data em tempo real
Apollo Guy observa que, nos mercados mais maduros, o foco em redução de custos operacionais (com um gerenciamento simplificado e otimização da rede) tem-se deslocado à possibilidade de ofertas mais atrativas aos clientes. “Os produtos das MVNOs, o sucesso das OTTs (over the top, como Skype ou Whatsapp) e os aplicativos de startups estão movimentando o mercado. Os provedores hoje priorizam a agilidade para abrir novas frentes de receitas ou reagir a novos concorrentes”, observa.
Antônio Ribeiro, vice-presidente de marketing e vendas para América Latina, acredita que, em paralelo à atualização da infraestrutura, as operadoras tendem a retomar investimentos e parcerias relacionadas a aplicações, conteúdo e serviços. “Se ficassem restritas ao trasporte de dados, as operadoras teriam as margens cada vez mais pressionadas”, resume.
Especializada em soluções de aplicação de políticas, controle e tarifação que interagem em tempo real com os sistemas de operações e de negócios, as ferramentas da Openet permitem integrar as funcionalidades de várias plataformas relacionadas ao serviço em um único ambiente de gestão. Essa tecnologia de integração tem dado base a diferenciais como aplicação de políticas em ambientes multiplataforma, tarifação granular e produtos como o RTOM (Real Time Offer Manager), que personaliza os pacotes de acordo com o perfil de utilização em cada momento. Guy antevê que a necessidade de diversificar e customizar serviços implicará na intensificação de projetos de analytics em tempo real, assim como em uma automação da rede que permita o desenvolvimento e a entrega no ritmo requerido. “As operadoras têm um alto custo para conquistar e atender o cliente. O jogo não é mais apenas prover capacidade e cobertura. Aplicativos, segurança fim a fim, gestão de identidades e uma série de ofertas de maior rentabilidade são desenvolvidas a partir dos dados e recursos da própria rede”, diz o especialista.

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