O Plano Nacional de Internet das Coisas será lançado em setembro e terá a contribuição de especialistas internacionais. Nesta terça-feira, o governo brasileiro oficializou, durante o Mobile World Congress, em Barcelona, a parceria com entre a Câmara IoT do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e a Aliança para a Inovação da Internet das Coisas – AIOTI, associação independente da indústria ligada à União Europeia. O acordo prevê o desenvolvimento de iniciativas de pesquisa e financiamentos em comum entre Brasil e a Europa para “convergência e interoperabilidade em IoT” e o alinhamento de estratégias de capacitação.
Ainda na feira, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab anunciou a primeira das cinco consultas públicas que serão realizadas em âmbito internacional para o Plano Nacional de Internet das Coisas. A ideia é contar com a expertise de especialistas, pesquisadores, empresas e desenvolvedores para contribuir com o plano, que o governo brasileiro prepara para lançar em setembro, após a conclusão de estudo sobre o setor contratado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para o ministro, o lançamento da consulta internacional no WMC, maior evento de tecnologia do mundo, é emblemático. “Isso dá muita visibilidade ao início do processo. Temos grandes empresas e investidores reunidos em um mesmo lugar. Além disso, podemos mostrar que, diferentemente do que aconteceu no passado, com a tecnologia 3G, por exemplo, no que diz respeito a Internet das Coisas, o Brasil está bastante avançado e em uma posição bem próxima do que vem acontecendo em outros países”, disse Kassab.
Kees van der Klauw, líder da AIOTI, efatizou ainda que a parceria não foca apenas no plano tecnológico, e que o desenvolvimento deve ter também um impacto social e econômico para os cidadãos. A ideia é que o acordo aproxime equipes, investidores e comunidades que possam aprender de acordo com diferentes contextos locais. A AIOTI é composta por 170 membros e é organizada em grupos de trabalho que abordam aplicações diretas e indiretas da internet das coisas.
Consultas internacionais
A primeira consulta internacional será sobre o panorama das iniciativas já desenvolvidas no Brasil. As demais serão sobre as aspirações para o Brasil; os setores econômicos que podem ser beneficiados com o plano; os temas que merecem a atenção do governo na implementação do plano; e as propostas para as políticas públicas. O MCTIC já havia realizado uma consulta pública nacional, que recebeu 2.288 contribuições sobre 13 temas.
“De hoje até setembro, faremos todas as consultas públicas internacionais, realizaremos workshops, entrevistas com especialistas, reuniões com o conselho consultivo. Em setembro, com o relatório final do trabalho, definidas todas as frentes que precisam ser tomadas dentro do horizonte de cinco anos, o governo vai decidir o que e como adotar e em que tempo”, explicou o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão.
Polo de inovação
O MCTIC e a Ericsson deram o primeiro passo para a criação de um Polo de Inovação em Internet das Coisas (IoT) para segurança pública. Uma carta de intenções de cooperação, assinada neste domingo (26) pelo ministro Gilberto Kassab e o presidente da Ericsson Brasil, Sérgio Quiroga, em Barcelona, na Espanha, prevê a participação de empresas, startups, operadoras e universidades na criação do polo em São José dos Campos (SP).
“A parceria nos dará a oportunidade de colher subsídios para fortalecer a segurança pública”, afirmou Kassab. Segundo o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o objetivo é promover o uso da Internet das Coisas nas atividades de segurança pública. “Vamos convocar desenvolvedores para criar aplicativos para a área, chamar as universidades para participar desse desenvolvimento e convidar os gestores públicos para conhecer as ferramentas.”
Uma solução já existente em São José dos Campos conta com sistema de controle e monitoramento com 500 câmeras, integração de smart software e 205 quilômetros de cabos de fibra óptica. Com a parceria entre o MCTIC e a Ericsson, novas tecnologias devem ser desenvolvidas para aumentar a segurança de cidadãos, empresas e instituições.
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