Mais de 70% das empresas na América Latina usam algum software open source principalmente para o desenvolvimento de banco de dados, aplicativos, plataformas web e sistemas operacionais – e 8% estão prestes a implantar a tecnologia em suas companhias. Segundo os resultados da pesquisa “Perspectivas de Cloud e Open Source na América Latina”, realizada pela Red Hat e o IDC Latam, os três principais motivos para a adoção do modelo são redução de custos (52%), independência de provedor (46%) e capacidade de personalizar o código-fonte para desenvolver aplicativos (41%).
O estudo, que contou com a opinião de 178 empresas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, teve o intuito de descobrir os motivos que levam as companhias desses seis países a investirem e escolherem o cloud computing, open source e OpenStack, considerando investimentos, atributos de valor, impactos e benefícios. A pesquisa foi feita entre fevereiro e março de 2017 e realizada com representantes dos segmentos de finanças, indústria, serviços, recursos naturais, saúde, telecomunicações, comércio, governo e educação.
“Ao optar pelo open source, a maioria das empresas busca diminuir os gastos com melhoria da infraestrutura, uma maneira de se adequar à transformação digital”, resume o gerente do Programa de Serviços de Tecnologia da Informação do IDC, Waldemar Shuster.
Sobre o armazenamento de informações na nuvem, a pesquisa identificou que mais da metade das empresas (52%) usam cloud pública ou privada, com investimento de 27% do orçamento total. As estratégias estão concentradas no “Tudo na cloud” (Cloud First) ou “Cloud em toda a empresa” (uso difundido). Os maiores benefícios são observados nas áreas de TI, vendas e marketing, e administração e finanças, principalmente em aplicações comerciais.
No caso do OpenStack, 51% das empresas confiam no sistema operacional na nuvem para ter vantagens competitivas quanto à infraestrutura, acelerar a capacidade de inovação e ter maior eficiência operacional. As ferramentas mais conhecidas são PHP- Opencloud (63%), Wrote your own (37%) e OpenStack Client (34%).
“Os resultados do estudo nos ajudarão a entender a maneira como as empresas estão empreendendo a transformação de seu modelo de consumo de CAPEX para OPEX. E também nos ajudarão a compreender o que motivou as organizações a atribuírem menos orçamento anual em serviços de TI, hardware e software tradicionais, porém incrementarem os recursos para contratar serviços em cloud em 2017. Tudo isso é uma oportunidade de estimular o open source e o OpenStack na América Latina”, anuncia a Red Hat.
Resultados no Brasil
Com a maior representatividade da pesquisa (34%), seguido de México (14%), Colômbia (17%), Chile (13%), Peru (12%) e Argentina (11%), o Brasil foge dos dados globais por apresentar a maior porcentagem de adoção do open source: 73%. Mas a aceitação do modelo de software entre as empresas brasileiras é ainda maior, pois 7% estão testando a implantação, 7% estão testando e tendem a implantar e 5% pensam em realizar a implantação nos próximos 12 meses.
Os principais desafios para a adoção do modelo, segundo as companhias ouvidas, seriam a sustentabilidade do projeto em longo prazo (62%), a incerteza com relação ao suporte do provedor (51%) e a falta de recursos especializados (47%).
Já a adoção do cloud computing segue três critérios: casos de sucesso regionais ou locais (71%); conhecimento, recursos e experiências (67%) e preço (49%). Os maiores benefícios da tecnologia nos próximos três anos são esperados nos setores de finanças e contabilidade (51%); atendimento a clientes e marketing (47%) e recursos humanos (42%).
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