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Quais serão os impactos do coronavírus na economia?

Especialista levanta três possíveis cenários para o futuro, mas adianta que as projeções para 2020, que antes eram otimistas, não devem se consolidar
Quais serão os impactos do coronavírus na economia?

Com uma pandemia instalada no mundo, fica claro que os índices projetados para o varejo em 2020 não devem se concretizar. Para o economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), Claudio Felisoni de Angelo, com muita sorte, o indicativo pode ser de crescimento tímido em relação a 2019.
“Temos um cenário de absoluta incerteza neste momento, pois nunca vivenciamos algo parecido. É uma situação que, apesar de tomarmos todas as medidas cabíveis para contenção, não temos controle. Por isso, as projeções para o ano ficaram longe da nossa realidade hoje”, avalia o especialista.

Temos um cenário de absoluta incerteza neste momento, pois nunca vivenciamos algo parecido. É uma situação que, apesar de tomarmos todas as medidas cabíveis para contenção, não temos controle  

Antes do avanço do Covid-19, as projeções deste ano indicavam um crescimento de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 5% para o varejo. Agora, o economista levanta três possíveis rumos para a economia em meio à crise. O primeiro deles, e mais otimista, visa uma recuperação relativamente rápida, com o controle rápido da doença. Isso implicaria em uma perda de, aproximadamente, 0,5p.p. do PIB, caindo para 1,2%, e uma estimativa de crescimento de 3% no varejo.
A segunda seria um controle não tão efetivo do vírus, assim como na Itália. Isso resultaria em um impacto mais forte e uma recuperação mais lenta, com crescimento de apenas 1% do PIB e 1,5% do varejo. Já o terceiro cenário seria o colapso do sistema de saúde, caso o vírus se espalhe muito rápido, aliado a questões internas e reflexos da crise mundial, o que ocasionaria uma profunda recessão com declínio significativo das vendas de varejo.
“São três hipóteses viáveis. O pior dos cenários seria uma calamidade na saúde e queda do PIB e nas vendas. Mas ainda acreditamos que isso não deve acontecer”, observa Felisoni.
Ainda segundo o presidente do IBEVAR, o setor de bem duráveis, como imóveis, automóveis e eletrodomésticos, deve ser o mais impactados durante a pandemia. “Neste momento, as pessoas estão mais focadas no essencial, como alimentos e produtos de higiene, por exemplo. Outras demandas que podem ser postergadas não são obviamente prioridade”, finaliza o executivo.
Serviço
www.ibevar.org.br

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