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RFID agiliza recebimento de mercadoria em 80% na ZF Aftermarket

Sistema permite identificar e rastrear os produtos ao longo de toda a cadeia de reposição de peças de forma quase instantânea

RFID agiliza recebimento de mercadoria em 80% na ZF Aftermarket

Na esteira dos investimentos em tecnologia para a adoção do conceito de Indústria 4.0, a ZF Aftermarket, braço logístico da fabricante alemã de autopeças ZF Friedrichshafen, desenvolveu e está implementando uma tecnologia de rastreamento e controle de cargas em seu centro de distribuição, localizado em Itu, interior de São Paulo. Trata-se de um sistema RFID (Radio Frequency Identification, ou sistema de identificação por radiofrequência), que pode identificar e rastrear os produtos ao longo de toda a cadeia de reposição de peças de forma quase instantânea. A empresa afirma ser a única a utilizar o RFID no setor de reposição automotiva no Brasil e primeira dentre as operações da ZF Aftermarket no mundo. E no segundo semestre, a empresa irá oferecer aos seus clientes (distribuidores e shopping de autopeças) um kit com antena, leitores móveis, etiquetas e software.

“Ganhamos até 80% de tempo no recebimento de mercadorias, pois o sistema dispensa a conferência manual. A mercadoria entra, passa pelo portal e a nota fiscal XML já está lá previamente carregada. Se passar a quantidade conforme a nota fiscal, o próprio sistema RFID informa o ERP que está tudo certo”, explica Everton Silva, gerente sênior de Operações da ZF Aftermarket América do Sul. “Em termos de expedição, eliminamos completamente a divergência de entrega, resolvendo uma dor da ZF e dos clientes. Isso evita que o material deixe o centro de distribuição com problema, pois antes de fechar a caixa, ele passa pelo portal, que faz todas as leituras”, afirma.

O início

De acordo com o executivo, as discussões para a implementação da tecnologia começaram em 2018 e a operação com o RFID foi iniciada na ZF Aftermarket no final de 2020, que hoje recebe toda linha de embreagens no centro logístico de Itu por essa tecnologia, provenientes da operação da ZF na cidade de Araraquara (SP). A previsão é que no segundo semestre deste ano outras linhas de produtos já estejam operando dessa forma. “A partir do momento que identificamos a solução, procuramos especialistas no mercado e parceiros confiáveis para fornecer os inlays (chips), pegar o inlay e transforma em etiqueta – não estamos eliminando o código de barras, pois a cadeia não vai virar RFID de um dia para o outro. Depois, procuramos um parceiro para encapsular esse inlay, outro parceiro para trabalhar na infraestrutura e outro para trabalhar o software”, explica Santos, salientando que não encontrou no mercado nenhum fornecedor que tivesse tudo isso integrado. “Tem muita gente usando RFID, mas não na escala e precisão que nós queríamos. Conversamos com os maiores fabricantes de inlays e antenas, consultamos a Zebra, Honeywell, a Avery Dennison, entre outros”, observa o executivo.

Santos conta que o primeiro desafio foi aplicar a tecnologia a uma ampla gama de produtos, desde frasco de fluído de freio, embreagem para caminhão pesando 80 Kg, terminal de direção, que é pequeno e tem borracha. “Um palete pode conter pastilhas de freio, que é uma massa compacta, composta de metal, cerâmica, borracha, que está no meio de mais de 700 produtos. O sinal da antena tem de alcançar aquela etiqueta lá no meio e retornar para ser lida. Por outro lado, quando se tem produtos com menor densidade, quando se coloca uma potência muito alta, se começa a ler tudo o que está em volta”, explica. “Encontrar os inlays adequados foi o primeiro desafio. Tem um grande fabricante de inlay no Brasil que está instalando a primeira fábrica no País. Acreditamos que um dos impulsionadores disso é o nosso volume e acreditamos que isso vai ajudar a desenvolver a tecnologia”, comenta Santos.

Customização

A ZF tem uma equipe de desenvolvimento global para customização do seu ERP SAP, que possui um módulo para impressão e gravação das etiquetas, que tem um número serial único e esse número é criado no momento da impressão. “Quando se faz a impressão da etiqueta de código de barras, não é uma impressora comum, é uma impressora com cabeçote RFID, que nesse momento faz a gravação. Essa gravação ocorre no momento em que o produto está sendo identificado – uma embreagem do carro tal, na data tal, com número de série tal. A etiqueta é única para cada produto”, comenta Santos.

A ZF Aftermarket ainda usa etiquetas com código de barras e RFID porque a cadeia como um todo não usa a nova tecnologia. Por essa razão, a empresa desenvolveu um kit, que será oferecido aos clientes já no segundo semestre. “Estamos conectando nossos fornecedores, que são nossas fábricas. O nosso negócio de embreagem, que representa mais de 25% do faturamento, já funciona 100% com RFID. Agora estamos fazendo rollout para outros fornecedores internos”, diz Santos. “Ao mesmo tempo, iniciaremos no segundo semestre deste ano um rollout com cliente e para isso estamos desenvolvendo um kit com antena, etiquetas e um midware, um software que faz o meio de campo entre a infraestrutura de RFID e o ERP do cliente, para que o sistema entenda como se estivesse lendo um código de barras. Ainda há os leitores móveis, que também leem código de barras, e se o cliente se interessar, também as impressoras RFID e um software para impressão. Se o cliente quiser comprar outro pode, mas este a gente sabe que funciona”, explica Santos. Ele diz que ainda não pode revelar os fornecedores desse kit, mas alguns foram revelados durante a entrevista – Zebra, Honeywell e Avery Dennison.

Hoje, um distribuidor recebe uma carreta carregada com inúmeros produtos, com muitas linhas diferentes. Ele precisa abrir as caixas e fazer a conferência do recebimento, o que pode levar mais de 24 horas. A solução da ZF visa resolver esse problema para o cliente também. “A falta de produtos na prateleira é comum, o cliente perde vendas e nós também. Com base no RFID, queremos que o cliente implemente um VMI (Vendor Managed Inventory) para que a gente consiga tornar a programação e a disponibilidade dos nossos produtos mais confiável e precisa”, diz Santos.

Serviço
aftermarket.zf.com

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