Há uma evidente tendência no envelhecimento da população mundial. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos em 2060. Com o número de idosos aumentando, é mais do que necessário discutir formas de garantir uma vida longínqua e saudável.
Este é um grande desafio, mas que pode ser rapidamente superado com o uso de novas tecnologias e, principalmente, com a aplicação do conceito de Sociedade 5.0. O termo surgiu no Japão, em 2016, quando o governo lançou o seu plano para o estimular a inovação até 2021. A ideia central é utilizar as ferramentas tecnológicas para promover o bem-estar humano.
Nos últimos anos, vimos o desenvolvimento de uma série de tecnologias que transformaram diversos setores da economia. Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, Realidade Virtual, Machine Learning e Impressão 3D são algumas das soluções que já são realidade no nosso dia a dia.
Com o uso dessas tecnologias, muitos setores conseguiram se beneficiar, garantindo agilidade nos negócios e promovendo mais facilidades para os clientes finais. No varejo, por exemplo, já houve uma disrupção. Com o uso de tecnologias, o setor conseguiu enfrentar as dificuldades presentes no mundo físico e oferecer um e-commerce robusto. Deu tão certo que, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento do comércio eletrônico está acima dos R$ 80 bilhões anuais.
As fintechs também são exemplos no uso da tecnologia. Hoje, a população tem acesso a soluções financeiras como os bancos digitais, que dispensam a ida a agências físicas até na hora de abrir de uma conta. Há ainda os cartões sem anuidade, os aplicativos de cashback e uma série de outros benefícios que atraem o consumidor. Apesar dessas facilidades, este é um setor que ainda não está tão avançado se comparado ao varejo, principalmente por causa da grande quantidade de regulamentação.
É neste ponto que eu comparo as fintechs com o setor de saúde. Hoje, já temos uma maturidade tecnológica que permite trazer benefícios concretos para a medicina. O que vemos, no entanto, são algumas iniciativas pontuais, principalmente por causa das regras e regulamentações que impedem o desenvolvimento do setor.
O conservadorismo é outro fator do atraso na Transformação Digital da Saúde . Por exemplo – enquanto a prescrição médica digital pode ajudar a evitar problemas no entendimento do medicamento, há muitos médicos que ainda insistem em fazer as receitas à mão.
Já temos tecnologias que permitem, por meio da análise de dados, atuar na prevenção de doenças. Além disso, por meio da Inteligência Artificial, um computador consegue identificar de forma ágil o melhor tratamento para um paciente.
Quando a tecnologia e a medicina se unem, o ser humano se torna o mais beneficiado da história. O que temos hoje ainda é pouco perto do potencial que podemos alcançar. Precisamos superar o nosso conservadorismo e seguir rumo à disrupção para transformar a vida e garantir um futuro saudável.
Por Marco Stefanini, fundador e CEO global do Grupo Stefanini
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo