Cada vez mais, os executivos de grandes empresas consideram diversidade e inclusão fatores fundamentais para o aumento da competitividade e inovação. É o que mostra o estudo “Ganhando a luta pelo talento feminino: como obter a vantagem da diversidade através do recrutamento inclusivo”, da PwC, realizado com 4.792 profissionais e líderes empresariais de 70 países. Cerca de 80% dos executivos ouvidos afirmaram que a estratégia de recrutamento de novos funcionários está alinhada aos princípios da equidade de gênero. Além disso, 78% das organizações estão implantando estratégias para atrair mais talentos femininos.
Para conseguir recrutar e reter os profissionais, essas empresas oferecem oportunidades de carreira em igualdade de condições, salários competitivos e jornadas de trabalho flexíveis. As mulheres tendem a analisar mais, atualmente, a cultura da organização antes de aceitar uma proposta de trabalho: 67% das candidatas observam o grau de diversidade das equipes seniores e, para 56% delas, é importante que a empresa divulgue, publicamente, avanços nos programas de inclusão.
“As mulheres, muitas vezes, deixam a empresa por não contar com as mesmas possibilidades de desenvolvimento dos homens”, diz Ana Malvestio, sócia da PwC e líder de diversidade e inclusão. “Por isso, hoje, elas tendem a observar se a equidade de gênero realmente faz parte do DNA da organização.”
O estudo da PwC revela que 50% das mulheres acreditam que ganham menos que seus pares masculinos com os mesmos cargos e qualificação similar. Em relação à evolução na carreira, em média, 70% das mulheres tendem a ocupar posições menos qualificadas ao retornarem ao trabalho após um período de afastamento por licença maternidade ou outros motivos.
Quanto às estratégias de recrutamento, a maioria das empresas ainda não utiliza tecnologia digital e data analytics. O levantamento da PwC mostra que, atualmente, 30% das organizações utilizam plataformas de seleção de candidatos que facilitam a contratação de profissionais de diversos perfis, gênero e origem, enquanto 28% adotam procedimentos e recursos voltados a reduzir a influência de aspectos emocionais nos processos de seleção. “Não raro, ‘pré-conceitos’ que os recrutadores possam ter, que nós chamamos de vieses inconscientes, exercem influência sobre a decisão deles”, diz Ana Malvestio. “Por isso, é importante ter processos mais transparentes e que levem em conta essa questão”, afirma.
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