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Sete opções de investimentos para se observar em 2019

Embora desafiador, o ano de 2018 rendeu bons frutos para muitos que investiram em determinados segmentos do mercado financeiro. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o ano com ganho de 15%, desempenho muito acima do observado em outros países. Mesmo menor do que o auferido em anos anteriores, esse resultado mostra que as incertezas com o cenário interno, sobretudo com as eleições, foram superadas. E isso pavimenta boas oportunidades para 2019.

Em um ambiente de juros relativamente baixos e inflação controlada, as opções de investimentos se tornam mais desafiadoras, uma vez que os rendimentos são menos agressivos. Por outro lado, muitas oportunidades surgem à medida que ocorre uma reorganização operacional por parte das empresas, sobretudo no aspecto de redução de custo, de dívida, e de uma retomada no nível aplicação de recursos em capital fixo. Esse cenário deve determinar quais opções de investimentos serão mais atrativas este ano. Por isso, listo abaixo as principais opções para se observar:

Títulos privados
Com a taxa básica de juros (Selic) em 6,5%, as opções de investimentos em títulos públicos se tornam menos atrativas. Infelizmente para o nosso lado “investidor”, não contamos mais com os 14.25% de juros ao ano que eram comuns até o segundo semestre de 2016. Assim, o que precisa ser feito a partir de agora é seguir os mesmos passos dos fundos de investimento. Ao invés de se aumentar a posição em títulos públicos, o acréscimo será por meio da compra de títulos privados. Por mais que este seja mais arriscado, também deve garantir mais oportunidades de retorno. Quando o “custo do dinheiro” é menor, muitos projetos se tornam rentáveis. Os fundos mais atuantes nesse mercado são os classificados como renda fixa e crédito privado. Quanto maior a rentabilidade almejada pelo fundo, maiores são os custos de administração, visto o trabalho da equipe gestora para garimpar as melhores oportunidades.

Debêntures de infraestrutura
Com o objetivo de levantar recursos para projetos de infraestrutura em áreas como de logística, de telecomunicações, de energia, de saneamento, entre outras, a emissão dessas debêntures vem ganhando força. Com a redução dos financiamentos por parte do BNDES e a consequente nomeação de Joaquim Levy para a presidência do banco de fomento, é esperado que essa modalidade cresça em 2019. Os setores de concessões rodoviárias e de transmissão de energia elétrica são os que contam com o melhor arcabouço jurídico para o investidor. Este precisa se ater para o tamanho da emissão (em R$), além das condições de mercado e as características do projeto financiado. Grandes emissões costumam ser mais líquidas e apresentar menor oscilação de preço quando as condições de mercado estão mais ariscas.

Fundos imobiliários
O setor imobiliário é um dos que mais se desenvolve em situações de retomada da confiança dentro de um ambiente de juros baixos. Os fundos imobiliários foram um dos que reagiram imediatamente ao final do processo eleitoral. As emissões primárias, em que as cotas são oferecidas aos investidores pela primeira vez, já somam R$ 10,2 bilhões apenas em 2018, representando o dobro do que foi ofertado em 2017. Para quem observa mais atentamente a natureza desses fundos, fica claro que este serve para qualquer objetivo de investimento. Entretanto, é preciso alguns cuidados, como se informar sobre a capacidade do gestor e sua experiência no ramo imobiliário, além de selecionar vários ativos, buscando sempre os de melhor qualidade. Galpões logísticos, lajes corporativas e agências bancárias são algumas opções.

Ações de setores do Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o ano de 2018 com ganho de 15%. E isso foi muito puxado por papéis de empresas que atuam em setores como infraestrutura, construção, consumo, e também as estatais. Os balanços financeiros do terceiro trimestre mostram que as companhias conseguiram crescer, a despeito das dificuldades enfrentadas ao longo do ano. Olhando para o que está mais próximo em termos de oportunidades de crescimento no mercado de ações, alguns setores se destacam como alternativas de investimento, sendo eles o de construção civil, de incorporadoras, de empresas produtoras de alimentos e bebidas, de grupos varejistas e de shopping centers, além das próprias estatais, que devem passar por mudanças de gestão a partir da nova equipe econômica.

Fundos de índices (ETF)
Não havendo a possibilidade de acompanhar um grupo de empresas mais de perto, o mais sensato a fazer é optar por um fundo de ações ou um fundo de índice, também conhecido como ETF. Por representar um grupo, permite investir nas perspectivas de desempenho de um setor como um todo, sem necessariamente se conhecer a fundo cada uma das empresas participantes. Como precisam ter determinadas qualidades para serem selecionadas, elas apresentam retornos bastante semelhantes. Para o investidor que quer dar os primeiros passos, o recomendável é começar pelo próprio ETF do índice Bovespa.

Fundos internacionais
Observando mudanças no cenário externo, buscar por investimentos em ativos internacionais nunca esteve tanto em destaque. Seja para se proteger das turbulências ou para se preparar para uma temporada no exterior, as opções nesse mercado incluem os fundos internacionais, os multimercados, os fundos que investem em recibos de empresas essencialmente norte-americanas (BDR), além dos fundos cambiais. Fundos pertencentes a gestoras de origem estrangeira replicam no mercado local estruturas com as mesmas estratégias dos seus grandes fundos internacionais. Já no caso dos multimercados, são os gestores brasileiros com forte conhecimento do mercado internacional que fazem a seleção dos ativos.

Criptomoedas
O Brasil ainda não conta com uma regulação para as moedas e os ativos virtuais. No que tange à CVM, órgão regulador do mercado de capitais, a proposta é permitir o que se chama de sandboxregulation – um ambiente controlado em que algumas empresas são convidadas para apresentar as suas plataformas e efetuar alguns testes de viabilidade. Entretanto, não há nenhuma restrição para aplicar em legislações, cujo esses tipos de investimentos já tiveram o entendimento pacificado pelas autoridades. Atualmente são 1,7 mil criptomoedas circulando no mundo. Se o objetivo for diversificar, por meio de um investimento que acompanha a cotação do dólar norte-americano, essa seria uma das opções. Adicionalmente, os ganhos de capital decorrentes de operações com ativos virtuais de até R$ 35 mil mensais não pagam a alíquota de imposto de renda de 15%.

Por Lucas Paulino, assessor de investimentos e sócio-fundador do Mais Retorno

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