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Para criar valor, as empresas devem parar de fingir que têm governança

Atualmente, por tudo que estamos vendo nos noticiários, está “em moda” tratar do tema governança e compliance, como se fosse a solução para todos os males corporativos.

As pesquisas, como o Índice de Governança Corporativa da Bolsa de Valores, demonstram que as corporações que têm governança estruturada são mais atraentes e registram melhores retornos aos investidores.

Isso é verdade e a governança corporativa deveria estar na agenda de todos os executivos, seja de empresas com capital na bolsa ou não.

Governança, muito mais do que uma estrutura de decisão equilibrada, é uma filosofia gerencial que prima pela sustentabilidade e perenidade da organização.

Ela requer comprometimento com a ética e com as melhores práticas de gestão.
Liderança visionária, compromisso com a competência, excelência no trato com os stakeholders, principalmente com os clientes (internos ou externos), visão de processo, cultura do risco, gestão por fato e pelo exemplo e uma auditoria proativa, são atributos necessários e imprescindíveis para a existência da governança.

As empresas devem parar de fingir e começar, verdadeiramente, a vivenciar a governança! É muito importante que as áreas, agentes da governança (como exemplo: auditoria interna, riscos, controles internos, processo e compliance) atuem com sinergia, pois o que tenho encontrado no dia a dia não é isto, muito pelo contrário, são áreas atuando de forma desconectada, não atingindo seu objetivo e tornando todo o processo economicamente inviável.

O estabelecimento de um processo de governança deve ser planejado e estruturado em conformidade com o porte e natureza da empresa. É um processo contínuo, que requer um plano de capacitação para todos os gestores e/ou tomadores de decisão.

Necessita estabelecer na cultura da empresa a consciência da gestão de riscos, da importância do sistema de controles internos como ação de mitigação, reforçando a atitude de compliance com as leis, regulamentos, normas e procedimentos, além de uma clara visão do contexto corporativo.

Uma liderança visionária, gestão preparada para inovação, comprometimento com a competência, visão de processo, uma auditoria interna proativa, um bom e estruturado canal de denúncias complementam este processo de estabelecimento da governança.

Como falei no início, governança corporativa é muito mais do que o estabelecimento da estruturação de conselho e comitês, que também é importante, mas não vai adiantar nada ter a estrutura se não houver a filosofia de gestão estabelecida na cultura da empresa.

Governança não pode mais ser tratada como um processo de “maquiagem”, pois é a base para a sobrevivência das organizações no novo mercado empresarial.

*Eduardo Person Pardini é sócio da Crossover Consulting & Auditing e diretor executivo e instrutor certificado do Internal Control institute – chapter Brasil

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