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Realidade Aumentada: novas possibilidades de negócios

Ainda tímida, a tecnologia avança no País com soluções para o varejo, entretenimento, marketing, construção e arquitetura
Realidade Aumentada: novas possibilidades de negócios

Saiba mais sobre a experiência em Realidade Aumentada da capa da edição 6 de Infor Channel

A partir do estudo Tech Breakthroughts Megatrends, realizado no ano passado com 1300 CEOs, a PwC acredita que a Realidade Aumentada é uma das oito tecnologias que mais afetarão os negócios até 2020 mundialmente, dentro de uma lista com 150 inovações.

2022 pode ser o ano em que os óculos para realidade aumentada começarão a substituir o smartphone para se tornar o novo gadget indispensável na vida das pessoas

A Realidade Aumentada surge como a possibilidade para oferecer experiências personalizadas em acessos massificados. É o que está fazendo a varejista sueca Ikea, especializada em móveis, que permite ao usuário verificar a disposição de um móvel ou qualquer item de decoração na sua própria sala antes de comprá-lo.

Segundo Reinaldo Sakis, Gerente de Pesquisas da IDC Brasil, essa tecnologia está em ascensão no Brasil. “A expectativa é que o mercado de RA dobre este ano no País, o que movimentará a venda de mais de 100 mil produtos utilizados nesse tipo de solução, incluindo celular, software, óculos, etc. Por outro lado, RA é um segmento que demanda muita integração e desenvolvimento”, afirma Sakis.

Ele ressalta, por isso, que existem muitas possibilidades de negócios a serem exploradas pelos canais. Por exemplo, uma construtora pode usar RA como um forte argumento comercial para vendas na planta de um apto do 19º andar, onde essa tecnologia permitirá ver o pôr do sol e a vista (filmada com um drone) que terá da sua unidade.

“No exterior essa área está mais amadurecida com soluções em saúde e entretenimento. Se atualmente o mercado publicitário é o maior consumidor dessa tecnologia, que permite novas experiências e novos conteúdos, a tendência aponta para outros mercados em expansão: educação, turismo, varejo e indústria automobilística”, comenta o executivo da IDC.

No exterior, a Sony é uma dessas precursoras ao criar uma patente de lentes de contato que gravam vídeos e são movidas com um piscar de olhos, ainda sem previsão de quando chegará ao mercado. À moda Black Mirror, permitirá a projeção de imagens diretamente do olho, um diferencial comparado aos projetos que estão sendo desenvolvidos pelas concorrentes Samsung e Google.

Mercado da imersão

As tecnologias de imersão, como realidade virtual e realidade aumentada, fazem parte de uma nova onda de dispositivos de computação que transformam a maneira como as pessoas interagem umas com as outras por meio de tablets, smartphones, óculos ou lentes de contato.

No mercado de óculos para RA, a briga é de gigantes como o Google, Microsoft e Samsung, que no Brasil não têm uma estratégia específica para essa nova área e seguem suas vendas para a atual demanda: o mercado de realidade virtual.

Celso Perroud, da Autodesk Brasil

A versão do dispositivo da Microsoft é o HoloLens, que usa holografia e, atualmente, só está disponível para desenvolvedores nos Estados Unidos e Canadá pela módica quantia de US$ 3 mil.

O Facebook também entrou nessa briga ao comprar a Oculus VR, desenvolvedora do Oculus Rift. No mês passado, na palestra de abertura da conferência F8 (voltada para desenvolvedores, nos EUA) o CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, declarou que os óculos serão a próxima grande plataforma de computação.

A previsão foi feita por Michael Abrash, pesquisador-chefe da Oculus. Segundo ele, 2022 pode ser o ano em que os óculos para realidade aumentada começarão a substituir o smartphone para se tornar o novo gadget indispensável na vida das pessoas.

Outro gigante do mercado que atua em RA é a Autodesk. Na área de Arquitetura, Engenharia e Construção o carro-chefe é o Autodesk LIVE, um novo serviço de visualização interativa que oferece aos usuários do Revit (nas indústrias de arquitetura, engenharia e construção) a capacidade de transformar seus projetos em modelos 3D totalmente interativos.

