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Trabalhadores resistem a monitoramento remoto

Pesquisa realizada no Reino Unido mostra que os funcionários ficariam incomodados caso as empresas adotassem essa prática
Trabalhadores resistem a monitoramento remoto

O trabalho em casa se tornou uma realidade no mundo todo com a pandemia de Covid-19 e a prática deve ser adotada daqui para frente, pelo menos de uma forma híbrida, com o empregado executando suas tarefas hora no escritório, hora em casa. E muito empregadores já pensam em formas de monitoramento remoto com o uso de tecnologias. Uma pesquisa encomendada pelo sindicato de trabalhadores Prospect no Reino Unido mostrou que haverá grande resistência dos trabalhadores.
A grande maioria (80%) disse que se sentiria desconfortável caso o empregador instalasse uma câmera de monitoramento para vigiar o trabalho dos funcionários, sendo que 64% afirmaram que ficariam muito incomodados. Três quartos dos entrevistados (74%) disseram que ficariam incomodados caso fossem obrigados a usar algum tipo de wearable, como pulseira, relógio e até crachá, para rastreamento, sendo que 61% disseram que ficariam muito desconfortáveis. Já o monitoramento por tecla é reprovado por 66%, dos quais 44% disseram que ficariam muito incomodados.

À medida que a nova realidade se firma, veremos mais e mais debates sobre o uso da tecnologia para monitorar os trabalhadores e as evidências sugerem que a força de trabalho simplesmente não está preparada para isso

A pesquisa também revelou que 48% dos trabalhadores, praticamente a metade, acham que esse tipo de monitoramento prejudicaria o relacionamento com o chefe, sendo que esse percentual sobe para 62% em caso dos trabalhadores mais jovens.
Um terço (32%) dos trabalhadores remotos dizem que ficariam mais confortáveis com o software de monitoramento se sindicatos ou representantes dos trabalhadores estivessem envolvidos na discussão sobre como isso seria implementado. Esse número subiu para 36% dos jovens trabalhadores. A Prospect tem convocado empresas que estão pensando em introduzir essa tecnologia para consultar sua força de trabalho e por regulamentações adequadas sobre o uso de software de monitoramento, incluindo o direito de se desconectar.
“Os empregadores estão começando a pensar sobre como seu local de trabalho funcionará no futuro, incluindo uma prevalência maior de trabalho combinado, no escritório e em casa. À medida que a nova realidade se firma, veremos mais e mais debates sobre o uso da tecnologia para monitorar os trabalhadores e as evidências sugerem que a força de trabalho simplesmente não está preparada para isso”, diz Mike Clancy, secretário geral do sindicato. “Se o governo vai dizer aos trabalhadores para ficarem em casa, então ele precisa levar essa questão a sério, reunindo empresas, sindicatos e fornecedores de tecnologia para discutir como devem ser os direitos dos trabalhadores neste novo mundo do trabalho”, enfatiza.
Serviço
www.prospect.org.uk
 

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