Para todos os segmentos da economia 2018 foi difícil, com reflexos nas vendas, inclusive de celulares. Historicamente o primeiro trimestre apresenta um viés de queda, mas este ano foram consecutivas e atípicas. No segundo trimestre, o índice foi de 5% e, no terceiro, de 7%. No primeiro trimestre foram vendidos 12,07 milhões de aparelhos e, no segundo, 12,05 milhões. Já no terceiro trimestre de 2018 foram vendidos 11,49 milhões de aparelhos, sendo 10,8 milhões de smartphones e 617 mil feature phones.
Entre os fatores que imprimiram impactos negativos e provocaram a desaceleração no consumo estão a greve dos caminhoneiros, prejudicando o abastecimento das lojas; a oscilação cambial, com o dólar que, a partir de agosto, ultrapassou a casa dos quatro pontos e as eleições.
“Tudo isso refletiu no mercado, fazendo com que a expectativa de crescimento para o quarto trimestre de 2018 seja de 10%”, diz Renato Murari de Meireles. analista de mercado em Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, empresa de consultoria e inteligência de mercado de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.
Ele detalhou o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3 e, assim que a consultoria tiver firmado os últimos números de 2018 para o mercado de celulares, Infor Channel divulgará. Fique de olho.
De acordo com ele, agosto e setembro registraram pequena melhora, mas outubro novamente veio uma queda de 21% nos sell-in (B2B). “Na parte dos sell-out (B2C) agosto começou com recuperação, mas observamos nova queda em outubro”, conta.
De julho a setembro, a receita total do mercado de celulares foi de R$ 14,672 bilhões, sendo R$ 14,583 bilhões gerados pelas vendas de smartphones e R$ 89,2 milhões de feature phones.
No que se refere a valores de unidades, o cenário também apresenta queda mas, por outro lado, tem crescimento em receita. Foram menos compradores para equipamentos mais sofisticados ou de marca, ou seja, mais caros. Meireles conta que ocorreu o chamado cenário Apple. A da marca de Tim Cook traz cada vez mais equipamentos premium. Porém, tem consumidor que não está disposto a pagar tanto por especificações mais robustas.
“Hoje o ticket médio de celular está em R$ 1.340, sendo que no terceiro trimestre de 2017 foi de R$ 1.232 e isso mostra impacto na receita”, destaca o analista. Este é um cenário do Brasil, mas também um reflexo do panorama mundial e torna alguns produtos inacessíveis para determinada classe social.
Uma questão interessante é que até o quarto trimestre de 2017 os dez principais fabricantes eram 80% do mercado e, um ano depois, os mesmos dominam 91% do mercado. Esses titãs têm o mercado na mão e dificultam que os entrantes se posicionem. Os 10 são Samsung, Apple, Huawei, Xiaomi, Oppo e Vivo (marca de fabricante), Motorola, LG, Transsion e Nokia.
Hoje a substituição de aparelho pelo usuário saiu de uma faixa para outra, sempre para uma acima e que apresente maior capacidade de processador, de memória, câmera e tela.
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