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CPqD lança dojot, plataforma aberta para aplicações de IoT

Organização conta atualmente com 10 parceiros de desenvolvimento para incorporação de soluções à plataforma
CPqD lança dojot, plataforma aberta para aplicações de IoT
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A implantação da IoT traz desafios e requer uma série de tecnologias que permitem a coleta, transmissão, processamento, cruzamento e análise de informações. Para fomentar as oportunidades para o mercado de desenvolvimento, o CPqD anuncia a plataforma open source dojot. A iniciativa contou com o apoio de recursos do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e do Finep.

A princípio, a plataforma dojot tem alguns projetos em território nacional em fase de beta e de implantação nas áreas de como cidades inteligentes, agronegócio e saúde

A intenção é estimular a inovação aberta e facilitar a construção de um ecossistema voltado à oferta de soluções de Internet das Coisas no País. Segundo Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD, ao adotar a dojot, a comunidade desenvolvedora também deverá contribuir para sua evolução e aperfeiçoamento constante – que é, justamente, uma das premissas da plataforma aberta.

A princípio, a plataforma dojot tem alguns projetos em território nacional em fase de beta e de implantação nas áreas de como cidades inteligentes, agronegócio e saúde. Esses projetos contam com o auxílio de 10 parcerias firmadas pela organização até o momento, mas a ideia é ter mais. Segundo Maurício Casotti, gerente de marketing de produto do CPqD, o perfil de parceiros que a empresa procura são de integradores de software, de pequenas empresas que desenvolvem soluções complementares e do movimento maker, que são estudantes ou recém formados com ideias inovadoras.

“A dojot é uma plataforma habilitadora, capaz de acelerar o desenvolvimento de aplicações IoT adequadas à realidade brasileira, em diversas áreas, e com suporte local”, afirma Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPqD. Para incentivar sua adoção por empresas, startups e outras instituições interessadas em desenvolver essas aplicações, a plataforma foi construída com base em ferramentas open source e possui código aberto.

O nome escolhido para a plataforma remete a uma prática conhecida no universo da Tecnologia da Informação – Dojo é o encontro em que programadores treinam técnicas e metodologias de desenvolvimento de software, por meio da solução de desafios. Essa prática foi associada ao conceito de IoT, cuja implantação também traz desafios e requer uma série de tecnologias que permitem a coleta, transmissão, processamento, cruzamento e análise de informações.

A base da plataforma dojot é o Fiware, projeto open source criado pela União Europeia, que vem sendo desenvolvido por uma comunidade independente global. O Fiware é um framework que consiste em um conjunto de ferramentas e componentes disponíveis para uso – que, no entanto, necessitam de conhecimento para serem utilizados. O CPqD estudou e avaliou esses componentes e os consolidou em uma plataforma, à qual agregou diversos recursos tecnológicos visando melhorar a segurança, a usabilidade, a robustez e o desempenho das aplicações – que deverão funcionar em ambientes críticos, como cidades inteligentes, por exemplo.

A dojot possui arquitetura baseada em microsserviços e inclui, entre outros recursos, um painel de controle com interface gráfica web, API (Application Programing Interface) única e aberta, para acesso aos serviços, e segurança fim a fim – que envolve a autenticação dos devices e das aplicações na plataforma, a gestão de identidade e criptografia – com garantia de privacidade das informações. “Segurança e privacidade dos dados são, atualmente, preocupações importantes no universo da Internet das Coisas”, enfatiza Leonardo Mariote, diretor da área de Conectividade do CPqD.

A plataforma oferece ainda serviços para tratamento de dados, estruturados e não estruturados, em grande volume (Big Data), componentes para análise de serviços em tempo real e para gestão de dispositivos, mecanismos para implementar algoritmos de machine learning – o que permite fazer previsões com base em histórico e em dados reais – e suporte aos protocolos MQTT, HTTPs e CoAP, utilizados em boa parte das aplicações IoT disponíveis no mercado.

Parcerias

A dojot já está disponível para uso e começa a ganhar suas primeiras adesões. É o caso da Taggen, empresa especializada em projetos e soluções de Internet das Coisas que, em parceria com o CPqD, desenvolveu o primeiro beacon Bluetooth Low Energy (BLE) com tecnologia 100% brasileira. “O principal benefício da plataforma dojot é a aceleração do processo de desenvolvimento de aplicações, que certamente ajudará na implantação do conceito de IoT no país”, afirma Werter Padilha, CEO da Taggen. “Ao mesmo tempo, por ser uma plataforma aberta, deverá se transformar na base para a criação de um ecossistema de desenvolvedores, empresas e instituições na área de Internet das Coisas.”

Outro parceiro é a Exati Tecnologia, de Curitiba, com a qual o CPqD (como Unidade EMBRAPII) desenvolveu um projeto para cidades inteligentes baseado em dispositivo de telegestão para sistemas de iluminação pública – que poderá ser usado também em outros serviços. “A integração da plataforma dojot à nossa solução deverá facilitar o desenvolvimento de novas aplicações IoT para cidades inteligentes, utilizando o mesmo hardware”, explica Dênis Weis Naressi, CEO da Exati.

Já a IMA – Informática de Municípios Associados, em parceria com a Associação Paulista de Municípios, firmou um convênio com o CPqD pelo qual deverá adotar a plataforma dojot como base para a implantação do conceito de cidade inteligente nos municípios do estado de São Paulo.

“A Internet das Coisas deverá ajudar os municípios a atender ao aumento da demanda por serviços públicos, com qualidade e sem necessidade de investimentos financeiros”, diz Leandro Teles, diretor de Tecnologia da IMA. “Porém, a IoT traz vários desafios, principalmente em função do mercado bastante pulverizado e da complexidade tecnológica das soluções. A importância da plataforma dojot está na criação de uma camada de abstração, que faz com que diferentes dispositivos IoT se conectem e forneçam informações relevantes para os gestores, de forma bem mais simples e sem necessidade de conhecimento técnico”, completa.

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