Em parceria com construtoras, por exemplo, a ferramenta pode ser usada para customizar apartamentos decorados. O visitante pode alterar a cor da parede, o lugar dos móveis e levar os óculos VR para casa, para compartilhar com a família a planta do apartamento que visitou.

“Neste momento estamos analisando a homologação de novas revendas para essa área. O perfil desse parceiro é ser um canal que pensa no futuro e sabe utilizar tecnologias de ponta, com pessoas bem treinadas e capacitadas para poder apresentar todas as soluções que a Autodesk dispõe”, adianta Celso Perroud, Gerente de Canais na Autodesk Brasil.

De acordo com Sakis, RA trará muitas oportunidades aos canais e ISVs brasileiros, porque são eles que entendem as reais demandas no nosso mercado e o caminho são as verticais em que eles já atuam.

Nanni Brabdão, da Blumer

Experiência local

Esse é o caso da Visual Mix, especializada em automação comercial, que apresentou sua solução de RA no mês passado na 30ª Edição da ExpoSuper – Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados, em Joinville, Santa Catarina. A proposta é oferecer ao supermercadista a opção de ter informações adicionais sobre determinado produto, através da realidade aumentada em seu dispositivo mobile (celular ou tablet).

Quem também atua com varejo e vai mergulhar em RA é a Consinco, desenvolvedora de softwares de gestão (ERP) para o varejo alimentar, que acaba de anunciar o protótipo de um app de Realidade Aumentada, com previsão de lançamento em 2018.

“O aplicativo identificará o produto e o cliente conseguirá visualizar (como um raio-x) desde informações nutricionais e preço até promoções personalizadas para cada cliente de acordo com o perfil de consumo”, ressalta João Alberto Giaccomassi, gerente de produto da Consinco, que já está aberta às novas parcerias para o app.

Outra empresa nessa área é a Blumer – especializada em tecnologias interativas como games, virtual, holografia, sampling/vending machines, RA, entre outras soluções. “Sempre estamos em busca de parcerias estratégicas para apoiar, dinamizar e alavancar negócios. No Brasil há muito que ser explorado em RA, principalmente em ações para a área educacional”, avalia Nanni Brandão, sócia-diretora da Blumer art. Interativa.

Opções que valem conferir

O Blippar é um aplicativo gratuito para Android (inclusive as versões mais antigos) que captura imagens virtuais trazendo a ilusão de realidade através da câmera do celular. O serviço permite que o usuário jogue, assista a vídeos, ouça músicas, acesse links, entre outras possibilidades. Ao apontar a câmera para alguma coisa (uma foto ou produto), o app revela inúmeras formas de interação e também traz informações sobre um item. Atualmente, empresas como Samsung, XBox, Nike e Heinz já usam o Blippar para suas ações. Ou seja: o Blippar é uma ótima oportunidade para ISVs e integradores que querem começar em RA.

A Beenoculus, de Curitiba, desenvolveu óculos nacionais que prometem mergulhar o usuário em uma experiência mais profunda de apps e jogos. A proposta do Beenoculus é a mesma de outras marcas famosas, como o Samsung Gear VR e o Oculus Rift. Entretanto, a empresa brasileira oferece a tecnologia a custo muito menor. Enquanto os óculos do Galaxy custam em torno de R$ 700, a versão nacional custa R$ 159.

RA para homenagear Janis Joplin

O designer de animação Mauro Castro e o artista plástico Bel Borba se uniram para criar uma ação cultural, usando Realidade Aumentada, para a cidade de Salvador em homenagem à cantora Janis Joplin. Bel Borba desenvolveu o desenho e o conceito da ação, enquanto Mauro Castro transformou a arte em uma escultura virtual em movimento, criada com a ferramenta Autodesk 3Ds Max, que só pode ser visualizada pelo smartphone.

 

Resultados práticos

Na Boeing, trainees da fábrica trabalharam na montagem de uma asa de avião simulada 30% mais rápido e 90% com mais precisão consultando instruções animadas com realidade aumentada, se comparado à consulta das instruções em PDF. A DHL, por sua vez, equipou os funcionários do seu depósito com óculos inteligentes com realidade aumentada para coletar os itens relacionados à execução dos pedidos. Isso resultou em menos erros e um ganho maior de eficiência em 25%.

 

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