A inovação aberta (open innovation), processo de inovação compartilhado por diferentes instituições com foco no desenvolvimento de tecnologias, é uma prática adotada pelas empresas há muito tempo e, recentemente, as startups foram incorporadas a esses processos e passaram a integrar a rotina de diversas organizações dos mais diversos setores no Brasil.
Esse ecossistema ganhou um novo catalisador, o Programa TechD, lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) em parceria com a Softex. Com recursos de até R$ 18 milhões, sua missão é fazer a ponte entre o universo empreendedor e o de pesquisa por meio da integração e da maior convergência entre startups, centros de P&D, universidades e empresas do setor produtivo.
No início do mês de abril, a Softex anunciou a abertura da chamada pública de inscrições para startups, empresas de TIC, grupos de pesquisa e consórcios nacionais e internacionais interessados em fornecer tecnologia para empresas já inscritas no programa dentro de quatro áreas temáticas: IoT, Saúde, Energia e Mobilidade.
“O TechD reflete a prioridade conferida pelo Ministério ao fortalecimento das TICs nacionais e a nossa certeza de que o apoio à inovação é a estratégia correta para atingir o nosso objetivo”, destaca o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC, Paulo Alvim, lembrando que as áreas temáticas contempladas pelo Programa apresentam uma intensa demanda tanto no Brasil como nos principais mercados mundiais.
Em sua primeira fase, o TechD firmou 22 acordos com Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs), universidades e centros de P&D distribuídos por 13 estados, possibilitando o suporte em todas as regiões do país. Na segunda etapa foram confirmadas 36 médias e grandes companhias interessadas em testar tecnologias através de processos de inovação aberta – as chamadas empresas-âncora, entre as quais Braskem, Embraer, Furukawa, Klabin, Marcopolo, Positivo, Sercomtel e Votorantim.
O setor com maior participação é o da Indústria de Transformação, no qual 34% das empresas habilitadas atuam. Em seguida, vem o de Informação e Comunicação, que responde por 27%. Na área temática de IoT, o principal interesse de 54% das habilitadas envolve o emprego da tecnologia para monitoramento e rastreamento.
Outros focos giram em torno de tecnologias IoT voltadas para a indústria 4.0 (32%), automação (27%) e RFID (27%). Já na área temática de Mobilidade, os principais subtemas são controle e monitoramento de tráfego (23%), seguido por soluções de Analytics e Big Data (20%) e Smart Cities (18%).
E a Inteligência Artificial aplicada à saúde, com 25%, é o interesse principal da área temática de Saúde, seguida por Big Data (22%), Telemedicina (20%), Analytics (18%) e Machine Learning aplicadas à área de saúde (8%).
“Além de tornar a produção científica uma importante ferramenta no posicionamento mundial do setor de software, hardware e serviços de TIC, o TechD colaborará para o desenvolvimento de tecnologias com maior valor agregado, capazes de contribuir para melhorar o ranking do Brasil como nação inovadora”, destaca Diônes Lima, vice-presidente da Softex, acrescentando que hoje o país figura na 99ª posição no Global Innovation Index 2017.
Para a sua realização, o TechD conta com as parcerias estratégicas da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As inscrições para as startups, consórcios, empresas de TIC e pesquisadores prossegue até o dia 13 de maio. A íntegra do edital e o calendário de roadshowx e webinars estão disponíveis para consulta no endereço https://techd.softex.br/.
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